Polícia Socialista Parva (PSP)

Este fenómeno muito querido às esquerdas de tentar policiar o discurso e a própria História não é de agora. Aliás, já aqui tinha falado d’A Era do Cancelamento. No entanto, na semana passada tivemos três tentativas de cancelamento por parte da PSP. Digo tentativa, porque por muito que a esquerda transmita a sua ideologia em forma de única maneira decente de pensar, não acredito que consigam apagar a nossa História, para o bem e para o mal.

 

Começámos a semana com a tentativa de cancelar o Ricardo Araújo Pereira, porque este falou mal do PS. Parece-me que isto começou com uma socialista a lembrar que RAP já fez blackface e que usou termos homofóbicos, que “já lhe foi explicado que isso não é ok”. A PSP considera que é propriedade de uma instituição considerar os termos que estão à disponibilidade de Ricardo Araújo Pereira para utilizar nos seus sketchs humorísticos. A mesma esquerda que se pendura à liberdade de expressão para defender um rapper que faz apologia ao terrorismo é aquela que não pode ver uma cara com base a mais ou ouvir a palavra “maricas” num sketch. E nem estou a tomar um lado, estou a mostrar o duplo critério da PSP. Se é para cancelar consoante os nossos gostos, gostava de poder cancelar o Félix, porque ainda não esqueci aquele golo no Dragão. Não há cancelamentos pedidos?

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“Vida digna”, disse António Costa

Entretanto, do alto da sua função de presidente temporário e decorativo da burocracilândia europeia, António Costa quer um salário mínimo europeu que permita uma “vida digna” aos cidadãos da União, enquanto milhares de cidadãos do país que governa, dos sectores mais afectados pela crise, os chamados “não-essenciais” (apesar de essenciais para quem deles depende para comer e pagar as contas básicas), submergem na degradação provocada pelo abandono e pela ausência de soluções concretas, aprofundando a discórdia e a fractura social, a divisão e o confronto, que, em bom rigor, lhe permitem continuar a reinar. Que se desenrasquem, dizem uns. Que morram os velhos, dizem outros. Que triste enfrentamento, penso eu. E que excelente oportunidade de capitalizar com o sofrimento e a revolta, afirmará o neofascista de serviço, enquanto esfrega as mãos e se passeia, aos saltinhos de coelho-anão, por entre a merda que espalhou por todo o lado.