Meteu dó a frustração dos jornalistas televisivos quanto à manifestação dos polícias. Criando expectativas, excitando os espectadores, agitando os espíritos, tudo fizeram para que estivéssemos preparados para o suposto clímax do acontecimento, qual seria uma grandiosa cena de pancadaria nas escadas da Assembleia da República. Azar dos Távoras. Não houve nada que se visse.
A repórter da TVI bem berrou, excitadíssima, acontecimentos que as imagens não confirmavam. Alguns repórteres, nestas andanças, fazem lembrar os relatores de futebol de outros tempos, quando, mesmo num jogo infinitamente chato, tinham de criar um espectáculo sonoro que excitasse a malta. Tal só se evidenciou quando a RTP começou a transmitir os jogos e nós pudemos comparar as imagens do que se passa no campo com a ficção do relator.
Ontem, esteve tudo “quase” para acontecer, mas não aconteceu. Com fazer render o peixe no dia seguinte?
E foi o esperado. Já que não havia noticia sumarenta nem escândalo para ruminar, era preciso encontrar sucedâneo. E encontraram? Sim, o “quase”. Assim todos os noticiários de hoje fazem variações sobre o que esteve quuuaaaaase (entoação de Alberta Marques Fernandes, ouvida há segundos) a acontecer mas – tom de reprovação – não aconteceu. Quem se julgam os polícias para desiludirem assim os nossos garbosos jornalistas e a sua honesta morbidez?
Deixei a TVI em background e, de facto, a jornalista estava completamente histérica, parecia o 25 de Abril.
Calhando, estavam à espera de uma praça Maiden, com um governo escolhido através de gritos e palmas.
Ficaram frustados, tal coito interrompido.
Clarissimo!
A propósito deixo aqui um link – sem intuito que seja republicado – que retrata bem o teu comentário.
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1464952393733208&set=a.1389521757942939.1073741828.100006553840579&type=1&theater
Eu ouvi um jornalista dizer, no momento em que o corpo policial tentava segurar o avanço dos manifestantes, que a polícia iniciava uma carga sobre os manifestantes.
Aqueles “jornalistas” não são jornalistas. São propagandistas.