O padre malícias a dar cartas. Já agora, acrescento: Ó Tomás, isso não se faz!
Redes
Os senadores da opinião, com banca montada há décadas na sala-de-estar do cidadão distraído, não gostam das redes sociais.
Não foi sempre assim: Pacheco Pereira, por exemplo, alimentou durante anos o Abrupto, até 2016. E não deve ter sido apenas a decadência da blogosfera (que não medi; é uma observação impressionista) a afastá-lo, mas antes a constatação de que todo o cão e gato pode fazer, e faz, blogues.
Miguel de Sousa Tavares espumava há tempos de raiva contra o Facebook. E não é possível ler as caixas de comentários dos jornais on-line sem um sobressalto, tal o primarismo das opiniões, a violência das soluções defendidas para problemas reais ou imaginários, a ausência de gramática ou um módico de cultura geral, e o intenso ódio que se manifesta a propósito da indignação da semana.
Depois, Trump foi eleito com o subsídio do Twitter (uma rede especializada em espirros opinativos) e Bolsonaro do WhatsApp (semelhante grosso modo ao Facebook, com grande difusão no Brasil). E estes dois, Trump e Bolsonaro, carregam o ferrete ignominioso de não serem de esquerda, nem da direita que a esquerda tolera por não ser de direita – navegamos em pleno escândalo.
(Nota: Antes destes dois já Obama tinha sido eleito com grande campanha no Facebook; a esquerda, na altura, orgulhou-se, achou muito “moderno” e “despojado” e “popular”, mas agora está com amnésia). [Read more…]
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