Quando uma sociedade deixa de acreditar na justiça é o princípio do fim.
As decisões do juiz Neto de Moura e dos seus pares – sim, como bem lembrou o Professor Aguiar Conraria no último programa “Governo Sombra” da TVI 24 as decisões deste juiz não foram tomadas apenas por ele – são uma machadada na credibilidade da justiça em Portugal. A ameaça de processar todos aqueles que o criticam e a posição tomada pela Associação de Juízes é a cereja no topo do bolo.
Tempos perigosos estes…
Mas qual é o grupo de classe que não apoia os seus? Pode-se discordar dos apartes que acompanham a fundamentação das suas decisões mas, como já foi demonstrado, as suas decisões são fundadas na sua escrupulosa interpretação das leis e estas, como se sabe, não São da sua responsabilidade mas sim dos constitucionalistas ou dos políticos que as aprovam. Cada macaco no seu galho. Nada de confusões.
“… as suas decisões são fundadas na sua escrupulosa interpretação das leis…”
A parte que eu mais gosto no seu comentário, é essa tirada completamente fora da realidade. Senão vejamos:
Sendo assim, como escreve, há-de explicar-me a razão pela qual, amiúde, decisões em recurso são completamente contrárias ou inversas, às de primeira instância? Algum deles, então, não cumpriu a Lei?
No caso do juiz Neto Moura, o problema nem será tanto a condenação, mas os fundamentos do acordão, coisa que inúmeros advogados consideram uma aberração. Será que esses advogados são ignorantes, em matéria de Leis?
Num dos acórdãos, o Juiz Neto Moura desvaloriza a agressividade verbal do acusado sobre uma das vítimas, dizendo que isso não é per si, razão suficiente para ser considerado violência doméstica. Mas já acha que a crítica aos seus acórdãos, ultrapassam o razoável, e daí, meter-lhes uma ação em Tribunal.
Grande coerência, a do homem!
Intuo eu, que com base nos acórdãos do próprio Juiz Neto Moura, quem julgar este caso, desvalorizará a crítica, mesmo que mordaz, de jornalistas, humoristas e políticos, no seu conjunto. A bem da coerência e da própria justiça, pode haver dois pesos e duas medidas.
A não ser que o corporativismo da nossa Justiça, a queira enterrar ainda mais. Mas aí já estamos perante um problema de regime.
…não pode haver dois pesos e duas medidas.
Muito bem!
Desculpe. Mas a primeira sensação que fica do seu comentário é que não tem quaisquer conhecimentos jurídicos e fala como um analfabeto na questão.
A lei naturalmente está sujeita a diversas interpretações. Por isso se fala em interpretação doutrinal, interpretação autêntica ou interpretação jurisprudencial. Esse facto permite a um juiz fazer um interpretação escrupulosa da norma e ver a sua interpretação ser posta em causa por um conjunto de juízes que, entre si, decidem que a interpretação autentica será outra. Escrupuloso não é sinónimo de verdadeiro, mas apenas de muito cuidadoso.
É evidente que o problema da decisão de Neto de Moura não está na sua desconformidade com a lei, mas antes nos seus considerandos supérfluos.
Outra coisa que parece não ter entendido é que uma crítica não se confunde com considerandos generalistas por mais inconsequentes e machistas que sejam. Naturalmente estes baseiam-se apenas na formação ético-social do sujeito que as profere e não tem como referência qualquer sujeito. E, nessas circunstâncias é tão livre como a asneira
Outra coisa é uma critica objectiva quem tem na base um sujeito e esta tem limites na nossa constituição. Se os críticos que o atacaram ultrapassaram esses limites, isso é outra coisa .
E aquilo que está “sub judice” é a critica objectivada num sujeito e sobre a qual, em muitos casos, me ri como um perdido – caso de Ricardo Araújo Pereira- e outros – Bruno Nogueira -fiquei a olhar pare ele e pareceu-me um parvo convencido. Mas tudo isso já é subjetivo
«Mas qual é o grupo de classe que não apoia os seus?»
Os trabalhadores.
Neste putedo de pensamento único, que põe exageros e coitadinhos para alimento de uma hoste de subservientes indignados, tudo é aplainado nas palavras de ordem da cretinagem.
Ser corno já não é atenuante; ser puta já não é demérito.
Pode assim o Cruz continuar vender o corpo (o seu e o dos outros) ao capitalismo à vontade.
Não é atenuante? V. Exa. já experimentou invocar isso em juízo? Pode ser que lhe perdoem a multa. Afinal era só um farolim fundido…
“Ser corno já não é atenuante; ser puta já não é demérito”
Tal como ser ignorante, é atenuante, mas ser burro, já é demérito.
Imagina se todas as mulheres encornadas, fossem às ventas aos homens? Ia ser giro. Era só gajos esmurramos na rua, tipo buldogue
Quem sabe não tinhas essa cara como a do Muammar al-Gaddafi, antes de finar!
Atenção: Ter em conta que ser corno é uma prerrogativa masculina!
As mulheres nasceram para partilhar e calar…
Ámen!
A tua antepassada, ainda mal descida das árvores, nem sabia bem quem tinha atrás…
Que coragem! A minha sentida solidariedade! Não é todos os dias que alguém assume e grita ao mundo ser fruto de um natural acaso!