Em Janeiro, um grupo de manifestantes juntou-se em frente à embaixada russa em Lisboa, para protestar contra o regime totalitário de Vladimir Putin, em particular contra a detenção de Alexei Navalny, um dos mais audíveis opositores da ditadura instalada no Kremlin. Meio ano depois, Expresso e Observador noticiaram o caso, que rebentou como uma bomba no espaço publico nacional.
Este caso, gravíssimo e intolerável, não se circunscreve ao alegado erro, que resultou na entrega dos nomes dos organizadores daquela manifestação às autoridades russas, conhecendo o historial de assassinatos de activistas perpetrados pelos sabujos de Putin, pese embora resulte de um procedimento em vigor há 10 anos. Ainda assim, deveria ser suficiente para Medina colocar o lugar à disposição e se afastar do exercício de cargos públicos até que tudo estivesse esclarecido.
Não quero com isto dizer – muito menos alinhar nas conspirações estapafúrdias e imbecis que li no Twitter e no Facebook – que Medina recebeu um telefonema de Putin para denunciar os activistas, e que o autarca fez o frete ao ditador russo. Isto é um absurdo a todos os níveis, até porque Putin não precisa das autoridades portuguesas para nada, logo a começar no facto de a manifestação ter decorrido em frente à sua própria embaixada, observada de perto pelos elementos do FSB com passaporte diplomático. Aliás, se os hackers russos conseguem minar as eleições nos EUA, certamente não precisarão de nenhum Snowden para entrar na rede CM de Lisboa e extrair toda e qualquer informação que lhes interesse.
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