Prospecção do Mercado

Pagai propinas à Universidade Católica! – sugere Sua Eminência Parda, o Senhor Arcebispo de Braga.
É o mercado de Inverno a funcionar, estúpidos!

ADEUS (7)

Onde tudo começou

A Educação, em Portugal, é gratuita?

As manobras e as contramanobras do governo à volta do tema da gratuitidade da Educação em Portugal servem para lançar uma cortina de fumo, com o objectivo declarado de vir a sobrecarregar os contribuintes com mais impostos disfarçados. A comunicação social, por desconhecimento ou colaboracionismo, vai ajudando o governo.

Numa reportagem de hoje, no Jornal de Notícias, várias pessoas chamaram a atenção para o facto de que, na verdade, a Educação já não é gratuita, em Portugal, há vários anos: para além dos impostos, a maioria dos encarregados de educação paga manuais, material escolar, transportes e refeições.

Limito-me a juntar algumas reflexões avulsas, só para lembrar que, entre outros problemas, e tendo em conta que as escolas têm ficado com cada vez menos tempo e com cada vez menos recursos, há crescentes dificuldades em proporcionar apoios mais individualizados aos alunos. Para além disso, verifica-se uma progressiva destruição das escolas como instituições que poderiam permitir a alunos mais desfavorecidos o contacto com determinados bens culturais, como a música, o teatro e outras artes e actividades fundamentais para o desenvolvimento harmonioso de qualquer jovem (o próprio desporto escolar sofreu cortes enormes).

Conclui-se, assim, que quem quer proporcionar aos filhos uma educação mais completa terá de pagar por isso. Tendo em conta o empobrecimento geral da população portuguesa e a ruína da Escola Pública, é fácil perceber que os jovens estão, na sua maioria, a ser afastados de uma educação com um mínimo de qualidade.

É claro que, entretanto, há entidades privadas a salivar por poderem deitar a mão à gestão das escolas, desde que o Estado as sustente: tendo em conta que, por exemplo, no sector privado, qualquer trabalhador está cada vez mais desprotegido, será fácil adivinhar que os professores poderão ser obrigados a dar ainda mais, continuando a receber cada vez menos, tal como acontece em muitos colégios, embora haja, sobre esse assunto, um muro de silêncio criado pela necessidade de sobreviver.

O ensino, em Portugal, num futuro próximo poderá ser gratuito para todos aqueles privados que passarem a receber do Estado e dos encarregados de educação.

Propinas no Secundário

Haverá desconto para jotinhas que prometam só largar os estudos depois dos 30 anos?

A ver se eu percebo…

Primeiro estebelecem obrigatoriedade escolar até ao 12º ano e depois começam a cobrar propinas? Percebi tudo mal, certo?

Vai viver um ano com o salário mínimo e depois falamos: Manuel Braga da Cruz

O reitor da Universidade Católica Portuguesa (UCP), Manuel Braga da Cruz, apelou ontem à “revisão do sistema de financiamento” do ensino superior, defendendo um aumento das propinas a pagar pelas famílias  (…) o reitor defendeu que “a sociedade, as empresas, as famílias, e os estudantes têm responsabilidades inalienáveis” e não podem empurrar “para as costas do Estado a obrigação quase exclusiva de financiar a universidade”.

O reitor defendeu que o actual modelo de financiamento é insustentável e “discrimina pela negativa” as universidades privadas, dando como bom exemplo o Reino Unido, que aplicou um “corajoso aumento de propinas para o nível do custo real”

 

Os estudantes tambem querem…

Proprinas nem vê-las, bolsas cheias e para todos. Cantinas, serviços sociais, tudo à borla que alguem terá que pagar.

 

Estes alunos do ensino superior que vão tirar cursos que depois lhes asseguram um rendimento muito superior a muitos dos contribuintes que lhes pagam as proprinas, reagem  ao fartar vilanagem em que se tornou o país. Tudo mama, porque não hei-de mamar tambem?

 

Todos deviam pagar, conforme as suas possibilidades, presentes e futuras, sendo que ninguem pode deixar de estudar por razões económicas. Um empréstimo bancário, avaliado pelo Estado e pago durante a vida profissional é uma medida justa.

 

Pessoalmente, não teria tido nenhuma dificuldade em pagar as proprinas ao meu filho, que cursou Arquitectura na Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa e como eu a maioria dos pais não têm dificuldade em pagar as proprinas. Sabemos bem que, por enquanto, a maioria dos pais dos alunos universitários continuam a ser economicamente privilegiados.

 

Reafirmo, com exclusão dos que não podem, todos deviam pagar. É inaceitável que num país onde as diferenças salariais entre os que têm cursos superiores e os que não têm, é abissal, se apoie financeiramente quem não precisa e quem em alguma fase da sua vida vai ganhar muito acima do contribuinte médio.

 

Que ninguem deixe de estudar por razões económicas! Que ninguem deixe de pagar se o puder fazer!