Firmeza

Vladimir Putin and David Cameron
As vozes indignadas da UE e, mais ainda, dos EUA, estudam com denodo medidas a aplicar à Russia. Chegaram a propor sansões que passariam pelo congelamento das contas bancárias dos cidadãos russos, informa a imprensa em geral.

O senhor Cameron, no recesso do seu gabinete, lê tudo isto. E ocorrem-lhe coisas preocupantes. Pensou nas contas dos milionários russos que enchiam os offshores britânicos – a começar por Londres ; pensou no destino de clubes como o Chelsea se os seus proprietários se zangassem; pensou nos pingues proventos das empresas britânicas sediadas ou dependentes da Rússia.

Varreu tais preocupações da cabeça e, erguendo-se firme, ditou altaneiro, com ar de Wellington, o seguinte memorando ao seu secretário, que o deveria imediatamente comunicar a Putin: ” Senhor Putin, tem 100 anos para levantar a mão dos assuntos ucranianos! Ou sofrerá as consequências!”.

Antícona

anticona-railwayAté à chegada do comboio a Lhasa, no Tibete, em 2006, o recorde de ponto ferroviário mais elevado do mundo pertencia a Antícona (ou Ticlio, Peru), a 4.830 metros acima do mar. Feliz Dia Internacional da Mulher!

Dia da Mulher


Uma das razões porque ainda faz sentido celebrar o Dia da Mulher

Oitos de março

KONICA MINOLTA DIGITAL CAMERA

O Dia Internacional da Mulher foi estabelecido a partir da data de uma greve de operárias nova iorquinas, em 8 de Março de 1857. Ou talvez não. Rezam algumas crónicas que patrões e polícias trancaram as mulheres dentro da fábrica, lançaram-lhe fogo, e 129 morreram carbonizadas.
Embora factos como este tenham sucedido mais de uma vez num século XIX liberal, quando os patrões faziam mesmo o que queriam, existe um misto de lenda e história na escolha da data.

Prefiro outra lenda, a do Pão e das Rosas, por vezes misturada com as do 8 de Março, que tem origem num poema com o mesmo nome da autoria de James Oppenheim, publicado em Dezembro de 1911, e oferecido às “mulheres do Oeste”. Está geralmente associado a uma greve do sector têxtil em Lawrence, Massachusetts, em Janeiro-Março de 1912, e que ficou conhecida pela Greve das Rosas e do Pão. A greve de Lawrence, que uniu dezenas de comunidades imigrantes foi, em grande parte, conduzida por mulheres. Muitos afirmam que, durante a greve, algumas das mulheres transportavam um cartaz que dizia Queremos pão mas também queremos rosas! Não existem provas fiáveis que o confirmem, e esta afirmação foi rejeitada por alguns veteranos da greve de Lawrence, provavelmente homens, está-se mesmo a ver. [Read more…]

Strangers in the Night

A atraçcão pelo desconhecido. Exactamente: de fato.

Belmiro de Azevedo

Merece não mais do que 3 palavras: Filho da Puta!

Dia das Vítimas de Discriminação Religiosa

mulherDesde ontem que, cada vez que abro o Facebook, essa rede social que há quem «odeie» e veja como «agência de namoros», sou inundada com publicações a elogiar as mulheres, dizendo o quanto somos fantásticas, especiais, únicas e mais uma série de lugares-comum, elogios quase sempre partilhados ou redigidos por mulheres.
Hoje, como sempre, não vou escrever coisas bonitas sobre as mulheres. Não me vou, directa ou indirectamente, elogiar. Sou mulher, como milhões de outras, da mesma forma que milhões de homens são homens. Não especialmente meiga, carinhosa, delicada, companheira, amiga, etc. [Read more…]

Sobre os soldados que estão na Crimeia e que não são russos

image

Tal como o Major Lomtev disse em Teodósia:”Conhecemos muitos deles porque fizemos muitos exercícios em conjunto e temos relações estreitas com eles. Para ser honesto, não acho que eles tenham orgulho nas ordens que estão a cumprir neste momento. [The Guardian]

Uma verdade de polichinelo é esta, todos saberem que as tropas são russas mas fazendo-se de conta que não se sabe. A outra é que nenhuma potência, militar ou económica, alguma vez permitirá vizinhança inconveniente no seu quintal. Imagine-se, por exemplo, um Canadá comunista.

E um vizinho pobre, a quem se empreste dinheiro e que dependa da nossa energia, é muito mais domesticável, de nada servindo, inclusivamente, guloseimas com sabor a euros, dólares e chocolate. Más notícias para a Ucrânia, condenada a ser independente, desde que continue pobre e encostada à Rússia.

foto: activistas Femen a protestarem contra a guerra, frente ao parlamento da Crimeia, durante um rally pró-russo, em 6 de Março de 2014 (Alexander Nemenov/AFP Photo)

Elas são cinco milhões…*

… quinhentas e quinze mil quinhentas e setenta e oito, segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (2011). Elas, onde me incluo, são as mulheres portuguesas. Representam já quase metade da população activa nacional. Sempre representaram o sustentáculo da reprodução social e económica através do trabalho que desempenham no interior da família. e que está longe de ser reconhecido ou valorizado tanto em termos económicos como sociais.

A propósito da condição feminina, há cerca de 40 anos, Maria Velho da Costa escreveu um texto notável que começava justamente por focar esse trabalho invisível que a maior parte de nós desenvolve. Dizia então: “Elas são quatro milhões, o dia nasce, elas acendem o lume. Elas cortam o pão e aquecem o café. Elas picam cebolas e descascam batatas. Elas chamam ainda escuro os homens e os animais e as crianças (…)”. E continuava, passando para o labor de reprodução da força de trabalho e o determinismo biológico que tem moldado a situação social da mulher em toda a parte do mundo – a maternidade: “Elas vão à parteira que lhes diz que já vai adiantado. Elas alargam o cós das saias. Elas choram a vomitar na pia. Elas limpam a pia. Elas talham cueiros. (…)”. [Read more…]