Simples, não pagamos!

Felizmente percebo mais de bola do que de economia e por isso, continuo pobre. Não há aposta desportiva que resista a tanta ignorância. Ora, nas questões económicas sou mestre em procurar que no fim do dinheiro sobrem poucos dias, mas estou longe de ser um Jesus da alta finança.

Mas, não é preciso ser grande bisca nestas coisas para perceber que não é possível pagar a dívida do país e por isso os verdadeiros objectivos dos laranjinhas são outros: privatizar saúde, educação e água; baixar o custo do trabalho e refazer o estado salazarento.

Entendo e subscrevo o Manifesto dos 70, mas palpita-me que nem assim a coisa lá vai. Se eu só conseguir ganhar 100 euros por mês e tiver 20 meses para pagar a  minha dívida, segundo contas de alguns dos subscritores, seria necessário que a economia gerasse um crescimento de 7% todos os 20 meses, ou seja, seria necessário que em vez dos 100 euros eu conseguisse ganhar 107 todos os meses. Acontece que isso é praticamente impossível e quase nunca aconteceu. Logo, por maioria de razão, não vai acontecer.

Assim, a dívida não pode ser paga. Assumir a sua reestruturação é um primeiro passo que me parece acertado e equilibrado. É este o caminho. É por isto que o BE, o PC e o PS devem lutar. Desde já.

Brincar às dívidas

Projecto Farol

O Projecto Farol lançou um simulador,  “A minha proposta de redução da dívida pública“, onde se pode brincar com três variáveis e concluir ao fim de quantos anos é que a dívida pública atinge os 60%.

Segundo este projecto, o Governo prevê teremos uma taxa de crescimento real do PIB de 1,27%, um saldo primário de 3,50% e  uma taxa de juro nominal de 4,30%, o que permitirá que a dívida pública atinja os 60% daqui a 26 anos.

Estes indicadores fazem sentido? Olhemos para o respectivo histórico (gráficos disponibilizados pelo Projecto Farol).

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Uma Parte da Humanidade


(ainda nos dias que correm) Conhece outra parte da Humanidade na mira de uma arma automática e telecomandada.
Preferia eu que se conhecessem ambas as metades na ponta dos lábios.

As 500 condenações do MEC e a saga dos contratados

Santana Castilho*

A história é conhecida e o problema é velho. Já em 1982, quando passei pelo Governo e me empenhei em o resolver, separando a profissionalização da formação e integrando nos quadros todos os professores com três contratos anuais completos, encontrei, entre outras, oposição sindical. Rolaram os anos e o anacronismo aumentou com as sucessivas alterações aos concursos para provisão de lugares de quadro. Somaram-se as injustiças e criaram-se castas. Há professores contratados com mais de duas dezenas de contratos, que satisfizeram sempre, passe a redundância, necessidades permanentes de ensino, referidos como assalariados de necessidades temporárias. Podem ter mais tempo de serviço que os colegas do quadro, as mesmas ou habilitações superiores até, deveres e responsabilidades idênticas. Mas têm menor salário e mais horas de componente lectiva. Porque não pertencem aos quadros, não têm qualquer horizonte de progressão profissional. Porque são escravos novos, não podem aspirar a vida familiar estável e são classificados anualmente sem hipótese de acederem à notação máxima. [Read more…]

Não, não, o primeiro-ministro é homem de palavra

Hoje: Repôr salários e pensões significaria “reabrir um problema”, diz Passos. No entanto, em Setembro de 2012

Sobre o manifesto que Passos não leu e sobre a sua reacção típica de pensamento único e de falar ser anti-patriótico, que a ditadura dos mercados poderá retaliar

Bagão Felix, um perigoso comunista, agora na Antena 1, citando entidades europeias: com uma dívida pública superior a 120% do PIB, será preciso, ao ano, reservar 7% da riqueza nacional para os encargos da dívida e respectiva amortização exigida pelos tratados  europeus que assinámos.