Cavaco, algures entre o ódio e a mentira

Na ânsia ressentido e ressabiada de atingir o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista Português, Cavaco Silva decidiu reescrever a história e afirmar que o governo do Syriza, “arruinou a economia do país”. Sucede que a economia grega há muito que estava arruinada, após anos de desgovernos do PASOK e do Nova Democracia, mais as épicas manobras de engenharia financeira que permitiram ao país, com a ajuda do Goldman Sachs, ludibriar as autoridades europeias para garantir a adesão da Grécia ao Euro. Foi aqui que começou a destruição da economia grega, em 2001, não em 2015, quando o Syriza chegou ao poder. O Syriza é criticável por inúmeros motivos, mas não foi esse governo que destruiu a economia grega. A economia grega estava em frangalhos há mais de 15 anos. Cavaco sabe-o, perfeitamente, mas opta pela fabricação de “factos alternativos” à la Trump. Não surpreende. Este é o mesmo Cavaco que disse ao país que podíamos confiar no BES, dias antes do estouro, e que praticamente insultou uma jornalista que o confrontou com essas palavras. A honestidade não lhe assiste. Nunca assistiu. Nem que nascesse duas vezes.

Comments

  1. JgMenos says:

    Dou de barato que a Grécia é um caso de javardice e corrupção.

    E quanto ao resto?

    • POIS! says:

      Pois, quanto ao resto…

      A pátria de V. Exa, o verdadeiro paraíso na Terra ali ao alcance de uma passagem “low cost” e V. Exa. aqui a perder-se! Francamente!

    • E eu a pensar que a Grécia (como a Irlanda) era mais um caso de escandaloso assalto da troika aos activos de um estado soberano para salvar os bancos alemães e franceses. O que vale é que com o Menos, a gente aprende sempre muita coisa…olá se aprende…

  2. Filipe Bastos says:

    O Syriza, essa triste desilusão. A traição do referendo, do resultado do referendo, devia ser suficiente para afastá-los do poder durante pelo menos 20 anos. Mais do que trair expectativas ou o eleitorado, traíram a democracia.

    Claro que a Grécia, como Portugal, tem uma partidocracia: nada lhes aconteceu. Continuaram calmamente no poleiro.

    E claro que, como diz o Mendes, não foi o Syriza que rebentou com a Grécia; foi o Centrão Podre grego. A Múmia limita-se a repetir o velho mantra direitalha, a culpa é sempre dos comunas.

    Poderiam ter feito de outro modo, sob a chantagem da Alemanha e da UE? Podiam ter saído da UE, do euro? Talvez sim, talvez não. Certo é que desiludiram todos menos os mamões.

    Ah, o Varoufakis ficava bem no Berloque. Pura esquerda caviar.

  3. Paulo Marques says:

    Quanto ao resto, pergunta o Menos, sabendo bem, o resto foi Draghi a voltar a dizer ao BCE para fazer o seu papel de banco central, depois da chantagem, e definir o monopolista o preço da mercadoria que só ele produz.
    O resto são balelas de bancarrotas, de inflação, de taxas de juro, que muitos biliões depois, nunca mais ninguém as viu, dos Estados Unidos ao Japão. Bem, excepto quem quer depender de comodoties; ainda se queixam da PAC…
    Não faz mal, entre 2040 e 2050 as contas certas permitirão aos gregos voltar ao nível económico de 2008, FMI dixit, nível onde tanto esquerdista gosta de concordar com os neoliberais, a bem da nação.

  4. JgMenos says:

    A cretinagem não se imagina a governar sem o fabrico de notas!
    Haverá modo mais cómodo de comprar votos ou enganar papalvos?

    • Paulo Marques says:

      Fofo, que seria do mundo rico dos últimos 10 anos sem o “fabrico de notas” (que nem notas cria)? Não me diga, Draghi é um despesista!

  5. estevesayres says:

    A não esquecer que foi na presidência deste, que existiu um governo chamado de traição-nacinal de Passos e Portas ,tutelado pelo Cavaco, e já agora, não esquecer também, que Moedas, hoje é presidente da CML, e foi secretário de estado adjunto do primeiro-ministro…

  6. motta says:

    O post é sobre o cavaco. A figura mais abjecta da democracia portuguesa.

  7. antero says:

    Cavaco, que nos momentos difíceis soube sempre esconder-se, é de longe o político pós 25 de Abril que bate todos os outros políticos portugueses em questões de falta de escrúpulos e desonestidade intelectual. A sua encenada entrada triunfal no congresso da Figueira da Foz transformou-se numa espécie de epopeia que teve grandes e graves custos para o país. Soube habilmente cavar trincheiras e lançar divisões, deixou esbulhar, para os bolsos dos “rolhas ” amigos os milhares de milhões que entraram no país a fundo perdido, como se nada fosse com ele. Com 2 maiorias absolutas não fez uma única reforma estrural nem mexeu uma palha pelo país. Não sendo de admirar que mantenha na comunicação social social, em locais bem posicionados, uma legião de aduladores que certamente lhe deverão o favores e que lá vão dourado a pílula aos seus dislates. Aquela triste figurar de tentar salvar o BES quando toda a gente já sabia que estava falido foi uma das suas maiores indignidades.

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