Esbracejando em areias movediças

Passos com dor de cabeça

O segurançasocialgate de Passos Coelho transformou-se numa gigantesca bola de neve cujo impacto é ainda difícil de quantificar. Não me entendam mal: não acho que vá acontecer nada de particularmente grave com o indivíduo, até porque o Sócrates está preso e isso já chega para serenar a turba até 2046 no que a punir escumalha partidária diz respeito. Mas a verdade é que, de cada vez que abre a boca para falar no caso, o primeiro-ministro enterra-se mais um bocadinho. Depois de vários dias a contar histórias, a contradizer o passado, a provar a sua incompetência e a demonstrar que honrar dívidas é coisa que nem sempre lhe assiste, Don Pedro Passos Tecnoforma Coelho de Segurança Social e Massamá teve mais um momento digno de figurar no Tubo de Ensaio ou na Mixórdia de Temáticas:

Houve anos em que entreguei declarações e pagamentos fora de prazo com coima e juros, umas vezes por distracção, outras por falta de dinheiro” (declarações ao semanário SOL)

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Parece-me fidedigno

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Roubei aqui.

Cara-de-pau

Apesar de ter tentado encarar o discurso do Primeiro-Ministro, ontem em Matosinhos, com algum espírito, o certo é que o seu conteúdo evidencia uma enorme “lata”, pelo que não há temperança que resista.

Ao cabo de 5 anos e meio a chefiar dois governos que nos conduziram a uma situação que além de desgraçada parece  ser a curto prazo completamente insustentável, vem falar de responsabilidade. É preciso desplante. Sabe “Senhor Engenheiro”:

– Verdadeira responsabilidade é assumir a incompetência de um governo que conseguiu aumentar, monumentalmente, a despesa pública, agravar, substancialmente, o défice das contas públicas, empolar, avassaladoramente, a dívida externa, colocar o índice de desemprego em níveis calamitosos, transformar a nossa justiça numa caricatura, permitir ao nosso sistema de saúde ter resultados muito, mas mesmo muito abaixo do que custa e gasta, ter um ensino público que além de inadequado e pouco produtivo, transmite uma enorme sensação de insegurança a quem a ele tem de recorrer, etc., etc., etc..

– Verdadeira responsabilidade é não atirar areia para os olhos dos eleitores e falar de Portugal como se fosse um oásis e um paraíso quando os Portugueses sofrem na pele todos os dias essa mentira.

– Verdadeira responsabilidade é não apregoar um estado social que não existe. Verdadeira responsabilidade é não culpar os outros pelo seu provável fim, o que irá acontecer devido à sua própria inépcia. Verdadeira responsabilidade é não enganar as pessoas e agitar-lhes o fantasma que os outros querem acabar com esse estado social quando a única coisa que pretendem fazer é permitir-lhe a sobrevivência e de uma forma que realmente seja justa.

– Verdadeira responsabilidade é assumir que se foi e é incompetente e demitir-se para que outros, bem mais válidos, possam conduzir os destinos do nosso País e encetar o caminho da recuperação e do desenvolvimento.

Sabe, verdadeira responsabilidade seria perceber que, neste momento, o “Senhor Engenheiro” não faz parte da solução, mas sim do problema. Mais, o “Senhor Engenheiro” é o problema!