– porque é que a Comunicação Social continua a tratar o Passos como primeiro, fazendo uma cobertura mediática de um deputado como se ele ainda fosse o que já não é?
Rui Rio e Passos perderam
As presidenciais estão aí, apesar do dossier legislativas continuar mais que aberto. O Professor Sampaio da Nóvoa veio a público afirmar a sua presença nesta luta, apesar do comportamento dos três partidos à esquerda que, na prática, estão a contribuir para o aumento de dificuldades do candidato. O PS de António Costa, depois de se comprometer a apoiar a candidatura, acabou por dar liberdade de voto aos militantes que terão Maria de Belém como segunda escolha.
Estando a decorrer as negociações entre os partidos, estranho o timing que o PC seguiu para apresentar o seu candidato. Tenho dificuldades em perceber o momento escolhido para apresentar um candidato que poderia aparecer num outro qualquer momento porque o “seu destino” é apenas um: marcar o voto dos adeptos comunistas. O BE continua em silêncio, mas ficarei muito surpreendido se não apoiar Sampaio da Nóvoa.
Do outro lado da barricada o sempre candidato Marcelo avançou e seguiu uma estratégia tão própria que já conseguiu, com uma única jogada, derrotar duas pessoas: Pedro Passos Coelho e Rui Rio. [Read more…]
O debate: e agora?
A intervenção de Passos Coelho no debate de ontem não foi brilhante, ou, para ser um pouco mais rigoroso, esteve mais próxima do desastre do que o regresso de Relvas à antena. Confirma-se a velha teoria: ninguém ganha eleições, porque, só quem tem o poder é que as pode perder. Ontem, voltou a ser assim. António Costa esmagou e agora corre, de forma clara, para ser o próximo Primeiro-ministro.
Com o que sabemos hoje, parece-me impossível uma maioria absoluta e por isso teremos o PS com um governo minoritário ou será que haverá uma coligação? Coligação com a coligação, parece-me uma impossibilidade. Coligação à esquerda? Em função do que vamos vendo, também não estou a ver como.
Alguém tem a resposta?
Vamos mesmo espingardar
Há textos belíssimos na sua forma, escritos de uma forma que apetece beber as palavras uma a uma e saboreá-las, devagarinho, como a um bom vinho de décadas. Ora, eu sou abstémio e é uma pena que quem escreve tão bem desperdice talento a espingardar em todas as direcções e mais algumas que surjam, à espera que um dia tudo passe.
A ponte é uma barragem
A direita mais reaccionária sempre teve um problema com a Ponte 25 de Abril. Foi assim em 1994 e é assim em 2013. Não é de estranhar, uma vez que, de cara lavada com as mãos igualmente sujas, os rostos do poder são os mesmos. [Read more…]
O hábito de não me habituar
Parafraseando Thomas Mann, tenho o ‘hábito de não me habituar’. Uma teimosia por contágio, talvez.
Quando Cavaco fala ao País, é impossível furtar-me à ideia de que aquilo que ouço e vejo não é disparate, pronunciado por alguém que consegue ter o porte empoleirado na petulância, recheada de balofo e tecnocrático pensamento. Não consigo acreditar nos discursos, nas propostas políticas e na arrogância de quem se julga monopolista da verdade. Mais uma vez, no famigerado ‘projecto de salvação nacional’ acabou de comprovar-se a razão do meu ‘hábito de não me habituar’. Daqui a umas horas, na comunicação ao País, haverá nova prova, estou certo.
Se ouço o Coelho – sem querer até eu e uma multidão entrámos na reunião da Comissão Nacional do PSD, na última semana – não consigo dissocia-lo do Monty Phyton em ‘Como Irritar uma Pessoa’. Quem se habitua a admirar Coelho? Por aqui também não consigo eliminar o ‘hábito de não me habituar’.
PSD e CDS, inocentes vítimas de uma maquinação diabólica do PS
Sim, Joaquim, claro que o PS tem muitas culpas no estado a que o nosso país chegou. Fui dos que mais atacou José Sócrates neste blogue. Claro que poderíamos continuar a andar para trás e falar dos 10 anos de cavaquismo, em que o défice cresceu como cresceu à custa do eleitoralismo de quem queria ganhar eleições, da mesma forma que a força produtiva do país ia desaparecendo.
Ou recuando mais ainda, poderíamos falar dos 800 anos de Monarquia, forma de governo profundamente ridícula e essa sim responsável pelo país que temos hoje.
Mas é a actual crise política que está em causa. Mais do que a crise económica e financeira, que seria exactamente igual se estivesse o PS a governar – com este PS, as medidas seriam as mesmas. As que a Troika mandasse.
E por muito que te custe, a actual crise política não tem nada a ver com o PS. A coligação PSD – CDS anda às turras há 2 anos. Passos Coelho diz uma coisa e Paulo Portas vem dizer outra. Passos Coelho anuncia medidas e Paulo Portas vem dizer que não aceita. Passos Coelho apresenta o rumo do Governo e Paulo Portas, no CDS, apresenta um rumo diferente.
Foi aí que começou a actual crise política. Que continuou com a demissão de Vítor Gaspar. E com a nomeação da nova Ministra das Finanças sem que Passos Coelho se dignasse a dar cavaco dessa decisão ao seu parceiro de coligação. E que teve um novo episódio com a demissão de Paulo Portas. E que culminou com a não-aceitação da remodelação por parte do Presidente da República. Que culpa é que o PS tem de tudo isto?
Se o PS cometeu algum erro na actual crise política, foi quando aceitou iniciar negociações com o Governo. Não o devia ter feito. Fazendo-o, permitiu que agora a Direita venha dizer coisas como as que tu dizes. Ditas como se nós fossemos todos burros.
Segundo resgate – Portugal é a Grécia e a desgraça
Cavaco admite maior probabilidade de segundo resgate de Portugal. Expressou esta opinião na reunião dos economistas a decorrer em Belém, segundo a imprensa; aqui, por exemplo.
O PR atribuiu a causa do aumento da probabilidade à crise política dos últimos dias. Certamente também contribuiu. Todavia, opiniões divergentes ponderam outros factores a influenciar o agravamento das perspectivas para Portugal.
Manuela Ferreira Leite, amiga de Cavaco e adversária severa do Governo de Passos e Portas, segundo o ‘Jornal de Negócios’, declarou ontem na TVI:
Tenho receio que estejamos numa situação muito pior do que aquela que nos é dada a saber.
Interrogando, a concluir, se a saída de Vítor Gaspar e o pedido de demissão do ministro Paulo Portas estão relacionados com a hipótese de se pedir um segundo resgate financeiro.
“Passos revogou
a irrevogável decisão de Portas”. Fernando Alves sobre a irrevogabilidade.
Vamos MESMO fazer greve às avaliações e aos exames
E, malta da TROIKA & friends, não se preocupem com as nossas dificuldades. A questão coloca-se de forma muito simples: o que tem a perder um Professor que dia 1 de setembro tem o despedimento como certo?
Isso mesmo – NADA!
Parece-me que, nunca como hoje, faz sentido este movimento que volta a UNIR TODOS OS PROFESSORES.
Na prática será assim: as avaliações não se realizam e por isso não há notas que permitam os alunos irem a exame e depois, no dia 17 de junho, voltamos à GREVE – é o dia do exame de língua portuguesa!
Crato, Cavaco, Portas, Gaspar e Passos: Se é guerra que querem, vamos a isso!
Timing errado
Até nisso somos uns tristes. Uma semana atrás e seria uma inspiração quase divina – sexta feira santa o Tribunal Constitucional matava o Governo, no sábado acontecia a visita ao sepulcro e no Domingo de Páscoa o Passos falava ao país.
Simuladores de Salários e do IRS para 2013
Confesso que me aguentei umas horas. Queria negar o destino. Percebi, enfim, que o tempo está longe de ser um bom conselheiro. Não resisti.
Mas é bem feito!
Não resisti e agora sinto-me roubado!
Gostava de vos transmitir, em palavras, o que sinto. Não consigo.
Deixo-vos apenas alguns links para que se possam juntar a mim no sofrimento ou quem sabe na rua:
– Público (xls);
– Expresso (xls);
– Jornal de Negócios (xls)
– SIC;
E, querendo ter muita gente comigo, em Lisboa, no dia 26, nada melhor do que a tabela dos roubos aplicados aos Professores.
Dinheiro do BANIF (II)
O Governo vai meter 1100 milhões de euros no BANIF. O salário mínimo nacional é de 482 euros. O que vão dar aos ladrões daria para pagar 2268041 de meses do salário mínimo ou seja, pagaria a 189003 pessoas o salário mínimo durante um ano…
O caso Passos, Relvas, dois coelhos e muitas cajadadas no estado
Em formato pdf e como foi investigado por José António Cerejo, vindo hoje a Público enquanto não o despedem.
Passos trocados
Diz a sabedoria popular que é preciso saber dançar consoante a música. Todavia, o que é popular causa enorme engulho à Extrema-Direita que está no poder. Sim, digo Extrema-Direita porque esta Direita não aceita a crítica nem a contestação, e mesmo quando recua, como na TSU, faz em amuo e com insulto, mimando os empresários de medrosos e de ignorantes. Numa exercitada arrogância, este Governo insiste em fazer o que não resulta, porque entende que não é ele quem está mal, é todo o resto do país. Para este Governo não há opiniões, pontos de vista ou alternativas: há aliados ou inimigos. E se o povo não se alia ao Governo, então é inimigo. Quem não está com o Governo está contra ele. E quem está contra o Governo não merece mais do que ser tratado de medroso ou ignorante, ou da sua condição de desempregado ser considerada como zona de conforto, ou de lhe ser apontada a emigração como futuro. Porque o Governo teima em querer dançar contra a banda, em ignorar a música da orquestra e insiste numa desconcertante coreografia de má execução orçamental, de falhanço retumbante de combate ao défice, de ausência de modelo económico adequado à realidade do país, de total ausência de medidas criadoras de emprego, de empobrecimento da classe média, etc. E faz tudo isto com passos de quem quer crescimento económico, com uma população com cada vez menos dinheiro para gastar; de quem quer a reconversão das empresas para a exportação sem apresentar caminhos, como se, por exemplo, a construção civil – grande base de emprego em Portugal – passasse, por magia, a produzir caravanas, rulotes, atrelados ou tendas de campismo ao invés de apartamentos ou moradias; de quem quer que as empresas sejam financiadas, mas sem obrigar a banca retirá-las da asfixia de falta de liquidez em que a esmagadora maioria se encontra, antes pondo os trabalhadores a financiar os patrões. Esta Direita de passos trocados, insiste na sua dança porque acha que a orquestra toda é que está errada e que os demais que dançam no baile e com quem colide, também. Todos estão errados, menos ela. E o pior é que não pensa nem age assim por mero capricho, é mesmo por convicção. E é isso que a torna verdadeiramente perigosa.
Relvas e Passos: maquiavélicos
Salários Médios Anuais na OCDE |
|||
USD | Euros | ||
1 | EUA | 37.351 | 26.519 |
2 | Luxemburgo | 35.365 | 25.109 |
3 | Suíça | 35.365 | 25.109 |
4 | Irlanda | 34.617 | 24.578 |
5 | Holanda | 32.426 | 23.022 |
6 | Noruega | 31.356 | 22.263 |
7 | Reino Unido | 31.246 | 22.185 |
8 | OCDE | 31.192 | 22.146 |
9 | Dinamarca | 30.665 | 21.772 |
10 | Bélgica | 30.546 | 21.688 |
11 | Austrália | 30.211 | 21.450 |
12 | Áustria | 29.824 | 21.175 |
13 | Canadá | 29.792 | 21.152 |
14 | França | 27.068 | 19.218 |
15 | Suécia | 26.146 | 18.564 |
16 | Finlândia | 25.352 | 18.000 |
17 | Japão | 24.069 | 17.089 |
18 | Espanha | 23.896 | 16.966 |
19 | Coreia do Sul | 23.587 | 16.747 |
20 | Itália | 23.186 | 16.462 |
21 | Eslovénia | 22.939 | 16.287 |
22 | Grécia | 19.514 | 13.855 |
23 | Portugal | 16.463 | 11.689 |
24 | Rep. Checa | 14.617 | 10.378 |
25 | Eslováquia | 13.290 | 9.436 |
26 | Hungria | 13.254 | 9.410 |
27 | Polónia | 13.050 | 9.266 |
28 | Estónia | 12.173 | 8.643 |
Em complemento e sintonia com outros ‘posts’ publicados no Aventar, aqui e aqui, parece-me oportuno reproduzir o Quadro de Salários Médios na OCDE, divulgado ontem no ‘Público’ (página 2).
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