Como se Putin precisasse de Medina para alguma coisa

Em Janeiro, um grupo de manifestantes juntou-se em frente à embaixada russa em Lisboa, para protestar contra o regime totalitário de Vladimir Putin, em particular contra a detenção de Alexei Navalny, um dos mais audíveis opositores da ditadura instalada no Kremlin. Meio ano depois, Expresso e Observador noticiaram o caso, que rebentou como uma bomba no espaço publico nacional.

Este caso, gravíssimo e intolerável, não se circunscreve ao alegado erro, que resultou na entrega dos nomes dos organizadores daquela manifestação às autoridades russas, conhecendo o historial de assassinatos de activistas perpetrados pelos sabujos de Putin, pese embora resulte de um procedimento em vigor há 10 anos. Ainda assim, deveria ser suficiente para Medina colocar o lugar à disposição e se afastar do exercício de cargos públicos até que tudo estivesse esclarecido.

Não quero com isto dizer – muito menos alinhar nas conspirações estapafúrdias e imbecis que li no Twitter e no Facebook – que Medina recebeu um telefonema de Putin para denunciar os activistas, e que o autarca fez o frete ao ditador russo. Isto é um absurdo a todos os níveis, até porque Putin não precisa das autoridades portuguesas para nada, logo a começar no facto de a manifestação ter decorrido em frente à sua própria embaixada, observada de perto pelos elementos do FSB com passaporte diplomático. Aliás, se os hackers russos conseguem minar as eleições nos EUA, certamente não precisarão de nenhum Snowden para entrar na rede CM de Lisboa e extrair toda e qualquer informação que lhes interesse.

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Já está formada a equipa de Pedro Adão e Silva

As Comemorações do 25 de Abril. O Tempo e o Modo

Rodrigo Sousa e Castro, capitão de Abril

 

Relembremos a propósito as comemorações do 25º aniversário.

O que delas ficou explica-se em poucas palavras. O governo do PS através da TV pública mandou realizar um filme, obra ficcionada sobre factos reais ocorridos em 25 de Abril de 1974, agenciando para o efeito uma actriz ( Maria de Medeiros), tida como próxima dos socialistas. Obra de discutível gosto, de grandes custos financeiros em que por via de amizades profissionais foram desencantar um actor italiano para interpretar o papel que no filme atribuem a Salgueiro Maia.

Ao mesmo tempo, uma TV privada, a SIC, investiu enormes recursos financeiros, para com actores portugueses e um guião que seguiu estritamente os testemunhos dos principais intervenientes operacionais, militares e civis, – sim civis, que também os houve – , para deixar um documentário (Hora da Liberdade) que permitirá às futuras gerações, face à escassez de testemunhos vídeo e fotográficos da parte fulcral do movimento militar, terem uma noção aproximada dos acontecimentos.

Atentemos agora nas evitáveis polémicas que já marcam o cinquentenário. [Read more…]