Otelo – mais uma vaca no milho

Na minha terra natal de Vale de Cambra utiliza-se amiúde a expressão “mais uma vaca no milho” para definir algo que é rotineiro ou previsível. Para mim a morte de Otelo é apenas isso, mais uma vaca no milho. Qualquer pessoa sensata sabe do seu papel no 25 de Abril e nas FP-25 e seus crimes horrendos. Mas a morte de Otelo não me causou nem comoção nem alegria. É um simples rodapé.
Preocupante é este padrão e mais esta prova de que pouco se apurou naquele período revolucionário, poucos foram responsabilizados e que no fim se seguiu o caminho fácil deixando correr várias verdades e aplicando-se pouca justiça.

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Quem tudo quer, tudo Sardenha

Imagem do JN

A displicência com que o capitalista-mor, ou Rei Sol-Salgado do Reino Lusitano, “descansa” na Sardenha devia revoltar cada um de nós. 

Depois de ter sido dispensado de estar presente em tribunal, face às circunstâncias da pandemia de covid-19, Ricardo Salgado foi visto a passear, calma e pacientemente, vestido com o seu linho principesco e de pochete na mão, ao lado da sua presumível esposa, na boa, velha e barata ilha da Sardenha. Como é óbvio e presumível, viajaram em segunda classe, sendo que chegados a Itália ficaram hospedados num radical hostel, partilhando um beliche num quarto com mais oito pessoas, em regime de meia-pensão.

É até curioso – caso de estudo, quem sabe, mas deixo para a Ciência resolver – a capacidade que um pobre e humilde homem tem de pôr de lado a sua “idade avançada”, a qual o impede de comparecer em tribunal (a quarenta quilómetros de sua casa), para, no fim do mês de Julho – como toda a plebe – ir de férias para a Sardenha. Já pensamos todos no que este pobre homem sofre? [Read more…]