Manuel Pinho, criminoso assumido

É a impunidade a bater recordes olímpicos. Manuel Pinho, socrático e avençado de Ricardo Salgado, assume, com a leveza de quem acordou e se lembrou de se ter esquecido da roupa na máquina por estender, que afinal cometeu vários crimes de fraude fiscal, prática comum – garante – no universo BES.

Mas está muito arrependido.

E ainda vai aparecer um idiota útil qualquer a louvar o arrependimento do criminoso.

Há sempre um idiota assim. É o irmão mais novo do idiota do “rouba, mas faz”.

Marcelo, o sobrevivente

Marcelo Rebelo de Sousa não comete erros, salvo raríssimas excepções. Porque Marcelo é calculista, planeia e antecipa, e joga o jogo como poucos, na política e na imprensa.

Marcelo é de outro campeonato. Tanto que destruiu a concorrência na corrida à Belém, num momento de crise existencial à direita, com o apoio do primeiro-ministro e presidente do partido com o qual o seu PSD disputa o controle do Estado.

Esta semana, porém, assistimos a uma dessas raríssimas excepções. E não, não estou a tentar desculpar Marcelo. As declarações do presidente são hediondas e inaceitáveis. E não acho que Marcelo o tenha feito inadvertidamente. Acho que foi calculado, com o objectivo de minimizar o horror que aqueles números representam. Foi um frete do presidente da República de um Estado laico à hierarquia da Igreja Católica. Só que correu mal, obrigando Marcelo a recorrer ao seu amplo repertório de desculpas esfarrapadas.

[Read more…]

Uma questão de patrocínio

O problema de Marcelo Rebelo de Sousa, foi não ter o amigo Ricardo Salgado para lhe proporcionar as delícias de Vera Cruz.
Assim, fomos nós a pagar umas férias transvestidas de visita oficial.

Só podia correr bem.

Dica da semana

Enviem o Salgado para a África do Sul.

Conversas Vadias 52

Na quinquagésima segunda edição das Conversas Vadias, marcaram presença os vadios António de Almeida, Carlos Osório, José Mário Teixeira e Orlando de Sousa, que conversaram sobre programa de Governo, cultura, mérito, esperteza, chico-espertismo, Manuel Pinho, habilidade, tartarugas, Ricardo Salgado, avença, alzheimer, fé, mentalidade, F. C. Porto, marés, bipolaridade, Pedro Passos Coelho, mitologia, infantilidade, individualidade, grupo, sociedade, liberalismo, formação de preço, selvajaria, regulação, ambição, ganância, justiça, prioridades, funções do Estado, administração pública, promiscuidades, democracia, código de conduta, sistema eleitoral, educação, ideologia, radicalismo, programas e Estado de Direito Democrático.

No fim, e para variar, as habituais sugestões:

[Read more…]

Conversas Vadias
Conversas Vadias
Conversas Vadias 52







/

Oligarca bom, oligarca mau

Ainda sou do tempo em que Salgado, e outros como ele, patrocinavam tudo e todos. Ds selecção nacional de futebol às férias na neve de José Gomes Ferreira e Paulo Ferreira, entre outros jornalistas acima de qualquer suspeita, o dinheiro do oligarca de Cascais chegava a todo o lado. E se alguém ousava falar sobre as muitas suspeitas dos muitos crimes que há anos sobre ele pendiam, sempre surgia alguém a mandá-los calar, porque davam emprego a muita a gente e o que nós precisávamos era de mais uns quantos iguais.

Depois, começaram a cair em desgraça, uns atrás dos outros, e já ninguém se lembrava dos empregos, das mesadas, das capas da Exame com os CEOs do ano, do mecenato e da filantropia que paga com benefícios fiscais. Já ninguém era amigo deles. Acontece agora o mesmo com os oligarcas russos. E, suspeito, virá o tempo em que os seus congéneres chineses, que hoje controlam meio país, também cairão em desgraça. E a jihad do mercado livre, que lhes fez juras de amor num anexo da sede do Partido Comunista Chinês, garantirá que nunca se envolveu com tão má rês. E os senhores da narrativa, aqueles que controlam, de facto, os órgãos de comunicação social, cá estarão para garantir que tudo se desenrolará de acordo com o plano.

José Guilherme, o amigo 14 milhões de Ricardo Salgado

quer “licenciar megacentral solar no Alentejo“. Se for tão eficaz como daquela vez em que se esquivou à CPI do BES, ao MP e ao DIAP, sem que isso afectasse a marcação no barbeiro, tem tudo para correr bem.

Ricardo Salgado e a ala psiquiátrica de Caxias

Irmgard Furchner, uma alemã de 96 anos que, aos 18, era secretária no campo de concentração de Stutthof, começou esta semana a ser julgada por alegadamente ter contribuído para a morte de 11412 vítimas da barbárie nazi. Atrás da secretária.

Furchner não é a primeira nonagenária a ser chamada pela justiça alemã, pese embora as dúvidas sobre o seu envolvimento directo naquelas mortes. Tinha 18 anos, estava, como a maior parte dos alemães daquele tempo, brainwashed pela propaganda nazi, cumpria as ordens – administrativas – que lhe eram impostas e é pouco provável que tenha disparado algum tiro ou ligado as câmaras de gás. Apesar de tudo isto, a justiça alemã não teve dúvidas nem vacilou. A justiça é para cumprir e os alemães não brincam. Talvez isso ajude a explicar muita coisa.

[Read more…]

Conversas vadias 31

Vadiaram bravamente Francisco Miguel Valada, António Fernando Nabais, José Mário Teixeira, Orlando Sousa, João Mendes e António de Almeida. Começou-se por Aristides de Sousa Mendes, fez-se uma referência velada ao único deputado que pôs em dúvida o valor do antigo cônsul português em Bordéus, reconheceu-se que a ditadura pode ser prejudicial à saúde, de Brecht chegou-se à importância dos trabalhadores e dos pequenos em todas as grandes conquistas, falou-se de Carlos Moedas, das eleições no PSD, ou seja, de Rui Rio e de Paulo Rangel, acompanhou-se o guião do filme do Orçamento de Estado, aludiu-se a Ricardo Salgado, à vergonha nacional das taxas de Justiça ou de justiça, mais a transição energética, a pobreza na rica Catalunha, os vários capitalismos. Como de costume, encerrou-se com sugestões – cinema, música, postais (sim, postais mesmo em papel), política musicada, viagens e formação em guerrilha urbana.

Conversas Vadias
Conversas Vadias
Conversas vadias 31







/

Monólogo venturoso

Nós somos a favor dos portugueses de bem, somos contra os bandidos, também não gostamos da violência, mas os bandidos deviam era estar presos, somos contra qualquer espécie de violência, mesmo a das espécies mais evoluídas, quando mandarmos vai acabar a bandalheira do twitter, temos um problema com os ciganos, somos orgulhosamente portugueses, temos orgulho na história pátria, a senhora deputada Joacine devia ser devolvida à terra dela, violência é que nunca, somos violentos contra a violência, não é contra as pessoas, tirando os bandidos e os ciganos, que ou não são portugueses ou não são de bem, eu não tiro fotografias com bandidos, prefiro tirar fotografias com portugueses de bem, como os neonazis que estão no meu partido, os políticos deste país são uma vergonha, tirando eu, que cumpri o que prometia, demitindo-me e candidatando-me logo a seguir, numa demissão assim mesmo a sério, somos contra a violência dos nossos partidários de Viseu que agrediram um paneleiro que talvez não fosse homossexual, mas o problema de Portugal é a comunidade cigana, tal como essa gente que vive de apoios, ao contrário dos banqueiros que vivem do Alzheimer.

Temos os Ricardos Salgados que merecemos

Ricardo Salgado é a ilustração perfeita da casta de parasitas que o sistema capitalista criou em Portugal. Uma casta que abusa tanto quanto lhe permite a regulação, fraca ou inexistente, combinada com uma classe política tendencialmente servil e corrupta, como aquela que PS e PSD nos vêm oferecendo há 40 e pico anos, juntamente com uma justiça ineficiente, não por falta de competência dos seus operacionais, mas por manifesta falta de recursos para bater de frente contra o milhões que os Salgados nos sacam para pagar os melhores advogados, dos melhores escritórios, quase sempre em Lisboa, inevitavelmente ligados a PSD e PS, todos juntos a rodar na porta giratória. Bancos, escritórios de advogados, uma série de empresas e empresários que empreendem através da aquisição de deputados e autarcas, e um bloco central de moços de recados que ninguém escrutina nem quer escrutinar. Porque não têm como, porque não têm tempo, porque não têm recursos, porque têm medo, porque foram comprados, porque são idiotas úteis. Não há volta a dar: ou percebemos, de uma vez por todas, que isto só lá vai com uma sociedade civil educada, informada, mobilizada e organizada para combater este lamaçal, capaz de regular devidamente o sistema, ou ver Salgado na Sardenha de férias, depois de há duas ou três semanas não ter comparecido no tribunal devido à sua saúde debilitada, será o menor dos insultos a que seremos sujeitos. Pior: será um insulto merecido. Uma sociedade que se permite ser roubada e enganada de forma tão descarada, está mesmo a pedi-las.

Quem tudo quer, tudo Sardenha

Imagem do JN

A displicência com que o capitalista-mor, ou Rei Sol-Salgado do Reino Lusitano, “descansa” na Sardenha devia revoltar cada um de nós. 

Depois de ter sido dispensado de estar presente em tribunal, face às circunstâncias da pandemia de covid-19, Ricardo Salgado foi visto a passear, calma e pacientemente, vestido com o seu linho principesco e de pochete na mão, ao lado da sua presumível esposa, na boa, velha e barata ilha da Sardenha. Como é óbvio e presumível, viajaram em segunda classe, sendo que chegados a Itália ficaram hospedados num radical hostel, partilhando um beliche num quarto com mais oito pessoas, em regime de meia-pensão.

É até curioso – caso de estudo, quem sabe, mas deixo para a Ciência resolver – a capacidade que um pobre e humilde homem tem de pôr de lado a sua “idade avançada”, a qual o impede de comparecer em tribunal (a quarenta quilómetros de sua casa), para, no fim do mês de Julho – como toda a plebe – ir de férias para a Sardenha. Já pensamos todos no que este pobre homem sofre? [Read more…]

Pavilhão Atlântico: mais um caso para o arquivo da direita

Pouco ou nada se falou sobre isto. O que não deixa de ser surpreendente, ou não vivêssemos nós num país comandado pela esquerda, com as instituições e a imprensa controladas pela esquerda, mais o marxismo cultural e não sei quê. E reparem que isto tinha tudo para correr maravilhosamente: está lá o Salgado e o Zeinal, a PJ queixou-se de falta de meios, o MP não ouvi nenhum dos intervenientes no negócio e até ligações ao caso Monte Branco ali existem. Só ficaram a faltar o Sócrates e o Carlos Santos Silva.

Sucede que o beneficiário da negociata é genro de Cavaco Silva, e Cavaco, o não-político com mais tempo de e no poder na história da democracia, goza de um estatuto de semideus que lhe permite ser um Sócrates sem sofrer as consequências de socratar. Seja no BPN, quando os protege, convida para comissões de honra ou faz bons negócios de compra e venda de acções, seja quando faz boas permutas na Herdade da Coelha, seja quando garante ao país que o BES está sólido e que os portugueses devem confiar nele. Enfim, nunca mais daqui saíamos. [Read more…]

Cinco tostões sobre a passagem do inimputável Luís Filipe Vieira pela comissão de inquérito ao Novo Banco

Foto: António Cotrim@Expresso

Na semana passada, Luís Filipe Vieira deu o ar da sua imensa graça na comissão de inquérito ao Novo Banco. Sobre a sua passagem por aquele show de variedades, já tudo foi dito, escrito e esmiuçado. Não obstante, aqui ficam cinco tostões sobre o que vi e que a equipa do Isto é Gozar com Quem Trabalha fez o favor de esmiuçar:

  1. Sem surpresas, Vieira apresentou-se amnésico, fanfarrão e não hesitou no momento de puxar pela cartada Benfica para se vitimizar. Esta comissão de inquérito, que corre o risco de resultar em rigorosamente nada, é um hino à impunidade e a uma certa reverência por fatos caros, status social e nomes de família pomposos, outrora amplamente elogiados pela imprensa económica, hoje convertidos em socialistas, uma vez caídos em desgraça. Tirando Cecília Meireles, o puxão de orelhas de Fernando Negrão a Luís Filipe Vieira e a habitual MVP nestas andanças, Mariana Mortágua, o cenário não inspira. Cotrim de Figueiredo esteve particularmente infeliz. [Read more…]

PQP – O depoimento de Pedro Queiroz Pereira

A capa da Sábado de hoje mereceu um silêncio ensurdecedor. Não só das televisões como também nas redes sociais. A excepção, pelo menos na minha timeline, foi o Rui Calafate. Como ele refere, “Eu não ponho em causa a idoneidade de Marcelo, mas se fosse qualquer outro envolvido, e eu não gosto de dois pesos e duas medidas, já o tribunal popular o carimbava de corrupto”.

Segundo o testemunho de Pedro Queiroz Pereira (conhecido como PêQêPê), Ricardo Salgado (BES) supostamente teria “comprado” Marcelo Rebelo de Sousa contratando a sua namorada: O dr. Ricardo Salgado pegou no departamento jurídico do Grupo Espírito Santo e mandou entregar trabalho de cobranças à dra. Rita Amaral Cabral”, descreveu Queiroz Pereira, no depoimento citado pela Sábado. “Se for ao escritório da dra. Rita Amaral Cabral, verá que mais de metade, 60%, do trabalho era o BES que lho dava, o que era uma forma de comprar o professor Marcelo Rebelo de Sousa”

É uma acusação grave. Que se torna ainda mais grave quando estamos a falar do actual Presidente da República. E no meio de todo este turbilhão judicial, é mais uma machadada na imagem da justiça e da política portuguesa. Exige-se o cabal esclarecimento. Se é verdade que Marcelo Rebelo de Sousa o merece, os portugueses e aqueles que, como eu, sempre acreditaram na sua seriedade, ainda mais. O silêncio, nesta matéria, é absolutamente ensurdecedor.

A parida ínfima formiga

José Oliveira

Hoje cumpriu-se um dos dias mais negros da justiça lusa. O Juiz Ivo Rosa, durante horas demoliu paciente e rigorosamente a maior parte da montagem dos actos acusatórios da Operação Marquês, explicando em detalhe o que estava mal, o que havia prescrito e porquê, a invalidade das provas, a improcedência das acusações, o vazio de muitos crimes imputados, a ausência de sustentação do argumentário do Min. Público, enfim, a demonstração cabal de que a montanha (os muitos anos de instrução do processo) não pariu sequer um rato, nem um ratinho, mas antes uma ínfima formiga.

Os arguidos devem estar a dar pulos de contentes.

A conclusão que se impõe parece óbvia. Os agentes do Min. Público não percebem nada de instrução processual, não sabem validar provas, não conhecem as molduras legais e mostram-se completamente incompetentes para construir uma acusação com pés e cabeça.

É uma verdadeira vergonha que a justiça tenha de mandar “em paz” os bandidos porque quem de direito não soube ou não foi capaz ou não quis elaborar um processo segundo as regras.

A pergunta final não pode ser evitada: o que é que esses caramelos andam por lá fazer? Não há ninguém que os ponha na ordem?

Ainda lhe vamos pagar uma indemnização

A imagem é de 2009, numa paródia minha ao livro de Eduarda Maio “Sócrates: O Menino de Ouro do PS”.

E não o é mesmo? Hoje conseguiu o seu maior feito político. Demonstrar que em Portugal a Justiça é uma ilusão. E que esta é o grande problema do País onde nunca a classe política verdadeiramente mexeu.

É a negação da Justiça que permite a existência dos BPNs, BANIFs e BES. Ou a chico-espertice de um artigo mudar precisamente quando a EDP se preparava para vender as barragens. Ou todos os truques autárquicos que caem em saco roto. Isto só para ilustrar alguns temas da política. Porque a Justiça não é só um problema na política. É-o no dia-a-dia, quando cada um de nós tem algo para resolver e tem que ponderar se o custo e duração do processo tal justifica.

Agora, vá preparando o seu bolso. Depois do julgamento na praça pública, com direito a prisão em directo, este nado-morto em forma de acusação não irá morrer hoje. Tivessem vergonha na cara e hoje haveria muita gente a se demitir.

O resto já o disse certeiramente Fernando Moreira de Sá.

Portugal morreu. RIP.

Podem dizer o que quiserem. Podem correr e saltar. Gritar e esbracejar. Rir ou chorar. Não vale a pena. Se o Juiz Ivo Rosa está certo, a justiça está podre. Se o Juiz Ivo Rosa está errado, a justiça está igualmente podre. Porquê? Simples:

Se o juiz Ivo Rosa estiver certo nos fundamentos da sua sentença, escusam de vir dizer que temos um Ministério Público incompetente, uma Policia Judiciária azelha e um Juiz Carlos Alexandre que é uma marionete. Não. O que ali está é muito pior. É uma manipulação para decapitar um antigo Primeiro Ministro, o seu partido, o maior banco privada à época. Foi uma tentativa de Golpe de Estado. É um país podre onde só nos resta partir para a desobediência civil e a luta armada para depor toda esta corja.

Se o juiz Ivo Rosa estiver a manipular os factos, então a gravidade não é menor. Estamos perante uma justiça corrompida nos seus alicerces. Estamos perante a prova provada que existe uma justiça para os poderosos e outra, totalmente diferente, para os restantes portugueses. É a total podridão e só nos resta seguir o mesmo caminho: desobediência civil e luta armada.

Como não acredito em nada e muito menos na capacidade dos portugueses se revoltarem para lá do fora de jogo mal assinalado, só resta enviar as mais sentidas condolências perante o anúncio de que Portugal morreu. Agora, só vos resta continuar a pagar. Seja impostos, multa por estar dentro do carro a comer uma sandes, taxas e taxinhas e os salários de toda esta malta que vive no Estado e do Estado. E agora, se não se importam, vou ali ver os Donos da Bola que já bastou passar o dia todo a ver os Donos Disto Tudo a rir. Rir a bom rir de todos nós, os pacóvios.

Rest in Peace.

José Sócrates’s Gang

Foto: AFP/Getty Images

O segredo da amizade:

Crime de corrupção que liga Sócrates e Salgado prescreveu, diz Ivo Rosa

«Quanto menos souberes a quantas andas melhor para ti
Não te chega para o bife?
Antes no talho do que na farmácia
Não te chega para a farmácia?
Antes na farmácia do que no tribunal
Não te chega para o tribunal?
Antes a multa do que a morte
Não te chega para o cangalheiro?
Antes para a cova do que para não sei quem que há-de vir»
(‘FMI’ de José Mário Branco)

Obrigado, Pedro

Foram dezenas de anos, centenas de governantes, milhões e milhões e milhões de euros nossos. Todos lhe disseram que sim. Até aparecer alguém. Alguém para quem integridade não era uma palavra vã. Alguém para quem o interesse nacional era a única razão da sua magistratura. Obrigado Pedro Passos Coelho.

[Read more…]

A porta rotativa nunca mais será a mesma

A julgar como certas a informações divulgadas pela imprensa portuguesa, Ricardo Salgado terá escrito um livro de memórias, durante o confinamento de luxo que viveu durante estes seis anos, durante os quais decorreram os vários processos que o visam directamente. Estou expectante, e até disposto a desembolsar mais alguns euros, para ler a vingança do banqueiro. E imagino a quantidade de políticos a quem não deve caber um feijão, perante a possibilidade de verem as suas traquinices público-privadas expostas em praça pública. A porta rotativa nunca mais será a mesma.

Cavaco Silva deve uma explicação ao país. Sem bolo-rei na boca

CSRS

Já era conhecido o papel determinante de Ricardo Salgado e de outros aristocratas da família, nas duas eleições ganhas por Cavaco Silva para a presidência da República, na qualidade de principais patrocinadores das campanhas eleitorais do político mais político da história da política portuguesa. Já é longa, a relação que une Cavaco e Salgado.

Hoje ficamos a saber que esse financiamento, pelo menos no que à eleição de 2011 diz respeito, terá sido canalizado através da ES Enterprises, também conhecido como saco azul do GES, sediado nas paradisíacas e fiscalmente evasivas Ilhas Virgens Britânicas. Compreendem-se agora um pouco melhor as declarações de Cavaco, na antecâmara da queda do império Espírito Santo, quando assegurava que os portugueses podiam confiar no BES. Cavaco não tinha razão de queixa. [Read more…]

Rui Pinto: Os próximos leaks


Não faltará muito para os próximos leaks virem a público: Vistos Gold, Escom, BES…
Claro que não servirão para nada. Tudo obtido ilegalmente. Tudo obra de um criminoso que rouba e trunca. Tudo para guardar na gaveta.
Os poderosos não devem ser incomodados…
Matem o mensageiro, ele é o culpado. O resto não interessa. Roubaram milhões e continuam em liberdade? Mataram? Violaram e ameaçaram de morte?
Tudo coisas de somenos. De pouca importância. Pedir dinheiro em troca de silêncio a uma sociedade mafiosa sediada em Malta, isso sim, é muito mais grave do que matar, violar, roubar milhões.
Prisão preventiva.
Prisão perpétua.
Pena de morte.
Quando o Rui Pinto acordar enforcado na prisão, dirão que foi suicídio. E aí sim, o país poderá dormir descansado. Todos os seus males terão sido expurgados. Os portugueses dormirão em paz.

Cavaco Silva, o (alegado?) financiamento ilegal do saco azul do GES e as questões que se impõem

CS.jpg

Era uma vez um saco azul chamado ES Enterprises. Um saco azul que serviu, segundo a investigação da Operação Marquês e do caso EDP, para financiar ilustres figuras da nossa praça, como Zeinal Bava, Manuel Pinho ou o incontornável José Sócrates, e um conjunto de jornalistas, por ele avençados, caso que foi revelado pelo escândalo Panama Papers e que o Expresso anunciou com toda a pompa, apesar de, até à data nada mais ter dito a esse respeito. Seria aquele animado grupo que foi esquiar a convite do BES? Não sabemos. Ou será que sabemos? [Read more…]

Há que dizê-lo…


Aos indignados com a prestação do comendador Joe Berardo na A.R., relembro que a dívida contraída serviu para ajudar o governo de José Sócrates a travar uma OPA da Sonaecom à PT e fortalecer na disputa de poder pelo controlo do BCP a facção que permitiu a Santos Ferreira e Armando Vara liderarem o Banco. Tudo feito de acordo com os interesses dos donos disto tudo, em conivência com o PS. Vários ministros de então continuam hoje no governo…

“Penso todos os dias nos lesados do BES, e sofro com isso”

RS.jpg

Ricardo Salgado deu uma entrevista à TSF, na qual afirmou, e cito, “Penso todos os dias nos lesados do BES, e sofro com isso”. Imaginei imediatamente Adolf Hitler, a ser entrevistado e a afirmar que também pensava todos os dias nos judeus chacinados nas câmaras de gás, e a revelar o seu sofrimento perante do mal que propositadamente infligiu àquelas pessoas. Vá lá que nem todos os vilões são hipócritas.

O dedo numa chaga chamada corrupção

colocado com coragem, mais uma vez, por Ana Gomes. Porque não está Ricardo Salgado na prisão?

A Operação Marquês segundo a SIC

Nos últimos dias a SIC emitiu uma série de reportagens sobre a Operação Marquês. Ficam aqui, para vossa conveniência, essas reportagens:

2018-04-16 – Arguidos da Operação Marquês têm até 3 de setembro para pedir abertura da instrução

[Read more…]

Aventar Podcast
Aventar Podcast
A Operação Marquês segundo a SIC







/

Os jornalistas avençados pelo saco azul do GES estão de regresso ao Expresso

RSalgado

Fotografia via Jornal de Negócios

Há muito muito tempo, numa galáxia longínqua, um grupo de jornalistas destemidos expôs um complexo esquema de evasão fiscal, envolvendo figuras de topo da política e dos negócios, práticas ilícitas e sociedades-fantasma offshore. O Expresso e alguns dos seus jornalistas estiveram envolvidos na investigação desde o primeiro momento.

Com o caso nos jornais e alguma indignação momentânea na sociedade civil, decapitaram-se por cá duas ou três cabeças secundárias, oferecidas em sacrifício ao Deus do dinheiro fácil obtido pela via da pulhice, até ao dia em que o Expresso abriu uma caixa de pandora ao noticiar a existência de uma lista de jornalistas avençados por um saco-azul do GES, com o propósito de comprar cobertura noticiosa e/ou opinativa favorável aos interesses de Ricardo Salgado e restantes membros da corte. [Read more…]

A tempestade, perdão, a bonança perfeita do Salgado

img_818x455$2017_09_15_22_13_10_668135Depois do Marcelo a PR, do Costa a PM, Rio a líder da oposição é, claramente, a vitória do, efectivamente, DDT.