Em 30 de Março de 2009, este era o filme mais visto

via https://playback.fm/birthday-movie

Parabéns ao Aventar

Ricardo Lima, O Insurgente

 

Estamos prestes a fazer vinte anos desde que Evan Williams, um jovem empreendedor do Nebraska, cunhou o verbo “to blog”, nos tempos da sua Pyra Labs. A sua plataforma “Blogger”, que pretendia democratizar o weblog, haveria de ser comprada pela Google. Williams não parou. Foi pioneiro dos podcasts e com os recursos deste projecto, que fracassou, funda o Twitter para, segundo quem o conhecia, provar que não era apenas um homem de uma única ideia. Expulso da empresa que ajuda a criar, dá outra cambalhota para criar o cada vez mais popular Medium.

Decidi começar com o percurso de Evan Williams, pois este está intrinsecamente ligado à forma como nos expressamos na internet e à evolução constante dessa expressão. Morremos. Talvez o Medium ou qualquer plataforma do estilo nos dê seguimento, mas os longos textos através dos quais por anos sucessivos nos guerreamos foram sucedidos por threads de 140 caracteres e lives de instagram. O anonimato – e a imaginação necessária – com que convivemos metamorfoseou-se em rostos e em vozes, se bem que alguma convivência pacata de tempos mais moderados também se transfigurou em ódios em que já não discutimos senão caricaturas uns dos outros.
Eu tinha vinte anos e uma certeza inabalável de que tudo sabia do mundo quando, desterrado como tantos dos 90, num Fevereiro desta vida, me estreei n’O Insurgente. Tive sorte, apanhei a era dourada da blogosfera. Entrei de stick em campo, como manda a vizinhança com o saudoso Ramaldense. Passei, obviamente, a ser alvo do Aventar e a fazer do Aventar o meu alvo. Dificilmente teria sequer sido competição interna de visualizações nos primeiros tempos de um jovem de seu nome Carlos Guimarães Pinto, não fossem as citações. Ora o António Nabais me recebia à paulada, ora o finado João José Cardoso, com quem tantos belos debates travei, me elogiava, ora a coisa de invertia, ora era uma guerrilha de blogs que durava semanas, ora concordávamos todos, especialmente nos tempos mais funestos do governo Passos, alvo predilecto da carreira de tiro da blogosfera.
Em retrospectiva e para o que o convívio nas redes se viria a tornar, as nossas batalhas não eram mais que tertúlias assíncronas, regadas de bom humor e etiqueta. É inusitado estar nostálgico aos trinta. Fazer-me de velhinho antes de deixar as saias da mão e explicar à juventude, à outra, como é que as coisas se processavam numa altura em que um comentário era mais longo que um tweet e as conversas tinham fontes e referências e bibliografia densa e eu não conseguia responder ao bom velho Nabais com gifs, quando ele me massacrava tardes inteiras, pois não havia gifs, nem desenhos, nem tags nem coisa nenhuma. Não tive, no entanto, de tudo. Não cheguei a apanhar as jantaradas de bloggers nem a copofonia que só a política abrilhanta. Por isso, ao parabenizar estes veteranos que muita companhia me fizeram, não deixo de lançar o convite pós-pandémico, para que se brindem a tempos melhores.

CR7 em nova modalidade olímpica

Lançamento da braçadeira.

Um regresso à Blogosfera 

Por Nuno Gouveia

 

Parabéns aos resistentes da blogosfera. A começar pelo Aventar, um dos principais blogues do inicio da década passada que ainda se mantém em atividade. E efervescente. Confesso que, como muitos outros, depois de ter deixado de escrever regularmente em blogues também deixei de ser leitor regular dos resistentes, como é o caso do Aventar, mas também de outros como o Delito de Opinião, o Insurgente ou o Blasfémias, só para citar alguns dos mais antigos ainda em actividade. Bem diferente de há 10 anos, quando passava parte do meu tempo livre a escrever e ler  blogues. Entre 2008 e 2013 participei em diferentes blogues, como a Revista Atlântico, o 31 da Armada, o Cachimbo de Magritte ou o Era uma vez na América. Isto quando não dava uma “perninha” em blogues de campanhas políticas, como o Jamais ou o Papa Myzena, ou também analisando comunicação política, no “imagens de Campanha” ou até debatendo futebol, um tema eminentemente aborrecido de discutir – não de ver, claro – no Catedral da Luz. 

Conforme se pode observar pelo meu “cadastro”, estive vários anos muito activo em blogues, mas a pouco e pouco, fui abandonando este cluster digital. Bem sei que os blogues não desapareceram e alguns até permanecem bem activos e influentes. Mas a novidade foi desaparecendo bem como a  capacidade de influenciar o debate público e com a emergência das redes sociais, especialmente do Twitter, outros espaços foram assumindo o significado social que era anteriormente ocupado pelos blogues. Curiosamente, o Twitter em Portugal continua a ter uma particularidade distintiva que caracterizava os blogues nessa fase (e diria que ainda se mantém actual): a sua abrangência reduzida e a forte incidência no mundo político. Nessa altura, quando escrevíamos em blogues, sabíamos perfeitamente que os seus leitores não eram muitos nem que a sua mensagem chegava a muita gente. Mas eram lidos sobretudo na bolha “política”, o que fez com que rapidamente surgissem muitos blogues identificados com um partido ou uma determinada corrente política. O Aventar sempre foi uma das poucas excepções, pois nunca pretendeu fazer parte destas “guerras” (talvez esteja aí uma das razões da sua longevidade), mas a regra eram blogues de direita, de esquerda ou até de facções partidárias. Foi um tempo de grande guerrilha entre esquerda e direita, entre socráticos e não socráticos, onde até direita e esquerda se juntaram para organizar uma manifestação – fez há um mês dez anos da grande* manifestação “Todos pela Liberdade”. 

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Em 30 de Março de 2009, este era o livro mais lido


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Blogosfera: O anúncio da sua morte foi manifestamente exagerado

Por Rui Albuquerque, Blogue Blasfémias

 

Lembro-me, como se fosse hoje, da primeira vez que ouvi a palavra «blog». Da estranheza com que a recebi, ao telefone, do meu interlocutor, com quem falava de outros assuntos e que, de repente, me espetou com uma frase que não tinha para mim qualquer sentido: «Sabes, tenho um blog. Abri um blog com o Carlos Loureiro e o Luís Rocha: o “Mata-Mouros”!». A conversa decorreu numa tarde de início de Verão, e do outro lado da linha estava o Carlos Abreu Amorim, qual Arcanjo Gabriel a anunciar uma boa nova que passou a ser para mim, quase nesse mesmo instante, um vício e uma paixão.

Poucas horas depois do inesperado diálogo, abri, eu mesmo, um «blog», esse estranho alienígena que me acabara de ser apresentado, ao qual dei o nome de «Catalaxia». Pouco tempo depois, com o trio do «Mata-Mouros», e o Gabriel Silva, do «Cidadão Livre», fizemos uma das primeiras (a primeira?) joint-ventures da blogosfera indígena, o «Blasfémias», que foi crescendo com mais autores de outros blogs que ficariam pelo caminho. Éramos todos razoavelmente liberais, fosse o que fosse o liberalismo. Tínhamos uma enorme disponibilidade para pensar, refletir, ler e debater, escrever e entrar em polémicas. E tínhamos quase menos vinte anos do que hoje temos.

Durante boa parte dessas quase duas décadas, a blogosfera tomou conta do país. Subitamente, todos falávamos em blogs. A comunicação social convencional – os jornais e as televisões – foram obrigados a aceitá-los, embora com alguma relutância e um certo temor. Talvez com a exceção do Miguel Sousa Tavares, claro, que, como nos garantiu que jamais usaria a máscara do covid, também nos jurou que nunca leria semelhante coisa, todo o país lia os blogs mais marcantes. Estou absolutamente convencido de que, em ambos os casos, o Miguel Sousa Tavares terá honrado a sua palavra…

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Em 30 de Março de 2009, esta era a música mais ouvida

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12 anos de AVENTAR – força vozes livres

As redes de políticos, jornalistas e comentadores apoucam amiúde as redes sociais em todos os espaços mediáticos que lhes pagam ou fazem vénia.
O Aventar está há 12 anos a ouvi-los e a ver os resultados das suas notáveis acções.
Força vozes livres!

O Aventar vem de longe

[Paulo Guinote, O Meu Quintal]

O Aventar faz doze anos, o que em idade de blogues é certamente uma idade de respeito. O Aventar é dos tempos em que os blogues serviam para  comunicar algo de diferente, informar mais, esclarecer o que se sentia que não tinha lugar nos meios de comunicação tradicionais e não apenas para vender fraldas, cosméticos ou cera para a ponta dos bigodes. É do tempo – e assim se mantém – em que não se entrava numa página tão carregada de publicidade que dá vontade logo de sair, tamanha a dor nos olhos e na alma.

Apesar do aspecto que não hesito em classificar como “clássico” (partilho o gosto por aquele fundo branco), soube adaptar-se aos tempos, espalhando-se pelas redes sociais e até tendo agora – o tempora, o mores! – um podcast de sucesso. Ao contrário de umas teses peregrinas que por aí andam, o Aventar está muito vivo e recomenda-se. Ao contrário de outros blogues que se limitam a sobreviver para dar visibilidade a uns quantos aspirantes a assessores de grupos parlamentares ou governantes, o Aventar existe porque faz sentido em si mesmo. [Read more…]

Pela boca morre o peixe…

“Estes gajos do Porto são uns calimeros, sempre a reclamar que são mal tratados pela comunicação social do Al Andalus e tal e coisa”.

Entretanto:

 

2009 – 2021: 12 Anos a arejar