OE2016: estrangulamentos e constrangimentos

cameron

via The Independent (http://ind.pn/209b6Pq)

O Governo reitera que “está tudo a correr bem”. Considerando o passado recente, este “correr bem” é extremamente duvidoso. Ainda por cima, se não correr bem, sabemos que é possível “*contatar o governo”,

contatar

esperar que haja “receção de *contato de qualquer recetor” e manter “contato permanente”.

contato

Estrangulamentos? Constrangimentos? Onde?

James Cameron chegou ao fundo!

Da Fossa das Marianas, é o terceiro homem a conseguir tal feito. Acompanhe esta missão no site da National Geographic.

Avatar, um filme de cowboys

Habitualmente chego tarde a tudo o que está na moda. Quando já não é novidade para ninguém, quando já é notícia requentada, chego eu. Aconteceu justamente isso com o “Avatar”, de James Cameron, que só agora fui ver.

E fiquei muito surpreendida ao descobrir que, afinal, o “Avatar” é um western. Um western altamente sofisticado, visualmente estonteante, um western no qual os cavalos são pterodáctilos e tudo vem por cima de nós, mas um western.

Daqueles tocados pela veia sensível, em que os índios são seres humanos e os cowboys bons se juntam a eles para derrotar os cowboys maus, e apesar de se saber que os terrenos escondem petróleo, não se viola o cemitério sagrado para os nativos.

Tão western que, no momento mais difícil da batalha, quando tudo parece perdido, eis que irrompe, milagrosamente, a cavalaria, sendo que, neste caso, a cavalaria consiste em criaturas aparentadas com as que existiram no nosso planeta algures no Jurássico. [Read more…]

O que se passa por esse mundo fora


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O filme de James Cameron está nas bocas do mundo. A caminho de ser o filme mais lucrativo de sempre, os críticos continuam divididos.
Agora surge uma outra polémica. O filme, dizem, não é próprio para pessoas sensíveis. A classificação, que impõe a idade mínima para poder ser visto, e que era aqui em Portugal «para maiores de seis anos», vai passar para um dos escalões acima. Se calhar até, «só para adultos». E isto porque, por esse mundo fora, há casos de depressões e até de tentativas de suicídio, provocados pelo visionamento do filme. Isto com pessoas sensíveis é assim!
Em Portugal, não há casos desses. Os Portugueses são fortes, física e mentalmente. As dificuldades por que passamos, os problemas de todos os níveis que vivemos, a falta de empregos, os ordenados baixos (para os afortunados que têm trabalho remunerado), a crise no ensino, a crise política, a crise económica, a crise e a crise, e ainda a crise governamental que a todos nos afecta, dão-nos uma capacidade (de sacrifício e de aguentar as adversidades) que se calhar os outros povos, chamados de evoluídos e economicamente estáveis, não possuem.
Desta forma não sofremos por não termos o que os outros têm. Não entramos em depressão porque há países nos quais os seus habitantes vivem muito melhor que nós. E acima de tudo não nos passamos dos carretos porque um filme retrata uma vida que não existe e que se existisse seria muito boa e até, quem sabe, fantástica.
Nós os Portugueses, somos fantásticos.

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Avatar, um prodígio visual sem história

“Avatar” é um bom filme. Começa por ser um prodígio visual. É das mais impressionantes e belas coisas que o cinema já construiu. Só por isso, já vale a pena o preço do bilhete. Onde falha é na história. Simples mas fraquinha, cheia de clichés e ideias feitas. Mas, sejamos realistas, “Avatar” não existe por causa da história, que não passa de artifício, um veículo para os belos delírios visuais de um realizador que mostrou querer entrar para a história da sétima arte.

Francis Ford Coppola entrou na história do cinema na década de 70, dirigindo filmes que vão ficar no patamar da glória da sétima arte. Para ele, o cinema e a magia estavam associados de uma forma muito próxima. “As primeiras pessoas que fizeram filmes eram mágicos”, disse. As imagens em movimento eram, no final do século XIX, encaradas como magia. Para muitos, hoje, o cinema continua a ser pura magia. Para esses, entre os quais me incluo, James Cameron é um excelente mágico.

Avatar

Recuando ainda um pouco, a outra era faceta desta arte, recordo um dos criadores da Nouvelle Vague do cinema francês. Jean Luc Goddard apresentou há mais de vinte anos o que ainda hoje é uma premissa com grande fundo de verdade: “É uma pena que o cinema francês não tenha dinheiro e é uma pena que o cinema americano não tenha ideias”.

Em “Avatar”, que se deve tornar em breve o filme com melhor receita de bilheteira de sempre, houve dinheiro e houve ideias, muitas ideias. Não houve foi história para encher as ideias.

James Cameron sonhou com “Avatar” ao longo de 14 anos longos anos. Teve tempo para tudo. Para criar toda a sua magia, limar as ideias da maquinaria bélica, estabelecer as linhas detalhadas de um magnífico planeta, da fauna e da flora e, sobretudo, para deixar a tecnologia desenvolver-se a ponto de estarem reunidas as condições que considerava necessárias para realizar a película que imaginou. Não teve tempo apenas para construir uma história melhor.

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“Avatar” e as fronteiras de um novo cinema

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É um dos filmes mais aguardados do ano e tem estreia simultânea em todo o mundo. “Avatar” é a primeira longa-metragem realizada por James Cameron desde “Titanic”, película que açambarcou 11 Oscars, incluindo o de Melhor Realizador, em 1997. Projecto antigo de Cameron, que o imaginou há cerca de 14 anos, o filme teve a rodagem das imagens reais em 2005 e levou quatro anos de pós produção e de concepção das muitas – inúmeras – imagens por computador.

Cerca de 60 por cento das duas horas e 45 minutos de duração de “Avatar” são protagonizadas por actores reais, de carne e osso. Já os restantes 40 por cento são fruto de animação computorizada, denominada CGI. Realizado também em versão 3D, “Avatar” é um velho sonho de James Cameron, no qual o realizador e produtor empenhou muito do seu prestígio profissional para o fazer avançar. Afinal não é todos os dias que se podem investir mais de 250 milhões de dólares na concretização material de um filme, sem contar com as verbas para as necessárias acções de promoção.

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