Há oito dias, decorreu em Custóias – Matosinhos – um debate organizado pela Junta de Freguesia que pretendia debater o papel dos partidos na crise actual. O evento foi moderado pelo presidente da Junta organizadora e foram convidados membros de todos os partidos com assento parlamentar. Pelo PS esteve um jovem bastante confuso, cujo nome me escapa e que não conheço, pelo PSD esteve Vinha da Costa, pela CDU esteve José Pedro Rodrigues – ambos candidatos à Câmara de Matosinhos -, pelo Bloco disseram que estariam mas não estiveram e, no CDS, ninguém respondeu.
Do PS, a única coisa que retive foi que o seu representante tinha Marx no coração – está descoberto o segredo, é no coração que o PS guarda Marx. E o coração, minhas senhoras e meus senhores, é fundamental para viver o amor platónico. Um amor impossível, como a realidade demonstra, não correspondido, como prova a prática do PS. E sobre os afectos e o PS estamos conversados.
Da parte da CDU veio a responsabilização da autarquia e dos sucessivos governos do país por uma tentativa de descredibilização dos partidos, tomando todos como iguais e a parte pelo todo. Aqui, convergiram PS e PSD. O primeiro erro daquelas pessoas foi primário: referirem-se à sociedade como sendo exterior aos partidos, como se um militante de um partido não fizesse parte da sociedade, ou como se a sociedade pudesse subsistir sem partidos – sim, venham de lá Bakunine e Proudhon. O distanciamento reflectido nas palavras que tem o paralelo com a realidade. E isso percebe-se quando há partidos que estão longe das populações e das pequenas grandes questões que fazem a diferença, seja o encerramento dos CTT, seja uma paragem de transporte sem abrigo para quem dela usufrui.
No entanto, a grande revelação veio de Vinha da Costa e passou mais ou menos despercebida. [Read more…]
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