Deus, Pátria, Família e Trabalho: a tetralogia da treta, por André Ventura, parte II – PÁTRIA

Em Outubro passado, André Ventura esteve em Madrid para participar num comício do Vox, seu homólogo espanhol. Esforçou-se por falar castelhano, arranhando um péssimo portuñol, e gritou, em plenos pulmões, e com o entusiasmo de uma criança deslumbrada, vários “Viva España!”.

Três meses depois, em Janeiro deste ano, foi a vez de Ventura receber o amigo Abascal em Portugal. E Abascal não se esforçou minimamente por dizer uma palavra em português, optando por fazer a sua intervenção em castelhano.

Pelo meio, os neofranquistas do Vox elaboraram o mapa que ilustra este curto texto, onde Portugal e as antigas colónias surgem como possessões da coroa espanhola. Amplamente criticado por cá, Ventura encenou a exigência de um pedido de satisfações, ao que a extrema-direita espanhola respondeu tratar-se de um mapa que celebra a unidade dos dois impérios, que são mais fortes quando estão juntos. Juntos sob o poder de Madrid, claro está.

E Ventura, o que fez?

Nada. Nem um tweet furioso, como é seu hábito por tudo e por nada. Nem piou. Meteu a viola ao saco e bateu a bola baixa. E aqui se vê a determinação e o nacionalismo do líder da extrema-direita. O amor à pátria termina onde começam as suas alianças políticas.

Penso que estamos esclarecidos sobre o patriotismo de André Ventura.

Comments

  1. Joana Quelhas says:

    O Mendes é de esquerda.
    O Mendes é Humanista. Ama a Humanidade.
    O Mendes é Multiculturalista.
    O Mendes é assim.
    Quando alguém pensa diferente dele o Mendes esquece aquilo que nunca foi.
    Ele esquece a “Multiculturidade” porque apesar dele amar a Humanidade odeia o seu semelhante. E tem razões para isso , quem manda ao seu semelhante pensar diferente dele ?

    O Mendes acha que ser “anti-multicultural” e “xenofobo” é querer que os imigrantes aprendam a língua portuguesa e ao mesmo tempo Multicultural e anti-Xenofobo” exigir que um visitante por curto espaço de tempo fale português

    Razão tinha Graucho:
    Estes são os meus valores, mas se não lhe agradarem eu arranjo outros.

    Joana Quelhas

    • POIS! says:

      Pois Vosselência, ó Quelhas…

      Também conhece o Graucho? Tem-no visto? Como é que o gajo está?

      Há muito tempo que ninguém lhe põe a vista em cima, carago!

      Ultimamente acho que se governava a vender almotolias em segunda mão na Feira da Vandoma e, nas horas livres, criava abetardas de corrida e vendia rissóis de caracoletas para fora.

      Quando o voltar a ver peça-lhe lá mais umas citaçõezinhas, mas sempre com cuidado! Tudo o que meta cs e fs, só em alemão!

      Vosselência sabe do que estou a falar!

      • Teresa Palmira Hoffbauer says:

        POIS! POIS!
        Em ALEMÃO!
        E o POIS estudou a lindíssima língua de Johann Wolfgang von Goethe?!

    • Quem era o Graucho? Um marxista de Rio Grande do Sul?

    • João Mendes says:

      Mais uma coisa sobre o Mendes: o Mendes quer que tu te fodas, troll com vários heterónimos, masculinos e femininos. Tu e toda a merda fascista que representas.

  2. Fernando Manuel Rodrigues says:

    Por este andar, a “tetralogia” não vai acabar em tempo útil (LOL)

    Vai acontecer como com a Guerra do Tronos. Arranjamos um final provisório (o resultado das eleiçõ3es) à espera que o Mendes escreva a “versão definitiva da História”

    • POIS! says:

      Pois mas…

      Tenho uma alternativa.

      Arranjamos antes um venturoso funeral provisório.

      E o Mendes continuará a escrever quando e o que lhe apetecer, digo eu.

      Vosselência bem se arma em mestre de cerimónias, mas creia que é uma profissão sem futuro.

      • POIS! says:

        E o Mendes acaba agora mesmo de publicar a terceira parte da “tetralogia”.

        Afinal há final. E, desejavelmente, provisório funeral.

        E, realmente, há profissões sem futuro…

    • João Mendes says:

      Vai vai, cheganito. Já lá está mais uma (LOL)

    • Paulo Marques says:

      Mas a história já não tinha acabado, segundo os seus? E afinal deu nisto?
      Andaram-me a enganar, caralho.

  3. JgMenos says:

    O nosso patriotismo sempre andou a par da fácil comunicação com outros povos.
    E se a Grandeza é necessária aos espanhóis para manter a Espanha unida, é problema com que lidamos há séculos com a tranquilidade de mantermos as fronteira.
    Nunca fomos espanhóis; tivemos três reis espanhóis.

    PS: A mesquinhez, aqui representada pelo Mendes, sempre nos impediu de proclamar grandeza

    • POIS! says:

      Pois, mas se me permite uma cahega, ó Menos

      O que nos impediu de proclamar grandeza foram condições objetivas de caráter muito sensível.

      Com efeito, se tentássemos engrandecer-nos, mais cedo ou mais tarde iriamos embater em Andorra.

      Estaríamos preparados para um tal conflito? Não creio! Seria uma situação verdadeiramente insustentável!

  4. JgMenos says:

    Reparo agora que o mapa traduz um tempo em que dois reinos independentes, representados pelos seus símbolos nacionais, tinham um mesmo rei.
    Na África tínhamos a linha de costa…
    O único comentário que merece é – anacrónico.

    • POIS! says:

      Ora muito bem!

      Por favor, Mendes, mude lá o mapa!

      Não duvidemos do que afirma o Menos. Ele estava lá!

      Aliás aparece na imagem. Está atrás do pano à espera que o índio saia para entrar.

  5. Teresa Palmira Hoffbauer says:

    José Saramago — um escritor comunista, cuja obra literária muitíssimo admiro — também acreditava em que PORTUGAL e espanha eram mais fortes quando estivessem juntos. Juntos sob o poder de Madrid, claro está.

    • POIS! says:

      Bem, se estivessem juntos…

      Onde estaria o poder seria de nulo interesse..

      Importante seria QUEM estava no poder!

      Penso eu de que.

    • João Mendes says:

      E quando é que José Saramago se candidatou a deputado, com o intuito de governar Portugal, apresentando-se como o maior dos patriotas, enviado por Deus?

      Nunca.

      De maneira que é um whataboutism que de nada mais serve, nem muda um milímetro o que escrevi.

  6. Filipe Bastos says:

    Em abono da verdade, não me lembro de ver um espanhol a tentar falar português: seja nacionalista, fascista, marxista ou trapezista, é impossível a um espanhol, sem uma arma apontada ou um esforço quase sobrehumano, emitir duas palavras em português.

    E nem é só português; este só nos choca mais por ser tão parecido. Terá a ver com a escola, a dobragem dos filmes, alguma deficiência congénita, não sei. Certo é que povos assim, e há outros, parecem um bocadinho tolos; para não dizer estúpidos.

    Da hipocrisia do Ventura, nada de novo. O pulha só engana quem quer ser enganado. Quem é mesmo estúpido.

    • POIS! says:

      Ó Bastos, “povos tolos”? “Povos estúpidos”?

      Quantos portugueses já viu a tentar falar alemão?, Isto já para não dizer chinês, swahili, iémenita. Lá pela China, África e Médio Oriente somos mesmo um “povo estúpido”, não é?

      Acha que o português “se apanha” assim tão intuitivamente?

      Já ouviu os galegos a falar? Que língua é aquela?

      Já ouviu catalães a falar português? E valencianos? Eu já ouvi.

      Outra pista: já reparou que os belgas e as pessoas de leste aprendem português com maior facilidade que, por exemplo, a generalidade dos ingleses (já para não falar dos americanos…)?

      Já ouviu algum português a falar espanhol?

      Quando, se é língua língua que não existe? Em rigor chama-se castelhano. Foi promovido a “língua única” pelo Franquismo, que proibiu todas as outras línguas ibéricas. Com enorme sucesso, pelos vistos!

      Sabe quantas vogais tem o castelhano? E o português?

      Já viu algum português a tentar falar castelhano sem aprender primeiro “porque é parecido”? Fica parecido, fica! Com a língua dos palhaços daqueles circos pobrezinhos!

      Dou-lhe alguns temas para próximos comentários sobre espanhóis: adoram touradas, tocam castanholas até na praia, têm cinturas finas porque usam faixas para apertar a barriga, as mulheres usam brincos até aos pé e tomam banho de perfume todos os dias, há largadas de touros todos os domingos depois da missa, as espanholas são umas depravadas e vestem saias aos folhos até aos pés, de tecidos às bolinhas, come-se muito mal em todo o lado, passam o dia a comer tapas e a beber cervejolas, dormem a sesta todos os dias, não almoçam nem jantam, fumam tabaco malcheiroso, trabalham cinco horas por dia e o resto é passeio, falam muito alto, o padrinho dorme com a noiva na noite de casamento, bebem carradas de absinto, snifam coca ao pequeno-almoço…

      Por enquanto, fico por aqui. Se precisar de mais, diga.

  7. estevesayres says:

    A jornalista Daniela Santiago, escreveu um livro de grande interesse politico e social; “das melhoras narrativas da não-ficção”; sobre a extrema-direita espanhola ,francesa, italiana, húngara (“parentes de uma família internacional que Bastonário e Trump também integram”), e que tem como título ” A Tempestade Perfeita”!
    Os fascistas e neofascistas estão por cá (sempre estiveram)….
    O nosso problema, é que a pequena-burguesia estalada no poder político, nada tem feito para denunciar esta canalha!!! Depois não digam que não foram avisados!

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