Apesar de ter tentado encarar o discurso do Primeiro-Ministro, ontem em Matosinhos, com algum espírito, o certo é que o seu conteúdo evidencia uma enorme “lata”, pelo que não há temperança que resista.
Ao cabo de 5 anos e meio a chefiar dois governos que nos conduziram a uma situação que além de desgraçada parece ser a curto prazo completamente insustentável, vem falar de responsabilidade. É preciso desplante. Sabe “Senhor Engenheiro”:
– Verdadeira responsabilidade é assumir a incompetência de um governo que conseguiu aumentar, monumentalmente, a despesa pública, agravar, substancialmente, o défice das contas públicas, empolar, avassaladoramente, a dívida externa, colocar o índice de desemprego em níveis calamitosos, transformar a nossa justiça numa caricatura, permitir ao nosso sistema de saúde ter resultados muito, mas mesmo muito abaixo do que custa e gasta, ter um ensino público que além de inadequado e pouco produtivo, transmite uma enorme sensação de insegurança a quem a ele tem de recorrer, etc., etc., etc..
– Verdadeira responsabilidade é não atirar areia para os olhos dos eleitores e falar de Portugal como se fosse um oásis e um paraíso quando os Portugueses sofrem na pele todos os dias essa mentira.
– Verdadeira responsabilidade é não apregoar um estado social que não existe. Verdadeira responsabilidade é não culpar os outros pelo seu provável fim, o que irá acontecer devido à sua própria inépcia. Verdadeira responsabilidade é não enganar as pessoas e agitar-lhes o fantasma que os outros querem acabar com esse estado social quando a única coisa que pretendem fazer é permitir-lhe a sobrevivência e de uma forma que realmente seja justa.
– Verdadeira responsabilidade é assumir que se foi e é incompetente e demitir-se para que outros, bem mais válidos, possam conduzir os destinos do nosso País e encetar o caminho da recuperação e do desenvolvimento.
Sabe, verdadeira responsabilidade seria perceber que, neste momento, o “Senhor Engenheiro” não faz parte da solução, mas sim do problema. Mais, o “Senhor Engenheiro” é o problema!
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