- Várias têm sido as vozes que o têm apontado, de quadrantes tão diferentes como a direita conservadora e a esquerda liberal, e, parece-me, cobertos de razão: Fernando Medina, presidente da CM da Lisboa, recandidato autárquico, putativo sucessor de António Costa na liderança do PS e, quiçá, na liderança do governo, não pode continuar a usar de um espaço de opinião na televisão pública. Ou pelo menos não deve. Mais ainda quando usa o seu gabinete presidencial para entrar em directo na TVI. Os próprios OCS deveriam ter vergonha na cara, por estender estes tapetes vermelhos ao poder autárquico. Diz-nos muitos sobre o estado de submissão de TVs e jornais e do poder quase-absoluto de grande parte dos autarcas deste país.
O mesmo se aplica a outros autarcas (ou governantes no exercício de funções executivas), quer sejam comentadores ou cronistas de jornal. Até porque, se há coisa que a esmagadora maioria dos autarcas já fazem, recorrentemente, e autopromover-se com o dinheiro dos seus munícipes, sempre com o respaldo das suas hordas de boys e gado ovino, obedientes como cães treinados. Desde jornais e TVs municipais, passando por folhetins de propaganda travestidos de jornais, é por aqui que passa grande parte da corrupção, do tráfico de influências, do circuito do dinheiro sujo dos sacos azuis, dos ajustes directos e das avenças que alimentam a clientelas partidárias e empresariais da gamela da criminalidade de colarinho branco. Uma espécie de máfia, legitimada pelo voto e pelas lideranças partidárias, que pactuam com este gangsterismo.
Sim, o mapa autárquico é, em larga medida, uma máfia de criminosos de colarinho branco. Uma máfia que, todos os anos, desvia milhões de euros para as suas redes privadas de corrupção. E se tu ainda não reparaste nisso, das duas uma: ou andas a dormir, ou andas a comer da mesma gamela.
E quem disse ao autor deste post que Fernando Medina não vai deixar de ser comentador na TVI quando se iniciarem as campanhas eleitorais para as autarquias em que se julga que irá ser candidato á CML? Foi o chega que lhe incutiu este receio? Tudo tem o seu Timing, preciso é esperar.
Sabe, Júlio, estava a pensar: o que será mais patético do que um piaçaba do Partido Sucateiro? Não vejo o quê.
É por pulhíticos como o Merdina que precisamos com urgência duma polícia política – a primeira digna do nome, para vigiar esta classe de pulhas e trafulhas inimputáveis.
Os únicos comentários dele deviam ser nas masmorras dessa polícia: sobre a casinha que mamou com desconto, a trampa que tem feito na CML, as relações com empreiteiros e outros mafiosos… assunto não falta. Só falta levá-lo.
Perder contra ele por não ter proposta para coisa nenhuma.