Prémio “poker face” do ano

Ontem, na companhia – perplexa – de quem nunca tinha apreciado este espectáculo, assisti – por gentileza dos “Altos e Baixos”, do canal Q – a um estarrecedor best of das exibições de Pedro Arroja no Porto Canal. Frente a ele, o rosto admiravelmente impassível desta mulher, Ana Guedes, que tudo suporta sem um grito, um estalo no cretino, um esgar de revolta. Ele abre as penas e aqui vai disto: racismo, fanatismo religioso, misoginia a um grau patológico, reaccionarismo agressivo, estupidez delirante. E tudo a jovem jornalista suporta estoicamente.

Gostava de saber o que lhe vai na alma quando a criatura rebaixa até à ofensa grosseira a condição da mulher. Mas ela olha-o e aguenta. De resto, com gentalha como o Arroja nem vale a pena argumentar. Lembro aquela cena em que o homem explicava que o pessoal do Charlie Hebdo “estava a pedi-las”. A pobre Ana ainda tentou objectar “eram apenas desenhos…”, mas caiu-lhe em cima, furiosa, a retórica pestilenta do Arroja. Não adianta. Por isso, aqui fica a minha homenagem. E a garantia de se que ela, um dia, esbofetear o imbecil em plena sessão, cá estaremos para a apoiar.

Comments

  1. Vou ali e já venho says:

    Porque perde tempo com tal BESTA ?

  2. martinhopm says:

    Arroja = escarro!

  3. Ana Moreno says:

    Não sei se o papel de sofredora estoica é assim tão desejável… é, no mínimo, demasiado típico das mulheres…

    • discordo…é mais um…aguenta que aqui tenho emprego…e o poder do Arroja levava-a á irrelevancia total até á saida do canal…conhece aquela frase de um famoso banqueiro – ai aguenta aguenta – é mais ou menos isso….

  4. Qual foi o episódio?

  5. Tiago Vasconcelos says:

    Um artigo que ofende sem apresentar exemplos ou argumentos.
    Um escarro de cronista.

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