Sempre fui um europeísta convicto. Acredito numa Europa de nações com parte da sua soberania partilhada, celebro os seus feitos e virtudes, que (ainda) superam as suas falhas e limitações, reconheço a necessidade de a reformar, mas, devo dizê-lo, a minha convicção já conheceu melhores dias.
Não que me tenha deixado infectar pelo vírus da conspiração reptiliana do globalismo, que me merece a mesma reacção que as 40 virgens que aguardam os terroristas islâmicos no céu deles – eles que acreditem no que quiserem, desde que não chateiem e ou rebentem com os outros – mas os factos são o que são e eles aí estão para testar a minha fé no projecto europeu.
Primeiro foi a resposta à crise financeira do final da década passada. A receita da austeridade autoritária foi um desastre, trouxe ao de cima o egoísmo e a ausência de uma verdadeira solidariedade entre os membros, e deixou a nu a incapacidade que muitos Estados têm de aceitar que estamos nisto juntos, no exacto mesmo barco, mais não almejando que poder beneficiar de uma moeda única, nefasta para as economias dos países mais frágeis, e de um mercado interno sem barreiras, para pessoas, mercadorias e, sobretudo, capitais. Sobretudo capitais.
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