No Dia de Reis: de Eça de Queiroz para o Carlos Loures

“E depois, nem tudo são tristezas: também temos as nossas festas! E para as festas tudo nos serve: o 1º de Dezembro, a outorga da Carta, o 24 de Julho, qualquer coisa contanto que celebre uma data nacional. Não em público – ainda não podemos fazer -, mas cada um em sua casa, à sua mesa. N’esses dias colocam-se mais flores nos vasos, decora-se o lustre com verduras, põe-se em evidência a linda e velha Bandeira, as Quinas de que sorrimos e que hoje nos enternecem – e depois, todos em família, cantamos em surdina, para não chamar a attenção dos espias, o velho hymno, O Himno da Carta… E faz-se uma grande saúde a um futuro melhor!”

A Catástrofe, Eça de Queiroz

Comments

  1. Carlos Loures says:

    Muito obrigado. Já tinha ouvido o «Hino da Carta». A musica é bonita (não tão bela quanto «A Portuguesa»); a letra, tem, segundo julgo saber uns «Viva o Rei!». A bandeira era inegavelmente mais harmoniosa do que a actual e aí perfilho a opinião do velho Guerra Junqueiro: devíamos ter mudado apenas o escudo de armas – tirar a coroa e colocado a esfera armilar. Mas a dar-me prendas destas, não se admire se um dia destes levar com «A Internacional»… Cada um dá aquilo de que mais gosta e nisso reside a verdadeira generosidade. Um abraço.

  2. Nuno Castelo-Branco says:

    Por acaso, até lhe deixo aqui uma lista de hinos bonitos. Como se eu tivesse alguma coisa contra a Magnífica Internacional, pá…

    1. Giovinezza (ehehehehe, já estou a imaginar o Carlos a coçar-se todo, mas a marcha é mesmo bonita).
    2. Avante Camarada (a versão da Manuela Bravo é espectacular. Acho que é a voz dela).
    3. O Horst Wessell dos alemães de 33-45.
    4. O hino da RP China
    5. O hino de Cuba
    6. O hino da RDA
    7. O hino peronista

    etc, etc e etc e tal. Já agora,

    Djen Pobiedy (O Dia da Vitória, na versão que todos os 9 de Maio é cantada na Praça Vermelha, em Moscovo)

    Vá lá e agora?

  3. Luis Moreira says:

    Sem a coroa, a bandeira é linda. E quem coloca aqui o “Hino da Maria da Fonte”? (sem coroa, não fica tão cheia…)

  4. Carlos Loures says:

    Conheço muito bem a Giovinezza (primavera di belleza), o Hino da China Popular tem uma versão magnífica do Ray Charles, o Hino de Cuba. O peronista não conheço, mas o actual tem quase a extensão da «Aida». E lembro-me do antigo hino do Benfica (sem letra) que a lagartagem dizia ser como o peixe espada – chato e comprido. Os hinos são bonitos – às vezes as ideias que estão por detrás…

  5. Luis Moreira says:

    Mas se o Eça escreveu isto …
    Há uma bela exposição no Quartel do Carmo sobre a bandeira nacional, desde os primórdios da Portugalidade até às diversas hipóteses que ficaram pelo caminho.
    Aproveita-se e visita-se as catacumbas do Convento, o próprio convento com o túmulo original de D. Nuno Alvares Pereira, as instalações onde Marcelo Caetano se rendeu ( há lá um livro com uma bala perdida incrustada), uma vista maravilhosa sobre o tejo e a cidade, belos restaurantes ali no largo salgueiro maia…
    A vida é bela…

  6. Carlos Loures says:

    Dia 9, Luís, coloco o hino da Maria da Fonte, cantado pelo Vitorino. E explicarei porquê num post sobre os alvores do republicanismo.

  7. Nuno Castelo-Branco says:

    Já agora, Carlos e aquela história fabulosa que se refere à guerrinha entre Mussolini e Estaline que disputavam a honra de enterrar o cadáver de Sorel? ehehehehehe. Enfim…

    Luís, ena pá e eu nem sabia que podia entrar no Quartel do Carmo. Vou lá o mais depressa possível e depois conto.

    Eheheheh, gostei dessa do hino do Benfica, longo como o peixe espada, eheheheh. Mas da letra só me recordo das papoilas saltitantes, ehehehehe, fico sempre a rir, imaginando aqueles brutamontes como papoilas saltitantes.
    Não sou fanático, tenho amigos do Porto, Benfica e outros. Era só o que faltava, tratar mal alguém por causa de um jogo?!

  8. Nuno Castelo-Branco says:

    Ó Carlos, se fizer isso, eu faço logo um exorcismo e coloco exactamente o mesmo hino da Maria da Fonte, cantado pelo Vitorino – é o melhor -, mas com as imagens “daquele dia” do 31 da Armada, ehehehehehe
    Aqui está o link:

    [youtube http://www.youtube.com/watch?v=tyNMQ_fWre4&hl=en_US&fs=1&%5D

  9. Carlos Loures says:

    O verdadeiro hino do Benfica não é o que canta o Luís Piçarra – tem mesmo uma cadência solene e é muito extenso (por acaso, é mesmo chato). Acho que foi proibido por motivos políticos. Hei-de tirar a história a limpo e contá-la-ei aqui. Também não sou fanático, mas prefiro que o Benfica ganhe – zangar-me com alguém por causa do futebol? Está fora de questão.

  10. Carlos Loures says:

    Por hoje, terminei. Viva a República! Viva o Comunismo! Viva o Benfica! Façam o favor de ser felizes (Solnado).

  11. Fernando Moreira de Sá says:

    “E lembro-me do antigo hino do Benfica (sem letra) que a lagartagem dizia ser como o peixe espada – chato e comprido”,ehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehe.

    Desculpem este momento mas não resisti, ehehehehehe.

  12. maria monteiro says:

    «Há uma bela exposição no Quartel do Carmo …» uma vez perto do 25de Abril deparei-me com uma fila de gente para entrar e então também fomos. Foi uma agradável surpresa ver o QCarmo aberto ao público e com visitas guiadas. É sempre de repetir a visita e admirar a vista da varanda que dá para o Rossio…

  13. Carlos Loures says:

    Hoje vi o vídeo do hasteamento da bandeira monárquica na varanda dos Paços do Concelho. A única coisa interessante é a bela interpretação do Vitorino. O Darth Vader do 31 da Armada, dá-me a ideia que se acagaçou e deixou a bandeira a meia-haste – como competia, aliás ehehehehehehehehehehe

  14. Nuno Castelo-Branco says:

    Por acaso, sei o que se passa. Pelo que me disse o “Vader”, a roldana não está em boas condições e assim, teve que ficar a 3/4 do topo.
    Quanto a meia haste, já estamos assim há que séculos!

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