Sviatlana Tsikhanouskaia

Hoje é dia da mulher e como são todas umas complicadas, decidi dedicar umas palavras a uma mulher com um nome igualmente complicado. Da mesma forma que eu tive de ir copiar o nome da Sviatlana, todos deveríamos copiar a coragem e a força desta pessoa.

 

A Sviatlana é a verdadeira presidente eleita pelo povo bielorrusso, mas continua a ser oposição. É assim que acontece em ditaduras. A Sviatlana é a voz da resistência popular contra um ditador e merece toda a nossa atenção.

 

Não gosto muito deste dia. Aliás, eu nem gosto daqueles que apenas se lembram de mim no meu aniversário, como seria se fosse no dia em que se celebra o meu género… Nenhuma pessoa é menos por ser mulher ou por qualquer outra característica natural. Por isso, devemos combater o preconceito, mas parece-me errado tratar grupos sociais como um todo, para o bem e para o mal. As mulheres pertencem a um género, não é a um sindicato. Quem vê desigualdade estrutural hoje, verá sempre. Aliás, um dia, o dia da mulher será polémico celebrar-se, porque é um dia de privilegiados. Registem aí. Alguém defenderá isto.

 

Não por se tratar de uma mulher, mas gosto de exemplos de coragem como o da Sviatlana. Tenho pena que no meu país tenha sido convidada a visitar um museu dirigido por uma militante de um partido que é o único que não a reconhece como Presidente. Tenho pena que em Portugal as discussões de quem quer uma suposta igualdade gire à volta de características de linguagem ou escolhas livres, enquanto uma mulher anda a lutar pela liberdade de um país inteiro.

 

Pensemos, neste dia, em todas aquelas pessoas que ainda se vêem dependentes de um papel de género. Que não podem tomar escolhas livres independentemente do género que são. E infelizmente, são muitas. Neste aspeto, temos a sorte de vivermos na nossa sociedade.

 

Não quero igualdade de género, quero liberdade de género. Aliás, liberdade. Basta. Depois cada um sabe o que faz com a sua.

 

ERGUE-TE, põe-te a monte ó facho!

Graças a um leitor do Aventar fiquei hoje a saber duas coisas que desconhecia: que existe um partido chamado Ergue-te e que o dito partido plagiou um texto do aventar da minha autoria.

O tal partido Ergue-te é uma espécie de Chega mas ainda mais matarruano, o que não é fácil. Pelos vistos, não se limitam a plagiar o Ventura como também o Aventar. É o que dá quando o cérebro não atinge um tamanho superior ao de uma ervilha. Será que não existe por lá uma alminha que saiba escrever umas linhas de texto sem ter de plagiar terceiros? São assim tão limitados?

Só faltava andarem a plagiar o partido do Órban e serem como o tal do József Szájer que destilava ódio contra os homossexuais e depois foi apanhado numa orgia gay. Com jeitinho este plagiador do Ergue-te combate os homossexuais e depois anda para aí a abafar a palhinha do vizinho do 5º Esquerdo…

Derrubar o Padrão dos Descobrimentos e outros talibanismos

Não é um fenómeno novo, mas ganhou uma dimensão mediática que, numa era sem redes sociais, não seria possível de forma tão fácil, rápida ou impactante. Falo na tentação dos diferentes poderes, para, em determinado momento, quererem destruir estátuas, edifícios ou registos históricos de uma era ou tempo que rejeitam, ou ao qual se opõem, pelos mais variados motivos, legítimos ou não, que não é nova nem particularmente surpreendente. Mas é, regra geral, uma pulsão que peca por inútil, e que apenas serve para alimentar ódios e divisões, e evitar que as feridas sarem, para que seja possível, de uma vez por todas, seguir em frente.

Não se apaga a história: aprende-se com ela. E a memória viva dos acontecimentos trágicos, sejam eles o Holocausto, a Inquisição ou as diferentes colonizações – e todas as ondas de choque que delas resultaram, até às descolonizações mais ou menos violentas, que levaram ao poder novos facínoras, outrora combatentes da resistência contra as forças ocupantes – devem, em todos os momentos, servir como faróis para que a Humanidade não volte a cometer os mesmos erros. Por muito que a história insista em se repetir.

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Teófilo

Teófilo, Amigo de Deus. Rei das Antas.