Há quatro hipóteses

Nazis, fascistas, comunistas, extrema-esquerda, trotskistas, chamem-lhes o que quiserem. São todos da mesma família.

O autor desta frase é:

a) analfabeto
b) idiota
c) idiota e analfabeto
d) um discípulo de João Almeida 

Comments

  1. Vasques says:

    É um discípulo do menino João Almeida, um betinho parvalhão. Ando com um bolo de natas numa saca do Pingo Doce há um mês, para chapar na cara do beto mas, azar meu e sorte dele, não o tenho visto.

  2. J.P. says:

    Alguma vez leu Hannah Arendt, por exemplo?

  3. Que remédio tive eu. E já agora, já leu ao menos uma biografia de Trotsky, já para não falar na sua obra propriamente dita?

  4. maria celeste ramos says:

    O mestre reconhece quando o discípulo está pronto

  5. J.P. says:

    Li a biografia do Deutscher. Do Trotsky lui-même li ensaios avulsos.

    No que é que discorda da tese arendtiana sobre a questão dos totalitarismos?

  6. A separação autoritarismo/totalitarismo. Todas as ditaduras são ditaduras, não tem gradações consoante a maior ou menor carnificina. Compreendo que isso incomode um judeu ou, com maioria de razão, um cigano, mas a mim incomoda-me que por conta disso se classifique o salazarismo como um mero autoritarismo. Puro branqueamento das ditaduras de direita.
    Quanto à ideia de meter Estaline e Hitler no mesmo saco, o que até é justo, peca por não entender as diferenças entre o socialismo versão estalinista e o socialismo por exemplo na versão de quem combateu Estaline dentro do próprio PCUS, antes de levar com qualquer coisa na cabeça por isso mesmo. E nem sou trotskista: simplesmente não deito fora o Marx porque a água do banho foi suja por um pequeno grupo totalitário.

  7. Zuruspa says:

    Caro JJC, vou-te pedir emprestado esse comentário #8 que está excelentíssimo, e prometo que quando o usar vou referir o seu autor original!

  8. Nuno Castelo-Branco says:

    Apenas alguns problemas, entre os quais a proeminência de Trostky amplamente respaldada por certos interesses todo poderosos de Nova Iorque, onde aliás se encontrava bem financiado e ainda melhor instalado. Mais exactamente, após a derrota russa frente aos japoneses (1905), os EUA, a Alemanha, o Reino Unido e a França observavam com preocupação o fulgurante desenvolvimento industrial da Rússia, coisa que tornaria inevitável a evolução do regime de Nicolau II. Pior ainda, esse poder teria repercussões imediatas na balança do poder, precisamente na Europa. Pela vontade dos generais e apesar da repugnância do Kaiser que tinha a plena consciência do que significavam os bolchevistas, os alemães fizeram transportar o bacilo Lenine até S. Petersburgo. O que depois se passou, é conhecido: tomada do poder e destruição de qualquer hipótese constitucional, rendição total aos pés da Alemanha – de facto a Rússia ficou grosso modo com as fronteiras que hoje possui – e a guerra civil onde o Sr. Trotsky mostrou quem era como estratega e e mata- “inimigos”. Safa…

  9. J.P. says:

    #8

    A Arendt não “grada” ditaduras consoante a carnificina. Onde é que foi buscar essa ideia? Pelo contrário, ela identificou uma natureza nova e diferente nos regimes soviético e nazi – essa natureza não é necessariamente expressa pela violência do aparelho repressivo.

    Porque razão “meter Estaline e Hitler no mesmo saco” implica não entender umas ou outras diferenças? Em ambos os regimes houve tentativas de decapitação da liderança ou de “luta contra abusos/desvios/corrupção/etc” por elementos fiéis à ideologia de base.

    O que me parece absurdo é meter no mesmo saco o regime nazi ou do Khmer Vermelhos com os de Ben Ali na Tunísia ou do Lee Kuan Yew em Singapura – não pela maior ou menor violência mas pela extensão do poder político, pela politização de tudo.

    A sua abordagem a este assunto parece terrivelmente emocional e pessoal. Não é desejável tentar refutar teorias porque elas o incomodam – ou agradam – a si, a um judeu, a um cigano ou seja a quem for. As teorias valem pelo que são, não por quem as afirma ou pelos sentimentos emocionais que possamos nutrir por elas.

  10. Cada um tenta afastar as emoções, e a ideologia, das suas análises, razão pela qual existe uma ciência chamada História onde se podem, ou não, usar umas metodologias profiláticas (nunca investigaria sobre um regime que vivi, por exemplo, o que não me impede de pensar o mundo onde existo).
    Essa “natureza nova” não tem novidade nenhuma, apenas traz para o séc. XX práticas correntes em séculos anteriores. A politização de tudo sempre existiu, de acordo com as formas institucionais de cada época.
    Um exemplo muito global: qual a diferença em termos teóricos (que em termos históricos ela existe) entre o culto nazi ou o marxismo de catequese e a religião obrigatória com suas inquisições que vigorou por todo o lado pelo menos até ao séc. XIX?
    Já no séc. XX, que se pretendia o século da democracia, por isso mesmo não faz sentido classificar ditaduras com gradações diferentes: numa ditadura a proibição do outro enquanto ser que se pode exprimir existe sempre. A repressão nem sempre precisa de muitos cadáveres, porque o seu sustento é o medo, e esse é o maior horror do século. A própria guerra serviu sempre o medo.
    Quando ao Hitler/Estaline não nego as semelhanças repressivas, vejo é as diferenças na natureza do regime. A Alemanha nazi manteve grosso modo o mesmo modelo de capitalismo, o mesmo tipo de poder económico e social. A URSS criou um modelo de capitalismo diferente, varreu o antigo poder económico, e isso faz diferenças.
    Para usar um exemplo muito vivinho da silva: onde colocaria a China de hoje? não será um regime totalitário com que todos convivemos e que até nos compra a EDP? tanto mais que Pol Pot é filho de Pequim…

  11. J.P. says:

    “Essa “natureza nova” não tem novidade nenhuma, apenas traz para o séc. XX práticas correntes em séculos anteriores. A politização de tudo sempre existiu, de acordo com as formas institucionais de cada época”

    Bem, então a sua discordância com a Arendt – e com quase todos os cientistas políticos que estudaram e estudam a questão dos totalitarismos (por exemplo, o Giovanni Amendola, o anti-fascista italiano que cunhou o termo) – é esta e não qualquer outra.

  12. J.P. says:

    A natureza do regime nazi e soviético era idêntica e ia muito para lá da virulência do aparelho repressivo.

    O actual regime chinês é autoritário mas não totalitário. Já no caso do regime maoísta, as coisas serão diferentes – embora a Arendt fosse ambivalente quanto à classificação do regime maoista como totalitário, ela não sabia muita coisa que hoje é conhecido.

    Você tem a certeza que conhece os critérios conceptuais clássicos utilizados para diferenciar totalitarismos e autoritarismos?

  13. Tito Lívio Santos Mota says:

    falta a alínea e) monárquico

    LOL, em Nova Iorque…

    O homem morreu no México e a mando do Staline

    estes fascistazitos de meia tigela são todos iguais monárquicos armados ao pingarelho, Js do PSD e quejandos, lepenistas, anarco-pum-puns, etc.
    Lançam umas bacoradas difamatórias para o ar, e ficam à espera para ver se cola.

    NOJO !

    PS : eu não sou Leninista nem Trotskysta, mas dei-me ao trabalho de os ler.
    é verdade que nunca li os “escritos” do Duarte transmontano mas dei uma vista de olhos nas entrevistas (tragi-cómicas) que ele tem dado à Caras e à Nova Gente… uma barrigada de riso nunca se recusa 😉

    • Nuno Castelo-Branco says:

      Deve ter lido Lenine e Estaline na versão dos Almanaques Disney de certeza absoluta. Vá lá, romanize-se um bocadinho e dê alguma justificação ao nome que lhe puseram na pia baptismal.

Trackbacks

  1. […] Não sei que espécie de fascínio sinistro terá o João José Cardoso por tudo que escrevo, mas sendo que discorda sempre, tomo isso como um sinal de que este humilde blogger vai dizendo umas coisas acertadas. E já que me deu a opção de escolher, inclino-me para a quarta hipótese, visto que até simpatizo com o João Almeida. E como fala nele, cá vai um vídeo “desses” lados que lhe pode ser útil. A si e ao Lavos. […]

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