Avatares de arte

Entre as várias conotações de avatar, uma deles aplica-se na perfeição à música, literatura e cinema que se tem produzido nos últimos anos.

Tal como no significado informático, onde o avatar representa alguém num contexto diferente, como um jogo ou um ambiente virtual, sem no entanto ser essa pessoa, também nos avatares da arte, a actual produção artística representa a arte, sem no entanto a ser – falta-lhe a arte.

Vem isto a propósito do filme “Avatar, o caminho da água”.

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Avatar, um filme de cowboys

Habitualmente chego tarde a tudo o que está na moda. Quando já não é novidade para ninguém, quando já é notícia requentada, chego eu. Aconteceu justamente isso com o “Avatar”, de James Cameron, que só agora fui ver.

E fiquei muito surpreendida ao descobrir que, afinal, o “Avatar” é um western. Um western altamente sofisticado, visualmente estonteante, um western no qual os cavalos são pterodáctilos e tudo vem por cima de nós, mas um western.

Daqueles tocados pela veia sensível, em que os índios são seres humanos e os cowboys bons se juntam a eles para derrotar os cowboys maus, e apesar de se saber que os terrenos escondem petróleo, não se viola o cemitério sagrado para os nativos.

Tão western que, no momento mais difícil da batalha, quando tudo parece perdido, eis que irrompe, milagrosamente, a cavalaria, sendo que, neste caso, a cavalaria consiste em criaturas aparentadas com as que existiram no nosso planeta algures no Jurássico. [Read more…]

Avatar, Nas nuvens e Estado de Guerra lideram nomeações para os Oscars

Sem surpresas, Avatar, Up in the air e The hurt locker surgem como os principais candidatos à vitória nos Oscars, apesar da presença de Precious em todas as principais categorias.  Os nomeados à cerimónia de 7 de Março foram anunciados esta tarde, em Hollywood.

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Pela primeira vez em muitas décadas há dez nomeados ao prémio maior, o de melhor filme. Up in the air, com George Clonney em grande forma num filme extraordinário, surge nos mais nomeados, a sete prémios sendo que seis nas principais categorias: filme, realizador, actor, actrizes secundárias e argumento adaptado.

Avatar tem nomeações para melhor filme e realizador, além das categorias técnicas, mas surge debaixo do chapéu do sucesso nas bilheteiras para ser encarado como o favorito. Inglourious Basterds, de Quentin Tarantino, é outros dos filmes em destaque, incluindo melhor filme, realizador, argumento original e actor secundário, mas tem apenas fortes hipóteses no argumento e no actor, o genial Christoph Waltz.

Também The hurt locker (Estado de guerra) surge em destaque, com indicações para melhor filme, realizador, actor e argumento.

Eis as principais nomeações:

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“Avatar” ganha terreno para os Oscars

“Avatar” foi o grande vencedor dos Globos de Ouro, destronando o favorito “Up in the Air” (Nas Nuvens) que estava nomeado para seis categorias. James Cameron venceu o troféu para Melhor Realizador, repetindo o feito de 1997, com “Titanic”. É a indústria de Hollywood e o 3D a ganharem terreno.

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O filme “Crazy Heart” valeu a Jeff Bridges o troféu de Melhor Actor Dramático. Foi o primeiro prémio da sua carreira, quase sempre feita de papéis secundários. Concorria contra George Clooney, Colin Firth, Morgan Freeman e Tobey Maguire. Sandra Bullock, mais conhecida pelos seus dotes em filmes cómicos, foi considerada a melhor actriz em filme dramático por “The Blind Side”.

Ainda na comédia, Robert Downey Jr, em “Sherlock Holmes”, arrecadou pela terceira vez uma estatueta. A já tradicional nomeação de Meryl Streep, desta vez redundou em prémio. Ganhou pela sétima vez, agora por “Julie&Julia”. “O laço branco” venceu na categoria de Melhor Filme Estrangeiro e “Up – Altamente” dominou o prémio de melhor animação.

Na televisão, “Dexter” foi a sérié que mais se destacou nos Globos de Ouro atribuídos pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood. É certo que perdeu o prémio de Melhor Série Dramática para o já crónico vencedor, “Mad Men”.

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O que se passa por esse mundo fora


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O filme de James Cameron está nas bocas do mundo. A caminho de ser o filme mais lucrativo de sempre, os críticos continuam divididos.
Agora surge uma outra polémica. O filme, dizem, não é próprio para pessoas sensíveis. A classificação, que impõe a idade mínima para poder ser visto, e que era aqui em Portugal «para maiores de seis anos», vai passar para um dos escalões acima. Se calhar até, «só para adultos». E isto porque, por esse mundo fora, há casos de depressões e até de tentativas de suicídio, provocados pelo visionamento do filme. Isto com pessoas sensíveis é assim!
Em Portugal, não há casos desses. Os Portugueses são fortes, física e mentalmente. As dificuldades por que passamos, os problemas de todos os níveis que vivemos, a falta de empregos, os ordenados baixos (para os afortunados que têm trabalho remunerado), a crise no ensino, a crise política, a crise económica, a crise e a crise, e ainda a crise governamental que a todos nos afecta, dão-nos uma capacidade (de sacrifício e de aguentar as adversidades) que se calhar os outros povos, chamados de evoluídos e economicamente estáveis, não possuem.
Desta forma não sofremos por não termos o que os outros têm. Não entramos em depressão porque há países nos quais os seus habitantes vivem muito melhor que nós. E acima de tudo não nos passamos dos carretos porque um filme retrata uma vida que não existe e que se existisse seria muito boa e até, quem sabe, fantástica.
Nós os Portugueses, somos fantásticos.

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Aventar… aliás Avatar

Pelos vistos só eu é que não achei fabuloso o Avatar…claro que tem uma animação espantosa, uns efeitos especiais de última geração…e o nome é um óbvio trocadilho que James Cameron quis fazer com o nome do nosso blog, mas que me interessa isso? A mim pelo menos essas questões técnicas não fazem parte do meu critério de avaliação do que pode ser um bom filme.

O que achei mesmo mais interessante foi o facto de dois dos principais filmes dos ultimos dois fins de ano, o Wall-E em 2008 e o Avatar em 2009 terem mais ou menos o mesmo tema: a forma como tratamos o nosso planeta.
Se Wall-E mostrava uma Terra apocalíptica abandonada ao lixo que os humanos já não queriam ou conseguiam suportar, Avatar documenta o estado mental (e as acções concretas) que nos leva a esse final.

Sim, eu percebi que o Avatar não é passado na Terra, mas toda esta história de explorar até ao tutano os recursos de uma região só porque eles valem rios de dinheiro, ou o por de lado qualquer questão ética porque importante mesmo é o futuro de uma corporação traz me à memória alguns exemplos terráqueos passados inclusive no nosso país…

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Avatar, um prodígio visual sem história

“Avatar” é um bom filme. Começa por ser um prodígio visual. É das mais impressionantes e belas coisas que o cinema já construiu. Só por isso, já vale a pena o preço do bilhete. Onde falha é na história. Simples mas fraquinha, cheia de clichés e ideias feitas. Mas, sejamos realistas, “Avatar” não existe por causa da história, que não passa de artifício, um veículo para os belos delírios visuais de um realizador que mostrou querer entrar para a história da sétima arte.

Francis Ford Coppola entrou na história do cinema na década de 70, dirigindo filmes que vão ficar no patamar da glória da sétima arte. Para ele, o cinema e a magia estavam associados de uma forma muito próxima. “As primeiras pessoas que fizeram filmes eram mágicos”, disse. As imagens em movimento eram, no final do século XIX, encaradas como magia. Para muitos, hoje, o cinema continua a ser pura magia. Para esses, entre os quais me incluo, James Cameron é um excelente mágico.

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Recuando ainda um pouco, a outra era faceta desta arte, recordo um dos criadores da Nouvelle Vague do cinema francês. Jean Luc Goddard apresentou há mais de vinte anos o que ainda hoje é uma premissa com grande fundo de verdade: “É uma pena que o cinema francês não tenha dinheiro e é uma pena que o cinema americano não tenha ideias”.

Em “Avatar”, que se deve tornar em breve o filme com melhor receita de bilheteira de sempre, houve dinheiro e houve ideias, muitas ideias. Não houve foi história para encher as ideias.

James Cameron sonhou com “Avatar” ao longo de 14 anos longos anos. Teve tempo para tudo. Para criar toda a sua magia, limar as ideias da maquinaria bélica, estabelecer as linhas detalhadas de um magnífico planeta, da fauna e da flora e, sobretudo, para deixar a tecnologia desenvolver-se a ponto de estarem reunidas as condições que considerava necessárias para realizar a película que imaginou. Não teve tempo apenas para construir uma história melhor.

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“Avatar” e as fronteiras de um novo cinema

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É um dos filmes mais aguardados do ano e tem estreia simultânea em todo o mundo. “Avatar” é a primeira longa-metragem realizada por James Cameron desde “Titanic”, película que açambarcou 11 Oscars, incluindo o de Melhor Realizador, em 1997. Projecto antigo de Cameron, que o imaginou há cerca de 14 anos, o filme teve a rodagem das imagens reais em 2005 e levou quatro anos de pós produção e de concepção das muitas – inúmeras – imagens por computador.

Cerca de 60 por cento das duas horas e 45 minutos de duração de “Avatar” são protagonizadas por actores reais, de carne e osso. Já os restantes 40 por cento são fruto de animação computorizada, denominada CGI. Realizado também em versão 3D, “Avatar” é um velho sonho de James Cameron, no qual o realizador e produtor empenhou muito do seu prestígio profissional para o fazer avançar. Afinal não é todos os dias que se podem investir mais de 250 milhões de dólares na concretização material de um filme, sem contar com as verbas para as necessárias acções de promoção.

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