A extrema-direita europeia fala a língua de Putin. Ventura também.

Cito:

Eles mentem constantemente, pervertem factos históricos, levam a cabo ataques constantes à nossa cultura, à Igreja Ortodoxa Russa e a outras organizações religiosas no nosso país.

Vejam o que eles fizeram com os seus próprios povos: a destruição da família, da cultura e da identidade nacional, a perversão, o abuso das crianças e a pedofilia como norma. A norma do seu modo de vida.

Sacerdotes são forçados a abençoar casamentos entre pessoas do mesmo sexo. E eu quero dizer-lhes: leiam as sagradas escrituras, os livros de todas as outras religiões, está tudo ali. Incluindo que a família é a união de um homem com uma mulher. Mas os textos sagrados são agora questionados. [Read more…]

Deus, Pátria, Família e Trabalho: a tetralogia da treta, por André Ventura, parte II – PÁTRIA

Em Outubro passado, André Ventura esteve em Madrid para participar num comício do Vox, seu homólogo espanhol. Esforçou-se por falar castelhano, arranhando um péssimo portuñol, e gritou, em plenos pulmões, e com o entusiasmo de uma criança deslumbrada, vários “Viva España!”.

Três meses depois, em Janeiro deste ano, foi a vez de Ventura receber o amigo Abascal em Portugal. E Abascal não se esforçou minimamente por dizer uma palavra em português, optando por fazer a sua intervenção em castelhano.

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André Ventura, o candidato a Miguel de Vasconcellos de Abascal

Em 2020, a propaganda do neofranquista Vox apresentava um mapa de Espanha no qual Portugal surgia anexado, como se o 1 de Dezembro de 1640 não tivesse acontecido. Por altura do sucedido, André Ventura fez um dos seus números de contorcionismo e exigiu um pedido de desculpas ao partido do aliado Abascal, pedido esse que nunca aconteceu. E logo aqui vemos o patamar de nacionalismo em que se encontra o Chega: o da chalaça.

Seria de esperar, da má velha extrema-direita, que, perante ausência do vigorosamente exigido pedido de desculpas, se seguisse uma acção mais musculada, ou mesmo um corte de relações institucionais. Por muito menos – a data de um congresso – cortou com o CDS. Mas nada aconteceu, perante este insulto a ocidental praia lusitana. Aliás, tivemos até André Ventura a lamber as botas de Abascal, na passada semana, e a gritar “Viva España” num comício da extrema-direita espanhola. Querem ver que o projecto mal parido de Francisco Franco já ofereceu a Ventura uma pasta ministerial no hipotético governo da Ibéria?

Entretanto, o Vox voltou esta semana a cuspir na nação portuguesa e a apresentá-la, em novo mapa, como um anexo de Espanha. E de Ventura nem um tweet furioso, como é seu hábito por tudo e por nada. Nem piou. Meteu a viola ao saco e bateu a bola baixa. E aqui se vê a determinação e o nacionalismo do líder da extrema-direita. O amor à pátria termina onde começam as suas alianças políticas. Um hipócrita, portanto. Nada de novo.