A Grécia escuta a segunda trombeta do apocalipse

Depois o segundo anjo tocou a sua trombeta e uma grande montanha de fogo abrasador foi lançada ao mar. Uma terça parte do mar transformou-se em sangue, uma terça parte dos animais do mar morreu e uma terça parte dos navios naufragou.

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E ao final da segunda semana de governo de esquerda, radical, comunistas, vade retro tarrenego Tsipras belzebu, ainda há gregos, ainda comem e dormem, e o mundo não acabou.

Mas treme. Vítor Bento, esse acérrimo defensor da austeridade e um dos seus teórico-filósofos viu as trevas e cegou. Na senda de uma Ferreira Leite, mais sério que um Carlos Abreu Amorim.

A Áustria, pátria dos hayekes, dos mises e de seu pai Adolfo, critica a Alemanha e encontra lógica na proposta grega (por menos que isto já foram anexados uma vez, devem querer repetir a dose). Já não tinha chegado a recepção de um ministro do partido da Margaret  Pinochet ao Varoufakis, meu deus? [Read more…]

Portugal tem um novo patriota

Chama-se Vítor Bento. Vítor Vento para o Expresso.

Com o mal dos outros posso eu bem…

«Vítor Bento: Portugal tem tido um ajustamento mais suave que outros países.» O caminho, então, é…

Vai viver um ano com o salário mínimo e depois conversamos: Vítor Bento

“Importa proteger o talento, remunerar o talento. Há um caminho perigoso do igualitarismo, que defende que todos devemos ser igualmente pobres, que hostiliza a diferenciação remuneratória”, afirmou Bento durante um colóquio sobre diplomacia económica promovido pela comissão parlamentar dos Negócios Estrangeiros. in Público

Em 2010 Vítor Augusto Brinquete Bento recebeu 450 000 euros como presidente do conselho de administração da SIIBS. Como andou pelo Banco de Portugal é provável que tenha tido mais diferenciações remuneratórias. No Conselho de Estado substitui Dias Loureiro, outro grande combatente contra o caminho perigoso do igualitarismo.

São políticos e analistas à portuguesa, com certeza

Olho as notícias do dia. Começo perturbado, mas acabo sereno. O ‘bloco central’ anda a circular sobre socalcos. Compreende-se. O tempo é de vindimas. Até ao terreiro da adega o caminho é sinuoso e acidentado. Uma vala funda aqui, um segmento plano acolá, e lá vai a trôpega marcha.

Aos solavancos, conseguimos, porém, chegar à Madeira e ficamos mais descansados. Vimos Sócrates e Jardim muito, muito sorridentes e cordatos. Uf! – Suspiramos e aliviados concluímos: – Se calhar vamos ter acordo orçamental. Porreiro pá!  

Chegados ao “Contenente”, o optimismo desmorona-se. Passos Coelho, a propósito da revisão constitucional, afirma querer acabar com o fim da intoxicação pelo PS. Ora esta! – exclamamos. Há momentos, na “iilha”, os outros dois estavam tão enlevados e eufóricos, e agora o Coelho está fulo com os socialistas? Apreensivos, deduzimos: – Se calhar a tensão nas relações inviabiliza o acordo orçamental. Porra pá!

Desiludidos e abatidos, resolvemos esquecer o problema. Que se lixem os gajos, o orçamento e o resto que congeminamos, mas recusamos escrever!

Com a questão posta de lado, azar o nosso, viemos parar a esta recomendação de leitura. Outra vez o maldito orçamento! – lamentámos – mas não resistimos e seguimos a recomendação. Prosseguimos na aventura e, com espanto, lemos que o economista Vítor Bento assevera: a não aprovação do orçamento não é drama nacional.

Tivemos de gritar, em simultâneo: – Porra pá, porreiro pá! Andámos a ouvir de gentes de grande sabedoria – o Prof. Cavaco Silva, o Eng.º Sócrates, o Prof. Marcelo e outros – o sério aviso de ser imprescindível o acordo parlamentar sobre o OGE para 2011. De súbito, o Bento – nunca um apelido foi tão merecido – numa penada desfaz preocupações e sofrimentos. Que se tramem a Fitch, a Moddy’s, a UE, o BCE e o agravamento das contas do Estado! Se necessário, com elevado sentido patriótico, cá estaremos para pagar mais impostos.

Temos de acreditar nas nossas elites. Somos um povo com fé e eles são políticos e analistas à portuguesa, com certeza. Não é porreiro pá?