O denominado Movimento “Revolução” Branca é coisa que cheira a esturro. A ver se nos entendemos: neste momento não há candidaturas autárquicas, as eleições ainda agora foram marcadas e nem uma lista foi entregue nos tribunais.
Depois de o serem há um prazo para reclamações, e pelo menos um partido já avisou que reclamará contra todas as candidaturas encabeçadas por gente que pensa a política autárquica como uma profissão. Daí haverá recurso para o Tribunal Constitucional, que terá um prazo breve para se pronunciar. Espero que o faça de acordo com o óbvio e os princípios básicos do republicanismo.
Entretanto temos folclore. Uns juízes decidem sobre o que não existe a partir de queixas de quem não se candidatando não tem nada que meter o bedelho no assunto e sobre intenções de candidatura sem qualquer valor formal. Em democracia é assim, quem discorda vai a votos, tanto mais que existe a possibilidade de candidaturas autárquicas independentes (muito dificultadas, mas existe).
O dito Movimento “Revolução” Branca que se candidate, ou então ficamos pelo discurso salazarista anti-partidos. Convém lembrar que o Estado Novo também foi produto de uma Revolução Nacional, que lavou bem branco as responsabilidades da direita no afogar da República. E basta ver o vídeo de apresentação para perceber que isto é mais do mesmo. Nem o Carl Orff e o seu execrável homicídio da Carmina Burana falham.
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