O comportamento de Cristiano Ronaldo foi vergonhoso!

Numa das três ou quatro tiradas avulsas em que despejei nas redes sociais a minha indignação face ao comportamento de Cristiano Ronaldo, pessoa amiga deixou o seguinte comentário:

Mas querias o quê?! Que ele continuasse em campo e não atirasse a braçadeira ao chão, portando-se à altura de um atleta profissional, de 36 anos, que sabe agir com desportivismo e maturidade? Tens cada uma…

Lapidar, ou seja, digno de ser inscrito na pedra – está tudo aqui: a falta de profissionalismo, de desportivismo e de maturidade.

É difícil, em qualquer jogo, com a adrenalina no máximo, manter a serenidade? É, mas aos que devem ser exemplos exige-se que façam o mais difícil. É difícil dominar uma bola que vem com força, é difícil driblar em corrida, é difícil rematar com os dois pés, é difícil saltar a 2,56 metros de altura durante 1,5 segundos e cabecear, é difícil ser o melhor marcador de sempre. É difícil não perder a compostura, quando um golo é mal anulado no último minuto de jogo.

É grave que o português mais conhecido no mundo, ídolo da juventude, abandone o campo e atire com a braçadeira de capitão, como se fosse um menino mimado e malcriado.

Também é grave que uma multidão de adultos apoie este comportamento: pais e filhos, jornalistas e cronistas, recorrendo à habitual conversa da inveja, das conspirações das arbitragens ou da necessidade de defender a tribo, elogiaram o que Cristiano Ronaldo fez ontem. O povo português talvez devesse redireccionar esta capacidade de revolta para outros assuntos e, no mínimo, não elogiar a falta de educação só porque joga por nós.

O pequeno-almoço dos comunistas

Se forem carnívoros, comem criancinhas. Se forem veganos, comem bonsais.

Aprendizagens irrecuperáveis

Sem prejuízo de melhores opiniões e de estudos especializados, gostaria que alguém me explicasse, como se eu nunca tivesse tido ou dado aulas, de que modo é que, havendo meios e vontade, um aluno ficará

brutalmente

violentamente

extraordinariamente

irremediavelmente

prejudicado nas aprendizagens, chegando-se ao ponto de os especialistas

(ou seja, toda a gente excepto os professores)

anteverem uma catástrofe cognitiva, um atraso talvez mesmo mental, a estupidificação de uma geração inteira, uma bomba atómica que arrasará para sempre o cérebro das crianças confinadas. [Read more…]

Obrigado! Obrigado! Obrigado!

Sim, estamos entre o estado de euforia e o de espanto. E graças a todos vocês! Sim, são vocês, os nossos leitores e ouvintes os responsáveis por semelhante feito. O Aventar está a poucos dias de celebrar mais um aniversário, o 12º ano consecutivo sempre online. Nos períodos áureos da blogosfera fomos crescendo em leitores diários. Fomos marcando presença nas redes sociais (Twitter e Facebook) onde fomos amealhando audiência mas sempre com a escrita no blogue como único meio de comunicação convosco. Fomos subindo nas audiências e a partir de certa altura fomos liderando nos chamados blogues de Política (sendo o Aventar bem mais do que isso). Depois a blogosfera foi definhando mas nós seguimos o nosso caminho, um caminho das pedras por onde fomos caminhando graças a vocês. Aliás, internamente, sempre foi dito que enquanto tivermos leitores, vamos continuar. Persistir. Resistir. E vocês foram o nosso oxigénio. Nos últimos meses os leitores foram crescendo. E o Aventar respondeu com a chegada de novos aventadores, de uma nova geração (não digam a ninguém mas temos aqui na casa, de entre os mais recentes, aventadores com vinte e poucos anos de idade). Até que, em Fevereiro após muita discussão ficou tomada a decisão: avançar com o PodAventar, o podcast do Aventar que serve de complemento ao blogue.

O PodAventar não é um podcast, é o podcast do blogue. Porque o Aventar será sempre um blogue e o PodAventar será apenas mais uma plataforma do blogue, tal como o WordPress é apenas a plataforma da nossa escrita. O Aventar, como os nosso leitores sabem, é um blog colectivo e as decisões são tomadas em grupo. Demoram. São meditadas. Por isso o podcast não nasceu de um dia para o outro. Nem é uma coisa profissional: é gravado via zoom mas só aproveitando o áudio (ainda estamos na fase de ter algum pudor) e gravado onde calha, na varanda de casa, no escritório, na esplanada do café ou em locais ainda mais esconsos. E, de repente, como quem não quer a coisa e estando o blogue apenas alojado na plataforma do blog (WordPress) verificamos que eram muitos, mesmo muitos os que nos ouviam. Até perguntarem no nosso fórum interno: “Será que alguém nos ouve?”. Ao que o WordPress respondeu assim: Só ontem foram 2.514 almas. E as audiências continuaram a subir. E o nosso cepticismo com os números da WordPress também. Até hoje.

Quando hoje recebemos os dados da Apple (só estamos na Apple desde o início desta semana) ficamos sem palavras. E por isso queremos partilhar convosco. São vocês, como atrás se escreveu, o oxigénio que permitiu manter o blogue vivo mesmo quando alguns repetem aos fiéis que a blogosfera morreu. Até escrevem uns livritos sobre isso. Só que existem por aí uns teimosos a contradizer, com factos. Um deles dá pelo nome de Aventar e se as audiências do blogue estavam a subir, agora com o PodAventar triplicaram. Pelos vistos, só somos batidos (na categoria daily news e na Apple) pelos pesos pesados internacionais. Quem são estes gajos do New York Times? Ou aqueles ali do The Economist ou da CNN? Estamos em sétimo lugar, logo acima do segundo português na lista, a Antena 1 – Notícias. Ou seja, estamos em boa companhia. Como sempre. Na sua companhia.

Por isso, OBRIGADO! Muito Obrigado a si. E sigam as gravações que isto ainda agora começou.

O homem do jogo

Para o jornal Record, foi a futebolista Ana Borges…

Globalização encalhada

Um porta-contentores encalhado no Canal do Suez é um símbolo certeiro do manifesto falhanço das políticas liberais da globalização que o governo português teima em promover com suspeita devoção, no caso do acordo EU-Mercosul.

P.S. E a pressão braquial que o Governo português anda a exercer na promoção do UE-Mercosul ocorre num período em que Portugal, estando na presidência do conselho da UE, supostamente deveria manter a isenção própria dessa função. Mas quando toca a fortes interesses, lá se vão as maneiras por borda fora…