Da série Crato é a escolha certa (4)

Só quem escreveu um livro pode dar aulas de Educação Visual

Beja: alunos ainda em casa

Transcrevemos uma mensagem de uma encarregada de educação:

No centro escolar Mário Beirão em Beja funcionam 3 salas de pré-primária. No entanto, existem cerca de 20 crianças em lista de espera. Existe também uma educadora de infância sem turma e uma técnica de acção educativa também sem grupo. Existe disponibilidade física para o funcionamento de outra sala. Segundo a direcção da escola, essa sala ainda não funciona porque falta uma assinatura do Secretário de Estado da Educação com a devida autorização.., isto desde que o ano lectivo começou…Ora, numa altura de contenção de custos não se admite termos gastos com duas pessoas e este número de crianças em lista de espera…Nem todos temos a possibilidade de pagar escolas privadas aos nossos filhos e a falta de uma assinatura faz esta situação arrastar-se por demasiado tempo…Sou mãe de uma dessas crianças… Que chora todos nos dias que quer ir para a escola e não pode…

Hoje é dia 21 de Outubro. O ano lectivo começou há mais de um mês, nem sempre de facto.

Quo vadis Portugal?

Tenho lido por aí que o crescimento económico praticamente nulo, ou descida do défice em 1% são insuficientes, mas representam uma pesada factura paga pelos trabalhadores. Em consequência defendem renegociação da dívida, revisão do pacto orçamental entre outras acções. Vamos por partes. É hoje consensual que apesar do discurso político que Passos Coelho e apoiantes apregoavam no início da legislatura, quando defendiam uma diminuição da despesa em detrimento do aumento da receita, falharam. Poderemos catalogar de incompetente o actual governo, serei sem margem para dúvida subscritor desta tese. Mas então se falhou o objectivo de diminuir a despesa, sou todo ouvidos às sugestões que possam vir dos opositores ao actual governo. Nomeadamente do PS que se perfila para ser alternância. Quanto a renegociar, significa exactamente o quê? Incumprir? Imaginemos por um instante que dizemos aos credores “não pagamos”. Alguém no seu perfeito juízo acredita que apesar do peso dos juros que Portugal suporta, passado algum tempo não estaríamos em situação idêntica? E quando voltássemos a bater à porta dos mercados, quais seriam as condições e taxas a que obteríamos o financiamento? Seguramente bem piores, pois como diz o povo, “gato escaldado…” e perdida a confiança dos credores, a receita seria mais gravosa que a actual. [Read more…]

Já se viu algum pirómano não gostar de olhar para o fogo?

Na despedida, Barroso defende que UE está mais forte do que antes da crise

Lixo – II

Apesar da tentativa do regulador proteger o mamarracho proibindo o short selling, as acções da PT valem hoje um Euro… A OI parece não viver melhores dias… Há no entanto quem defenda a nacionalização, uma factura que sairia bem cara ao contribuinte.

Estado *sem* Direito

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Fonte: Diário Económico

Contributos para os futuros acórdãos do Supremo Tribunal Administrativo

marteloTendo em conta a recente decisão do Supremo Tribunal Administrativo (STA), é fácil adivinhar o espírito dos futuros acórdãos desta prestigiada instituição.

Antes de mais, e sempre que estiver em causa algum cidadão com mais de cinquenta anos, os juízes usarão como referência o provérbio “Quem já andou não tem para andar”. Bastará substituir o verbo “andar” por outro qualquer que se possa relacionar com o caso que estiver a se julgado.

Para além disso, os juízes do STA continuarão a encarar perdas ou amputações com o mesmo espírito de abertura que usaram para considerar que não é grave estar impedido de ter relações sexuais a partir dos cinquenta anos. Continuamos sem ter a certeza se há vida para além da morte, mas, graças aos juízes, ficamos a saber que não há vida sexual para lá dos cinquenta. [Read more…]

Parabéns Nuno Crato

implosionFoi um golpe de mestre: lançar o caos nas colocações de professores contratados para obter a aprovação pública do golpe que faltava: a selecção directa pelos directores/presidentes de câmara e nalguns casos certamente será ouvido o senhor prior.

Pelos vistos era uma ambição antiga: os ex-ministros aplaudem de pé.

Vai ser um sossego, fazes greve não te renovo o contrato, refilas, aspas, colocas em causa seja o que for, aspas, aspas. Em termos eleitorais, ganham os caciques um seguro de voto, basta a promessa de trazerem de regresso à terrinha os filhos da mesma que, vejam lá, andam pelo país fora porque se esqueceram de estudar na faculdade e são mais novos que tantos outros.

Claro que esta aplicação da estratégia do choque nunca será comprovada. Só por milagre se provará que os caos foi propositado. Nuno Crato, um ministro bem escolhido. Maria de Lurdes Rodrigues (que foi bem mais discreta ao soltar a avaliação de professores  para ninguém reparar no assassinato da gestão democrática) e José Sócrates roem-se de inveja. A privatização é já a seguir.

Sobre greve, apenas isto…

Não sou dos que defendem o fim do direito à greve. Bem pelo contrário, considero a greve uma legítima forma de luta. Que apenas deveria ser utilizada em último recurso, perante situações excepcionais. Não é exactamente o que acontece em Portugal, onde a greve se tornou uma banalização, utilizada vezes sem conta, principalmente pela CGTP e sindicatos seus filiados para usar a rua muitas vezes para motivos políticos, em vez de procurar resolver problemas laborais. É pena que o faça, perdem credibilidade, sendo essa a razão para perderem sistematicamente o apoio do cidadão comum, também ele trabalhador e frequentemente o mais afectado com a greve. Nos transportes públicos deficitários é por demais evidente que não são as empresas as principais lesadas, mas os utentes. Mas para os sindicatos isso pouco importa, querem é gente na rua, promovendo a sua manifestação ou concentração que depois receberá o tempo de antena no jornal televisivo em horário nobre. [Read more…]

Volta, 24 de Abril

As evidentes vantagens das empresas públicas de transportes ou Miguel Noronha a suspirar pelo fim do direito à greve.

Da série Crato é a escolha certa (3)

Escolas. Ainda há dois mil professores por colocar e listas estão “inacessíveis”

Da série Crato é a escolha certa (2)

 

Da série Crato é a escolha certa

O professor que tinha ficado colocado em 75 escolas desta vez arrebatou 95 horários

AO90: vogais fechadas para balanço

susceptível

Há três anos, um aluno, ao ler um texto do manual, pronunciou a – por assim dizer – palavra “atores” fechando o A inicial.

Este ano, durante uma aula de oitavo ano, uma excelente aluna está a ler um texto em voz alta. No manual, é assaltada por um “suscetível”. A aluna (excelente, repita-se) lê o E da segunda sílaba do mesmo modo que leria os de “apetite”. Numa idade em que não se consegue evitar reacções a erros alheios, a turma, com excepção de uma aluna, manteve-se impávida: para a maioria, não houve erro de leitura. Ninguém me contou estas histórias, acrescente-se. [Read more…]

“”Greve? Eu não, sou dos que trabalha”

direito_greve_sindicalismoDiogo Barros

Ao ler tantos e tantos comentários negativos relativamente a quem faz greve, compreendo que trabalhar com um mínimo de direitos e condições em Portugal é, não só uma realidade que cada vez menos pessoas têm acesso, como uma verdadeira prova de valentia e coragem psicológica. Estas pessoas, além do serviço diário que naturalmente já fazem, são alvo quase que diariamente de uma lavagem cerebral atroz de que aquilo que têm são ‘regalias’ e que ‘há quem esteja disposto a trabalhar ainda por menos’. Eu não consigo imaginar a culpa e a pressão que muitas dessas pessoas devem sentir e acho isso abominável. Uma sociedade de lobos ávidos de sangue.

Ao defender o direito à greve de tanta gente trabalhadora que fala mal da mesma, sinto-me completamente num filme. Num filme cheio de pessoas, infelizmente, miseráveis a defender com unhas e dentes o direito à sua própria miserabilidade. É triste.

Os meus parabéns a todos os trabalhadores com direitos por aí fora. Que não se sintam mal nesta sociedade que cada vez mais lhes aponta o dedo e que façam, mesmo, o oposto: lutem por manter o que têm e, mesmo, por ganharem mais! E obrigado por existirem e serem realmente, o motor do país.