Faltou um telefonema

Após a vitória histórica do Futebol Clube do Porto sobre a Juventus, no jogo de ontem, faltou um fiel e pontual telefonema, que acontecia sempre que o Porto ganhava um jogo nas competições europeias.

O telefonema do meu pai. Com a sua voz firme e sincera, a dizer “Parabéns!”.

Um adepto romântico e saudosista da Académica, que guardava sempre um espaço no seu coração para torcer pelo Porto, de quem exigia sempre mais e melhor.

Com a Académica, era paternalmente condescendente. Mas, com o Porto, não. Exigia a perfeição, num mesclado feito de vibração e tormento.

O Porto não podia falhar. Não podia perder. Excepto com a Académica, claro. Mas, isso eram contas de outro rosário, porque no demais o Porto não podia perder.

Sentia a vitória como se fosse também sua. E que lhe dava especial gosto quando o Porto defrontava os aclamados gigantes de Inglaterra, Itália, França ou Alemanha. E os derrubava. Numa revisitação romântica e marcadamente ideológica de David e Golias.

Há anos que esse telefonema só existe no arquivo da minha memória, algures na pasta da saudade, por entre separadores de vazio. E foi o que faltou, para a noite de ontem ter sido perfeita.

O Socialismo a falhar? Não pode ser…

Esta semana, saiu a notícia sobre o fim do serviço da Uber Eats em três cidades. Este encerramento deve-se ao facto de o Governo ter limitado a subida das taxas de entrega e impedir a cobrança de comissões aos restaurantes acima de 20%. Portanto, uma espécie de tabelamento de preços, algo que costuma correr sempre bastante bem. O preço de algo pode até diminuir, mas o seu trabalho continua a precisar de ser feito. O esforço é o mesmo, o investimento também. Estas medidas levam a prejuízos de quem trabalha, de quem realiza o serviço. Portanto, a curto ou médio prazo, a situação torna-se insustentável. Eu sei isto e sou de letras.

Ora bem, o Governo achou boa ideia, mais uma vez, limitar o progresso. Tal como em qualquer bom estado socialista, diferentes níveis de riqueza assustam mais do que uma igualdade na pobreza. Com esta medida, o Governo acabou com postos de emprego de estafetas, dificultou a vida de pessoas que têm ou trabalham em restaurantes e ainda dificultou a vida das pessoas que querem encomendar comida através desta aplicação. Outra vez, o Estado limita a liberdade de escolha do cidadão. [Read more…]