… são, mais uma menos outra, perto de três biliões de gente. Pouco menos de metade dos pouco mais de seis biliões de almas que, presentemente, povoam o planeta. Todas estas mulheres partilham características biológicas comuns. Algumas partilham ainda destinos comuns, consequência directa dessa ‘determinação’ biológica. Umas vivem no mundo que, em 1945, proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Outras vivem num mundo outro, sem a garantia de verem cumpridos os direitos básicos. Entre todas as mulheres do mundo há umas que são mais iguais que outras. Porque nem todas as pessoas são iguais à face da Lei como a referida Declaração anuncia e a multiplicação de iniciativas confirma. O que demonstra que, em certos mundos (muitas vezes mesmo do lado de lá da nossa rua), melhor seria ter nascido outro. Ou ter nascido do lado de cá da rua, ou do lado de cá do mundo. Ou, no limite, ter nascido homem. Ter nascido sem o ‘estatuto de menoridade’ que a condição feminina ainda implica em tantos mundos dentro do mundo.
Eu sou uma mulher entre todas as mulheres do mundo. Não represento, no entanto, todas as mulheres do mundo… porque não nasci apenas do lado onde o mundo se apresenta mais forte. Nasci também no lado menos triste da minha rua. Do lado onde a violência nunca existiu. Nem os abusos. Nem os preconceitos. Como todas as mulheres do mundo, bastava um golpe de asa e poderia ter nascido em qualquer parte. Podíamos ser todos de qualquer parte, aliás, mulheres ou homens. [Read more…]
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