É preciso respeitar Portugal, é um grande país

ZEE PT

(foto roubada ao J. Manuel Cordeiro)

Apresentado esta semana, o Orçamento de Estado 2015 prevê medidas adicionais de 291 milhões de euros para garantir que o défice não vai além dos 2,7%. Claro que nem com toda aquela maquilhagem com que a cinzenta Maria Luís apareceu no noticiário da RTP me convenço que vai ser desta que este governo incompetente (até nas desculpas) cumpre uma meta.

Isto deixou-me a pensar nas recentes declarações do primeiro-ministro francês sobre o seu OE15, que ao contrário do nosso prevê um défice de 4,3%, bem acima dos 3% impostos pela UE ou dos 2,7% impostos pela Maria das finanças. Dizia Manuel Valls, que pretende adiar por 2 anos o cumprimento do défice exigido por Bruxelas para 2015 (depois de ter já adiado de 2013 para 2015), que

Somos nós que decidimos sobre o Orçamento, o que unicamente pedimos aos europeus é que tenham em conta a realidade que infelizmente se impõe a todos: a crise que mina a zona euro

Espera ai: mas essa realidade não se impõe também a Portugal? Se calhar devíamos seguir o exemplo dos franceses e ir com mais calma, a ver se as metas começavam mesmo a ser cumpridas, que isto de fazer sacrifícios para alimentar ideologias estúpidas não tem assunto nenhum. Claro que, ao contrário dos franceses, não somos nós quem decide sobre o “nosso” orçamento. A menos que optássemos pelo argumento do governo francês, quando confrontado pelo presidente do Eurogrupo pelo facto de não ter aproveitado o adiamento do cumprimento do défice para fazer reformas:

É preciso respeitar a França, é um grande país.

Ora bem, como poderão verificar pela foto em cima, Portugal também é um grande país. Só a nossa ZEE deve dar aí umas duas Franças. Por isso, talvez esteja na hora de respeitar Portugal. O ideal seria começar por incutir essa ideia na escumalhada incompetente e mafiosa que se pavoneia pelas várias instituições governativas, do autarca corrompido pelo construtor civil até ao governante que monta esquemas com os seus amiguinhos da universidade de Verão para sacar uns fundos europeus através de umas ONG’s manhosas. Com jeito podia ser que acabassem por nos respeitar também lá fora e, quem sabe, um dia ainda acabávamos a decidir sobre o nosso próprio Orçamento de Estado. Ou mesmo a fazer reformas e cortes no despesismo politico-partidário sem escrúpulos que continua a alimentar as negociatas do costume e a salvar bancos que no início não custam um cêntimo aos contribuintes mas que, no final do dia, acabam por ser pagos pelos suspeitos do costume, os mesmos que continuam a ver os seus rendimentos a encolher.

Comments

  1. Américo Montez says:

    Um grande país, mas com uns putos ranhosos no governo.

  2. Nightwish says:

    O problema é que a Europa e a direita mão percebem o básico.

    http://blogs.wsj.com/washwire/2014/10/16/5-reasons-to-worry-about-deflation/

  3. Candido says:

    alguém me pode informar (para esclarecer a minha débil memoria) qual o OE que nunca foi contestado desde há 40 anos?
    Para que não fique alguma suspeita sobre a minha pergunta, se eu tivesse que escolher entre filiar-me num partido e ser “Dux”… escolhia a 2º opção.

  4. PipaII says:

    Uma ZEE vendida a estrangeiros porque não temos capacidade para a explorar, de que serve sermos um grande país?

    • Verdade PipaII mas não mais verdadeiro do que o facto de ela efectivamente existir e não ser devidamente explorada única e exclusivamente por incompetência nossa.

  5. niko says:

    parabens pelo artigo , laranjinhas leiam outra vêz

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