Percebes Jorge? Em 2012, quando o governo amarelo laranja e azul do PSD e do CDS-PP aplicava cortes violentos, não só na Educação como na Saúde ou em salários e pensões, o então cardeal Patriarca D. José Policarpo afirmava que manifestações de rua não resolviam os problemas do país e que eram “uma corrosão da harmonia democrática“. Em suma, o líder da Igreja Católica em Portugal concluía que “não se resolve nada contestando“. Era portanto aqui que estava a Igreja Católica, e não há registo que qualquer um dos actuais líderes, que decidiu por estes dias apoiar a causa dos colégios privados, tivesse contestado as declarações do cardeal. Como não há, com uma ou outra rara excepção de uma ovelha tresmalhada do rebanho do Senhor, qualquer registo de apoio da Conferência Episcopal às diferentes manifestações contra cortes ou contras a delapidação de direitos sociais que aconteceram durante o consulado de Passos Coelho e Paulo Portas. Hipocrisia? Talvez. Mas acima de tudo a agenda política de uma instituição que supostamente não a tem.
Fotomontagem via Acordar Portugal
Custa-me observar que a Igreja Católica, ou parte dela, seja uma organização do tipo “sempre em pé.” Está confortável em ditaduras e em democracias.
Revela-se quando lhe tocam, mesmo ao de leve nos negócios ou nos seus privilégios.
Puta madre.
Alguém vai escrever que sou jacobino. Apenas lamento que a Igreja Católica se imiscua de forma desigual nos problemas terrenos.
Sou católico, praticante mas pouco romano.
A Igreja Católica é sempre igual a si mesmo … como nas bulas dos medicamentos, Deus, Cristo, Anjos e Santos são … efeitos indesejáveis …