Em Coimbra a 21 de Janeiro de 1974 (…) rua Antero de Quental

Uma cruz carrega-a quem quer, ou se sujeita. Faz 40 anos alombo a minha, uma delas, ainda sou do tempo – quando as cruzes também mediam o fígado -, porque me sujeitei e depois porque assim a mandei estar.

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Pago, custou caro, teve seu tempo. Pago o preço de fiel na seita, acreditando em deuses miraculosos que eram filhosdaputa fabulosos. Como todos os deuses em todas as seitas. Como se fecha um puto de 14 anos com dois polícias, uma tarde, num vão de escada com a luz de Janeiro a passar sobre a Praça, ali mesmo abaixo, e a máquina de escrever, seu peculiar silêncio e som, a banda sonora do interrogatório, tarde fora.

Saldadas as contas com a história em geral, mal e porcamente porque andamos sempre a voltar ao mesmo, tenho adiado a contabilidade em dia com a minha em particular estorinha, preguiça, o eterno tens tempo, deixa andar, e confesso: fugir à outra verdade, histórica,  aquela onde podes ser mais vítima dos teus camaradas que dos pides.

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Acaba a partir de hoje, 40 anos, já chega.

Para ser História, começa a contar-se quando lá voltamos com alguma decência de tempo.

Uma contribuição para os 40 anos de 1974 e seguinte que começa aqui.

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