Começo pela declaração de interesses, no próximo domingo, irei votar IL no círculo eleitoral de Lisboa. Estou nos antípodas de António Costa, não acredito na geringonça, considero o PS um dos grandes responsáveis pelo crescente atraso do país e perda de competitividade no contexto da U.E., espaço político-económico que também tem vindo a perder competitividade nas últimas décadas e que previsivelmente chegará ao final deste século, em estado semelhante ao que a nobreza europeia experimentou nos finais do século XVIII, início do século XIX, agonizante, impotente para competir com potências emergentes.
Desde que o regime democrático foi restaurado em Portugal após o 25 de Abril, ou. Implantado, tenho alguma relutância em classificar a I República como democracia, apenas dois partidos alcançaram vitórias eleitorais, PS e PSD, no caso dos denominados sociais-democratas, a solo, ou coligados, como AD ou PAF.
Se dúvidas existissem, a Constituição é clara, elegemos deputados, não plebiscitamos Primeiro-Ministro, em 2015, PS, BE e CDU, mostraram ao país que apesar da PAF ter vencido as legislativas, uma maioria de deputados, determinou diferente solução de governo, a denominada geringonça.
Após seis anos e normal desgaste, Portugal irá agora escolher quem formará o próximo governo constitucional. Há uma nítida tentativa de bipolarização, na busca do voto útil, à esquerda e à direita, repetindo até à exaustão, ou náusea, que tudo se resume a escolhermos entre António Costa e Rui Rio. Nada mais falso como mostraram os resultados de 2015, mensagem demasiado tola, provinciana, própria de país subdesenvolvido. Se observarmos o que acontece na maioria dos países europeus, é normal encontrarmos governos de coligação com vários partidos e geometria política variável.
Admitindo em tese, que chegou a hora da alternância, falar de alternativa em Portugal equivale a distinguir entre Dupond et Dupont, um eventual governo do PSD chefiado por Rui Rio, fosse outro o líder e seria exactamente igual, oferece aos portugueses uma esperança próxima de zero. Porque o PSD é um partido com História, liderado por Aníbal Cavaco Silva, desperdiçou uma torrente de fundos europeus, quando se compravam tractores agrícolas de marca BMW ou privatizavam empresas com empréstimos avalizados pelas adquiridas, uma proliferação ímpar de capitalistas sem capital, até que os portugueses exaustos, remeteram os laranjas para a oposição.
Após o diálogo de Guterres, as pessoas primeiro, tendo resultado no pântano, lá veio novamente o PSD, alavancado no choque fiscal idealizado pelo Compromisso Portugal, só que chegado ao governo, liderado por um Cherne de má memória, as promessas eleitorais foram às malvas e sofremos um aumento de impostos. Talvez alguns estejam esquecidos, mas foi quando nos subiram o IVA de forma significativa. Voltaria a ser um governo liderado pelo PSD, que até diziam ser liberal, que elevou a fasquia do IVA, entre outros aumentos de impostos ou cortes de rendimentos.
Escolher entre PS e PSD, pior, imaginar que um deles possa alcançar uma maioria, equivale a pedir a uma ovelha para escolher entre um lobo preto ou cinzento.
Obviamente que o PS não é melhor que o PSD, talvez até seja pior, desde empregar familiares e amigos, favorecer empresas que contribuem para o financiamento do partido ou empregam políticos, assistimos nestes últimos seis anos ao que existe de pior na política. Mas ninguém espere melhor do PSD, a diferença mais substancial será a substituição da tralha de boys & girls titulares de cartão rosa, por boys & girls titulares de cartão laranja. Na Câmara Municipal de Lisboa, já está a acontecer, como os mais atentos poderão constatar.
Não fossemos o país do fado, no próximo Domingo, os portugueses irão escolher entre continuar na sina actual, ou farão jus à célebre frase, “de vez em quando é preciso que algo mude, para que tudo fique na mesma”.
Votem em consciência, ou se preferirem abster-se não votem, cada um faça o que entender, mas não cedam à chantagem do voto útil, que cedo se revelará inútil, à esquerda ou à direita…
Estou claramente de acordo consigo no princípio basilar de não ceder à chantagem. Comigo não contém para esse peditório do voto útil.
Também eu estou nos antípodas de Rui Rio e Cotrim de Figueiredo. Mas sou sincero, os líderes socialistas por norma nunca me desiludem, pois está no seu ADN esta mania de quererem governar com uma maioria relativa como se tivessem uma maioria absoluta. Nunca imaginei que António Costa fosse tão arrogante, mas acima de tudo teimoso. Está a queimar tudo à sua volta.
Sei que a probabilidade de Rui Rio vencer é escassa, mas tende a tornar-se uma realidade face ao desastroso percurso que o ainda líder socialista está a fazer nesta campanha eleitoral.
Se Costa pensava em alcançar uma maioria absoluta é completamente louco. Ainda por cima nesta altura do campeonato, a sairmos de uma pandemia.
Qualquer gajo minimamente inteligente sabe que ainda paira nos céus de Portugal o terrível legado de José Sócrates, agora reeditado não versão Manuel Pinho. Enquanto isto não terminar, e está para durar, os socialistas terão tantas maiorias absolutas como o CDS.
Já votei hoje, no chamado voto em mobilidade, numa escola do concelho de Matosinhos, e como sempre votei no “cordão sanitário” a que me propus estabelecer há mais de vinte anos.
Pois é!
Mas não sei se se irá ainda a tempo de travar o que resta da deslocalização da Autoeuropa para as Filipinas.
Com efeito, a administração ainda não conseguiu digerir a onda de greves selvagens, ou ainda piores, que varreram a empresa no ano passado e que fizeram baixar a produção para três carros por dia.
É certo que no dia 31 de dezembro, talvez em sinal de arrependimento e aproveitando a ausência dos delegados sindicais que estavam no Reveillon da CGTP realizado no Meco, os trabalhadores meteram mãos á obra e produziram nada mais nada menos de 256000 unidades, demonstrando que só por má vontade tinham sido tão lentos durante o resto do ano.
Mas já não foram a tempo. A Administração fartou-se e, pela calada da noite, mandou a malta das limpezas embalar três linhas de montagem e despachou-as na FEDex pela calada do feriado de dia 1. A que resta seguirá em breve o caminho, mas pela DHL, para disfarçar.
Agora nada haverá a fazer, a não ser que o Dr. Cotrimtim chegue a Primeiro-ministro. Ou nem assim!
„Escolher entre PS e PSD, pior, imaginar que um deles possa alcançar uma maioria, equivale a pedir a uma ovelha para escolher entre um lobo preto ou cinzento“
A comparação mais inteligente que li nos últimos tempos 🤙
Pior ainda seria ter de escolher entre o lobo cinzento e um venturoso Rotweiller, com uma coelhinha em cima do lombo, para disfarçar.
No fim, a ovelha preferiu o Lulu da Pomerânia, o que é compreensível.
Sim, é verdade, mas tanto a direita como a esquerda passaram por lá. Então, de quem é a culpa?
Tudo certo, mas… continuo sem perceber como é que pagando ainda mais rendas, aumentando ainda mais a precariedade, e criando ainda mais oligopólios “algo muda”. Quando até o FMI, vendo a ideologia tão útil para criar repúblicas das bananas, recua perante a sua aplicação na Eurolândia e (ao menos) admite que não é bem assim.
O António de Almeida admite que nos abstenhamos, o que por aqui já é um luxo. Mas nem ele admite o VOTO NULO.
É assim tão difícil de perceber? Qualquer voto num partido valida a partidocracia; a farsa eleitoral; a impunidade e falta de legitimidade da classe política que depois faz o que lhe dá na gana.
Carneiro votante, isto é para ti: não vais escolher nada. Tudo será decidido nas tuas costas. As alianças, as PAFs ou gerimbostas, as políticas, as leis, as adjudicações e nomeações, tudo.
Para ti fica a ilusão da escolha. E os calotes para pagar.
E o FACTO de matematicamente os votos brancos e nulos serem uma forma de fortelecer o P”S” e o P”S”D não o preocupa por pouco que seja não é Filipe Bastos? Para si a sua máxima parece ser E QUE O P”S” E O PS””D CONSIGAM AINDA MAIS FORÇA (mais deputados e mais “subornos” pagos por nós pelo menos) Já concordei pontualmente consigo Filipe Bastos mas …. APOIAR,, na prática,, o P”S e o P”S”D ? Não, muito obrigado.
João, vote v. como votar, PS e PSD vão ganhar. V. sabe disto. Ademais, até podia fortalecer o Chega, o Papa, ou Átila o Huno: só o VOTO NULO rejeita esta partidocracia.
É o único voto de protesto; o único voto lógico; é também, paradoxalmente, o único voto realmente útil.
Precisamos duma maioria de votos nulos. Tudo o resto vale zero ou quase zero, João. Acredite ou não.
O voto útil é o que altere, ainda que pouco, o orçamento e resolva problemas das pessoas.
O resto é enfiar a cabeça na areia à espera que chova.
Não: o resto é a diferença entre o realismo e a auto-ilusão; entre o remendo e a solução.
Votar no PCP ou BE ou pode, em teoria, ajudar a atenuar o Centrão. Mas só ajudará 0,001%; e valida a partidocracia; e nada resolve a longo prazo.
Não tem de acreditar em mim: basta ver o resultado destes +40 anos. Enfiar a cabeça na areia é continuar a fazer o mesmo e esperar resultados diferentes.
Então vá dizer às pessoas que beneficiaram de passes de transportes, aumento de pensões e salário, estatuto de cuidadores informais, apoios às PMEs, manutenção de contractos com TAP e CP, e por aí fora que devem deitar tudo fora em nome da pureza ideológica. Tenho a certeza do seu sucesso.
A mensagem mais eficaz dos partidos da direita (todos eles) durante a campanha eleitoral em curso é a de que a economia portuguesa tem vindo a ser ultrapassada por vários países do Leste europeu que eram até há pouco tempo pobres e que isso se deve a 25 anos de poder socialista em Portugal. Será mesmo assim?
Há seis países cujo PIB per capita medido em paridades de poder de compra é hoje superior ao português, mas que não o era em 1995. Desses, dois deles (Malta e Chipre) são ilhas mediterrânicas (e não países de Leste) com menos de um milhão de habitantes. Dos restantes, três têm entre um e três milhões de habitantes (Estónia, Lituânia e Eslovénia), sendo a República Checa o único com uma dimensão idêntica a Portugal (10,7 milhões).
Dois daqueles países (Malta e Eslovénia) já tinham níveis de PIB per capita idênticos aos portugueses em meados da década de noventa. Outros dois (Estónia e Lituânia) perderam população no período em análise, o que não só ajuda a explicar a melhoria dos rendimentos per capita, como sugere que a sua população não está assim tão entusiasmada como a direita portuguesa parece estar.
Se há coisa que estes países têm em comum e que os distingue de Portugal são os níveis de educação: em todos eles a proporção de adultos activos com o ensino secundário completo é superior ou muito superior a Portugal (no caso dos países de Leste os valores são ainda hoje quase o dobro e já é assim há muitas décadas). Se queremos perceber por que motivo têm crescido mais estes países, é por aqui que devemos começar.
Às qualificações superiores vale a pena acrescentar outros factores que têm pouco a ver com o imaginário da direita portuguesa. Tomemos como referência a República Checa, o único dos seis países com dimensão comparável à portuguesa. Para além dos níveis educacionais muito superiores aos de Portugal (94,1% da população tem o ensino secundário, por comparação com 55,4% em Portugal) e de ter iniciado o seu processo de industrialização muito mais cedo (foi das primeiras economias industrializadas da Europa, ainda no século XIX), o mapa anexo ilustra uma característica que devemos ter bem presente: a sua ligação à economia alemã.
A Alemanha é o principal destino de exportações da República Checa. Por sua vez, este país é o elo principal da cadeia de produção da indústria automóvel alemã. Isto não aconteceu por acaso, nem por receitas políticas milagrosas. O muro de Berlim mal tinha caído e já a Alemanha estava a assinar um “Tratado de Vizinhança” com a Checoslováquia, abrindo portas à entrada em força do investimento alemão naquele país, cujas fronteiras penetram bem fundo os territórios do leste da Alemanha. A proximidade geográfica, os laços históricos, as elevadas qualificações, os baixos salários, o domínio da língua alemã por boa parte da população, a vontade das lideranças alemãs em ocupar rapidamente o espaço deixado livre pelo fim do bloco soviético – tudo isto contou para a acelerada reindustrialização da antiga Checoslováquia.
Enquanto isto, Portugal seguia o caminho contrário. A liberalização financeira, a privatização das grandes empresas rentistas, a valorização cambial do euro, a entrada da China na OMC e o próprio alargamento a Leste determinaram o rápido desmantelamento de boa parte da indústria portuguesa e o foco nos sectores protegidos da concorrência. Não foi por falta de “liberdade económica” ou de “excesso de socialismo” que a economia portuguesa estagnou no último século. Liberalização, privatização e desregulamentação das relações laborais foi o que mais tivemos desde 1995.
Não é com mais agenda liberal que a economia portuguesa vai recuperar. É preciso continuar a investir em educação e em inovação. É preciso um Estado que seja um parceiro activo das empresas e dos centros de saber na promoção da mudança estrutural, como o foi ao longo dos séculos em todos os países que se desenvolveram. Acima de tudo, é preciso persistência e perseverança. O resto é banha da cobra.
POSTADO POR RICARDO PAES MAMEDE
Este Pais Mamede é um pandego!
Enquanto isto, Portugal seguia o caminho contrário. A liberalização financeira, a privatização das grandes empresas rentistas, a valorização cambial do euro, a entrada da China na OMC e o próprio alargamento a Leste determinaram o rápido desmantelamento de boa parte da indústria portuguesa e o foco nos sectores protegidos da concorrência. Não foi por falta de “liberdade económica” ou de “excesso de socialismo” que a economia portuguesa estagnou no último século. Liberalização, privatização e desregulamentação das relações laborais foi o que mais tivemos desde 1995.
Não é com mais agenda liberal que a economia portuguesa vai recuperar. É preciso continuar a investir em educação e em inovação. É preciso um Estado que seja um parceiro activo das empresas e dos centros de saber na promoção da mudança estrutural, como o foi ao longo dos séculos em todos os países que se desenvolveram. Acima de tudo, é preciso persistência e perseverança. O resto é banha da cobra.
O Pais Mamede que de economia nada sabe…(o que ele sabe é que o Capitalismo tem que acabar) pelo menos podia saber os resultados nos países que fizeram “tudo bem” segundo a sua “doutrina económica”.
Exemplos:
Argentina
Bolívia
Venezuela
isto para não ser exaustiva e para ilustrar o ridículo do seu “pensamento” económico já chega.
Em resumo o vendedor de banha da cobra a acusar os outros de venderem banha da cobra, esta apenas lembra aos discipulos do Boaventura Sousa Santos o grande Lider do Pais Mamede.
Joana Quelhas
Pois então…
E as aspas? Isto já é mesmo o de Vosselência, ó Quelhas!
Quando comecei a ler ainda pensei que uma ideia sua tinha finalmente feito tropeçar a vanguarda da cavalaria em manobras no seu “cérebro”..
Depois vi que a coisa se resumia aos quatro últimos parágrafos. O resto era uma inútil “citação”. Acha que a malta não sabe ler, é?
De onde não se tira um único argumento, a não ser conversa de tasca à hora do fecho.
Salva-se a última linha: “Joana Quelhas”. Bem, é melhor que nada. Ou talvez não!
Valem-nos as joanas quelhas com o seu saber assente no ad hominem… a bem da nação!
O que é que esses países têm a ver com o comunismo? Nada (e que bem correu com os liberais, sempre a alimentar bem a população!). Em que é que seguiram as ideias do Mamede? Nada. Em que é que a versão ligeiramente alterada do capitalismo tem a ver com comunismo? Nada, até a Joaninha reconhece o poder dos estados. Em que é que fazer o caminho descrito ajudou os portugueses? Em nada. Ah, minto, podem comprar iPhones e ir viajar, viva a UE, mas não a parte de os outros poderem vir para cá, que nojo.
Vai-se a ver, e a dita carga fiscal é maior, a inflação é maior, a pobreza é maior, a saúde portou-se pior, e a diferença é mesmo o lucro do capital, que fica bem nos indicadores.
E, quanto inevitavelmente se tiver que pagar o custo, lá mudarão o discurso. Como há 10 anos era mau fugir-se aos impostos da Grécia e hoje é virtuosa a evasão fiscal, que só os parvos é que não aproveitam.
Ao excelente texto de RP Mamede, só acrescentaria as questões da nossa entrada na UE e no Euro, pontos determinantes da estagnação económica que afecta o rectângulo, problemas a que os partidos do “arco da governação” nunca quiseram dar o devido relevo. Porque será???
É refrescante ler o comentário de alguém que sabe de História e da sua influência na evolução das economias. É bem melhor que propaganda a pataco.
Maria,
A História não influencia a economia!
A economia é uma ciencia social que tenta estudar as actividades desenvolvidas pelo homem para obter os bens e serviços indispensáveis às suas necessidades (praxeologia ou acção humana).
A economia é que influencia a História.
Joana Quelhas
Não, não, a história acabou e vivemos 30 anos de prosperidade quando acabamos com a rejeição do modelo único económico.
O quê, Paulo? Acabou mesmo?
Ainda antes do “Doctor Who”? Como é possível?
A Dona Quelhas vai ter um desmaio quando der por isso. Um desmaio, ou pior!
Pois pois!
Pelos vistos a História não influencia nada. Acontece e pronto!
É assim tipo uma série do Netflix, mas mais comprida! E há sempre novas temporadas!
Mais que as do “Doctor Who”, vejam lá! Inacreditável!
Parte II
“No caso da taxa única, a Lituânia é apontada como um exemplo a seguir, pois ultrapassou Portugal em PIB per capita. De facto, é um caso que merece reflexão. A taxa de suicídio da Lituânia é das mais altas do mundo, a segunda mais alta da UE. O sistema de educação pratica dos salários mais baixos da UE enquanto o desempenho académico dos estudantes se encontra abaixo da média da OCDE. Na saúde, este país tem hoje menos 52 hospitais do que em 1990 e a esperança média de vida é seis anos mais baixa do que a portuguesa. Com resultado semelhantes, a Letónia decidiu abandonar a taxa única de IRS em 2018. Por último, entre 1990 e 2020, a Lituânia perdeu um milhão dos seus 3,7 milhões de habitantes. A maioria emigrou à procura da melhores condições de vida. É uma catástrofe demográfica equivalente a uma guerra. Mas o PIB cresceu.”
Ruben Leitão Serém, Neoliberalismo à portuguesa II
Parte II
“No caso da taxa única, a Lituânia é apontada como um exemplo a seguir, pois ultrapassou Portugal em PIB per capita. De facto, é um caso que merece reflexão. A taxa de suicídio da Lituânia é das mais altas do mundo, a segunda mais alta da UE. O sistema de educação pratica dos salários mais baixos da UE enquanto o desempenho académico dos estudantes se encontra abaixo da média da OCDE. Na saúde, este país tem hoje menos 52 hospitais do que em 1990 e a esperança média de vida é seis anos mais baixa do que a portuguesa. Com resultado semelhantes, a Letónia decidiu abandonar a taxa única de IRS em 2018. Por último, entre 1990 e 2020, a Lituânia perdeu um milhão dos seus 3,7 milhões de habitantes. A maioria emigrou à procura da melhores condições de vida. É uma catástrofe demográfica equivalente a uma guerra.
Mas o PIB cresceu.”
Ruben Leitão Serém, Neoliberalismo à portuguesa II
“No caso da taxa única, a Lituânia é apontada como um exemplo a seguir, pois ultrapassou Portugal em PIB per capita. De facto, é um caso que merece reflexão. A taxa de suicídio da Lituânia é das mais altas do mundo, a segunda mais alta da UE. O sistema de educação pratica dos salários mais baixos da UE enquanto o desempenho académico dos estudantes se encontra abaixo da média da OCDE. Na saúde, este país tem hoje menos 52 hospitais do que em 1990 e a esperança média de vida é seis anos mais baixa do que a portuguesa. Com resultado semelhantes, a Letónia decidiu abandonar a taxa única de IRS em 2018. Por último, entre 1990 e 2020, a Lituânia perdeu um milhão dos seus 3,7 milhões de habitantes. A maioria emigrou à procura da melhores condições de vida. É uma catástrofe demográfica equivalente a uma guerra. Mas o PIB cresceu.”
Ruben Leitão Serém, Neoliberalismo à portuguesa II