A importância da democracia

Antes de ser liberal, eu sou democrata. É a democracia que me permite defender as ideias em que acredito e debater contra aqueles com os quais não concordo. É a democracia que permite que possamos tirar do lugar aqueles que não gostamos e colocar lá aqueles que gostamos, de uma forma pacífica e saudável. Qualquer democrata tem o dever de lutar pelo direito à palavra dos seus adversários políticos. Qualquer ideia, até a mais reprovável, deve ser combatida pelo debate. Mesmo assim, não devemos dar a mão ou tentar convergências com aqueles que não respeitam a democracia e não sabem estar neste modelo que é o melhor encontrado na História. No século XXI, não podemos contemplar ideias que inferiorizem pessoas pelo que elas são. Não podemos contemplar ideias que se baseiam em ódios e ressentimentos. E não podemos ceder a argumentos como “e a liberdade de expressão?”. Mas ‘tão sofridos? ‘Tão sofridos na sua liberdade de expressão? Ninguém está sem liberdade de expressão e ainda bem. Os antidemocratas devem ter voz para sabermos onde eles andam. Prefiro um elefante grande do que uma vespa pequenina.

 

Quando me perguntam como imagino a nossa assembleia, estou longe de defender uma assembleia totalmente liberal. A democracia não ganharia com isso. Não seria um serviço útil na representação do cidadão. Mesmo concordando totalmente com a eutanásia, é bom termos conservadores a trazer o valor da vida para a discussão. É importante termos esquerdistas que nos colocam a questionar sobre problemas sociais como o racismo e o machismo de forma constante e até irritante, mesmo que não concordemos. Não devemos ter medo de falar de qualquer assunto que suscite problemas na sociedade. E não devemos deixar que assuntos sensíveis sejam monopolizados por antidemocratas.

 

Por alguns pontos que aqui referi, dizem que os liberais são de direita economicamente e de esquerda socialmente. Não podia estar em maior desacordo. Os liberais são liberais, ponto. Ser de esquerda socialmente exigiria que os liberais fossem coletivistas, mas isso não acontece. Defender a liberdade do indivíduo, independentemente da sua orientação sexual, da sua etnia, da sua nacionalidade, não é ser de esquerda, é ser decente. Decência essa que a direita põe de lado demasiadas vezes e descredibiliza o espaço não-socialista. Chegou a altura da direita agir por ideias próprias apenas e não por reflexo contra a esquerda que está num ótimo caminho para fazer de Portugal o país mais pobre da Europa.

Comments

  1. Tal & Qual says:

    contra a esquerda que está num ótimo caminho para fazer de Portugal o país mais pobre da Europa.
    Quando Salazar governava esta joça, eramos o país mais rico da Europa…

    • estevesayres says:

      Como? Um conselho, leia um pouco da história de Portugal e tb sobre do ditador fascista Salazar e Marcelo ( não este, o seu padrinho). Deve ter nascido nos anos 80 , só pode!!!

      • Filipe Bastos says:

        Caramba, esteves, até eu percebi a ironia do Tal & Qual.

      • abaixoapadralhada says:

        Esteves

        O puto dos anos 80, tem razão.

        “Quando Salazar governava esta joça, eramos o país mais rico da Europa…”

        Até um fascistoide percebeu a ironia

        Tens que estar mais atento.

  2. Anónimo says:

    Sim, democrata, muito lindo. O problema é que há oligarquias que se auto-intitulam democracias.

  3. Filipe Bastos says:

    Tudo bem, Francisco, é muito democrata e pluralista e tal. Mas entenda que continua a confundir democracia com democracia representativa. Esta não é a única; é só a que temos.

    Querem fazer-nos crer que é a única que existe, que pode existir. O resultado está à vista: 40 anos de bandalheira e de saque impune. Ao delegar todas as decisões em partidos e políticos inimputáveis, só por milagre o resultado seria outro. Não há milagres.

    A democracia é uma farsa, uma escolha viciada em que não escolhe realmente nada. Mais de metade já nem vota. A representatividade também: esta canalha apenas se representa a si mesma.

    Basta ver as regalias que se atribuem e os arranjinhos que fazem, sempre pela calada, mesmo entre facções supostamente opostas. Esquerda e direita são hoje meras cantigas para embalar carneiros.

    Neste quadro, o seu pluralismo é louvável mas inútil: insiste num modelo falido, num regime irreversivelmente podre.

  4. António Augusto da Silva says:

    Excelente texto, Francisco.
    Conseguiu sair da sua ideologia política e colocar a democracia em prespectiva, de forma a analisá-la com clareza. Muito bem.

  5. Paulo Marques says:

    O racismo e o machismo são temas muito importantes, mas é para dizer que estamos muito preocupados, não é para garantir igualdade. O importante é apoiar umas angariações de fundos para quem publicar uns livros apolíticos sobre o flagelo e sobre como a caridadezinha é muito importante.
    É, de facto, uma chatice viver num país socialista, incapaz de privatizar monopólios naturais, garantir rendas aos criadores de emprego, não impedir a destruição do ambiente, desregular a habitação, e, claro, acima de tudo, precarizar cada vez mais o emprego, congelar carreiras, forçar greves à inutilidade e cortar nos serviços. Malvados socialistas que impedem a veia libertadora das reformas em nome de crises que nunca podiam acontecer na teoria.

  6. Júlio Rolo Santos says:

    Democracia é, como diz o dicionário, o poder exercido pelo povo ou em nome do povo. Regime que se baseia na ideia de liberdade e de soberania popular; regime em que não existem desigualdades e/ou privilégios de classes.
    É esta a democracia que o 25 de Abril de 1974 nos trouxe? Obviamente que não e a culpa não é de quem nos tem governado mas sim de cada um de nós que participamos nos atos eleitorais postos á nossa disposição e, num país de cegos, quem tem olho é rei. Não vale a pena andarmos á procura de culpados pela situação em que nos encontramos porque, a culpa, está em cada um de nós.

  7. Xico says:

    Bla bla bla bla bla bla bla, gastando palavras! O mundo perfeito para os demagogos do ego é a o mundo da alienação, ideias mais ideias e mais ideias. E daí não passam depois vão lá votar de 4 em 4 ano ou é de 5 em 5….que importa Bla bla bla bla bla