Ricardo Salgado deu uma entrevista à TSF, na qual afirmou, e cito, “Penso todos os dias nos lesados do BES, e sofro com isso”. Imaginei imediatamente Adolf Hitler, a ser entrevistado e a afirmar que também pensava todos os dias nos judeus chacinados nas câmaras de gás, e a revelar o seu sofrimento perante do mal que propositadamente infligiu àquelas pessoas. Vá lá que nem todos os vilões são hipócritas.
O estado a que se chegou concede-lhes indulgências para que tenham tempo e capacidade para gozar com a nossa cara…
Precisamente, Ernesto.
Para um mentiroso compulsivo, pedir desculpa não deve ser assim tão difícil. O exemplo dado no post é bom: imaginem o tio Adolfo a pedir desculpa aos sobreviventes do Holocausto e aos familiares dos mortos “eu sei que fiz aí umas maldades e tal; foi chato”.
A frase do Salgado é exactamente aquilo que parece: um insulto. O pior dos insultos possíveis, aliás, por alguém que transferiu para a mulher e filhos e outros familiares 2 mil milhões de euros imediatamente antes do colapso do BES — onde é que está esse dinheiro agora? Foi devolvido aos lesados? Nem por sombras. Esse arrependimento só serve para juntar insulto à agressão.
As desculpas não se pedem, evitam-se — sempre ouvi dizer. Mas num país onde a impunidade para os ricos é a única norma, não me admirava se o Ricardo Salgado tivesse dito a frase “penso todos os dias nos lesados do BES”, com a cara que está na foto.
Com v/ licença, pois que a frase :
“penso todos os dias nos lesados do BES”,
com a cara que está na foto
foi enviada agorinha mesmo por email para amigos com o seguinte título montipythonesco em Assunto :
” Piada de Carnaval a rir muito”
Bom entrudo ! : )
Bom Entrudo, Isabela 🙂
Ignorar este mafioso é a melhor forma de honrar os lesados do BES.