Ontem, na companhia – perplexa – de quem nunca tinha apreciado este espectáculo, assisti – por gentileza dos “Altos e Baixos”, do canal Q – a um estarrecedor best of das exibições de Pedro Arroja no Porto Canal. Frente a ele, o rosto admiravelmente impassível desta mulher, Ana Guedes, que tudo suporta sem um grito, um estalo no cretino, um esgar de revolta. Ele abre as penas e aqui vai disto: racismo, fanatismo religioso, misoginia a um grau patológico, reaccionarismo agressivo, estupidez delirante. E tudo a jovem jornalista suporta estoicamente.
Gostava de saber o que lhe vai na alma quando a criatura rebaixa até à ofensa grosseira a condição da mulher. Mas ela olha-o e aguenta. De resto, com gentalha como o Arroja nem vale a pena argumentar. Lembro aquela cena em que o homem explicava que o pessoal do Charlie Hebdo “estava a pedi-las”. A pobre Ana ainda tentou objectar “eram apenas desenhos…”, mas caiu-lhe em cima, furiosa, a retórica pestilenta do Arroja. Não adianta. Por isso, aqui fica a minha homenagem. E a garantia de se que ela, um dia, esbofetear o imbecil em plena sessão, cá estaremos para a apoiar.
Porque perde tempo com tal BESTA ?
Arroja = escarro!
Não sei se o papel de sofredora estoica é assim tão desejável… é, no mínimo, demasiado típico das mulheres…
discordo…é mais um…aguenta que aqui tenho emprego…e o poder do Arroja levava-a á irrelevancia total até á saida do canal…conhece aquela frase de um famoso banqueiro – ai aguenta aguenta – é mais ou menos isso….
Qual foi o episódio?
Foi emitido na semana passada. Ainda o “pesca” com a box.
Obrigado.
Um artigo que ofende sem apresentar exemplos ou argumentos.
Um escarro de cronista.
Vá ver. O episódio está disponível na net. Quanto a quem ofende quem, fiquemos por aqui.