Importar a lição e nunca repetir

Em Portugal, a direita representada por Iniciativa Liberal, CDS-PP e Chega, torceu para que Bolsonaro vencesse. Do filho de Paulo Blanco, passando pelo Ventura original e acabando no Ventura do Chega, os reaccionários sempre desejaram que isto acontecesse.

Tanto em 2018, quando Jair Bolsonaro venceu as eleições a Fernando Haddad, como agora em 2022, alguns representantes da direita portuguesa, dos liberais aos democratas-cristãos, tinham muita dificuldade em “escolher um lado”, para não assumirem, claramente, que votariam em Bolsonaro; já a extrema-direita, representada por André Ventura, nunca escondeu: Bolsonaro ou a guerra civil.

O resultado está à vista e sabemos a intenção futura: importar este tipo de caos para Portugal. É preciso chamar os bois pelos nomes: são neo-fascistas, mais ou menos assumidos. E não passarão, se nos impusermos já.

Imagem de: Tomás Nery

Há 13 anos, hoje e sempre: amor vincit omnia

Fotografia retirada do Instagram de: Bloco de Esquerda

Assinalam-se hoje, dia 8 de Janeiro de 2023, 13 anos desde que a Assembleia da República aprovou e legislou o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Em 2010, uma das lutas mais antigas do Bloco de Esquerda foi aprovada com os votos a favor do próprio partido, do Partido Socialista, do Partido Comunista Português e do Partido Ecologista “Os Verdes”. O Partido Social-Democrata e o CDS-PP votaram contra, sendo que sete deputados/as do PSD se abstiveram e duas deputadas independentes do PS votaram contra.

Os direitos não são eternos, conquistam-se e, se não houver zelo, num instante os perdemos. É, então, necessário mantermo-nos alerta e não deixar que as forças reaccionárias de direita revertam os direitos sociais que foram conquistados nos últimos 20 anos.

Voltamos a estar numa situação em que forças extremistas de direita querem usurpar o Estado de Direito para si, para assim o poderem destruir para criar outro em que o Direito não dite leis fundamentais.

Se a votação decorresse hoje, seria novamente aprovada, como é óbvio. Perante a nova conjugação de forças, é sabido que os que aprovaram a lei em 2010 (BE, PS e PCP), a voltariam a aprovar. Não é linear, hoje, a posição do PSD, uma vez que nos últimos anos vários militantes e figuras de proa do partido assumiram, em público, a sua homossexualidade; mas desconfio que se absteriam. O CH votaria contra, ocupando o lugar do CDS. E a IL, apesar de alguns movimentos conservadores dentro do partido, votaria a favor, tal como o PAN e o Livre.

Mas, por muito que a aferição nos diga que, hoje, a posição talvez saísse reforçada, há tendências da sociedade cada vez mais extremistas que nos fariam questão de lembrar que, para além dos ciganos, das gajas e dos pretos, os gays são um dos maiores problemas da sociedade.

Zelemos pelos nossos direitos e digamos a quem ainda não se habitou: é lidar.

Ex-deputado eleito pelo movimento de Rui Moreira condenado por racismo

Em 2018, David Ribeiro, na época deputado municipal eleito pelo Porto, o Nosso Movimento, do presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, escreveu na sua página pessoal no Facebook que um grupo de “20 a 30 romenos” (de etnia cigana) eram “um autêntico martírio” para alguns comerciantes e residentes, sem apresentar qualquer prova da sua afirmação, naquilo que se mostrou como uma gratuita manifestação de xenofobia.

A publicação, intitulada “Ciganos Romenos no Porto”, apresentava-nos um rol de preconceitos racistas e xenófobos contra a comunidade romena no Porto, rematando com a sugestão, às autoridades, que estas pessoas fossem, de alguma forma, postas (ainda mais) à margem da sociedade, sem haver provas materiais que as pusessem em situação de potencial criminalidade.

Depois de em Junho deste ano a Comissão Permanente da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR) ter condenado o antigo deputado municipal a uma (irrisória) coima de €428,90, a mesma vem, agora, reiterar a decisão, obrigando David Ribeiro a cumprir com a condenação. Diga-se, de passagem, que David Ribeiro não recorreu da decisão… mas o movimento de Rui Moreira recorreu, perdendo agora o recurso.

O caso veio a público em 2018, depois de David Ribeiro ter publicado o texto na sua página de Facebook e de, dias mais tarde, o Bloco de Esquerda do Porto ter levado o assunto à Assembleia Municipal. Foi Tatiana Moutinho, que esteve integrada nas listas do Bloco de Esquerda à autarquia portuense e Piménio Ferreira, um cidadão do Porto, quem apresentou queixa à CICDR, juntamente com a SOS Racismo; agora, quatro anos depois, saem vitoriosos do caso, tendo o agora ex-deputado municipal neo-liberal de cumprir com o estipulado.

O movimento “independente” conta com o apoio do CDS-PP, do IL e do PPM.

David Ribeiro, antigo deputado municipal portuense eleito pelo movimento de apoio a Rui Moreira, foi condenado por xenofobia

PS-L: Partido Social-Liberal? ou o mito que cai por terra

Desde 2019, aquando da entrada, na Assembleia da República, de duas forças políticas (IL e CH) que, até aí, nunca tinham feito parte do jogo democrático enquanto partidos (preferindo, por contrário, estar submetidas a PPD-PSD e CDS-PP), que a narrativa do “SOCIALISMO”, da “EXTREMA-ESQUERDA” e da “VENEZUELA DA EUROPA” ganhou força e se viu reproduzida por esses Twitters afora.

A narrativa populista dos neo-liberais e dos neo-fascistas da Iniciativa Liberal e do Chega, respectivamente, mostra-se, no entanto, infrutífera, quando atentamos em factos consumados, comprovados e indesmentíveis. Dizem-nos os noviços reaccionários (que não são novos) que o PS, à boleia de BE e PCP, se esforça para transformar Portugal numa espécie de Cuba (neste caso, uma Cuba social-liberal, deduzo…) europeia, comparando o regime português a uma ditadura qualquer da América do Sul e fazendo analogias com o tempo da Outra Senhora, vestindo António Costa com insígnias da PIDE-DGS; vamos, então, aos tais factos.

Quando o PS decidiu formar Governo, em 2015, precisou de se juntar à Esquerda parlamentar para conseguir almejar o objectivo de derrubar a Troika, representada por PSD e CDS (partidos onde, na altura, se escondiam a IL e o CH). Tal objectivo só foi alcançado através de acordos escritos entre os centristas do PS e a Esquerda. Durante quatro anos vivemos sob a governação do PS, apoiado em BE e PCP, naquilo que ficou e ficará na História como a “Geringonça”. No entanto, nas Legislativas de 2019, o PS venceu as eleições e, mesmo não atingindo a maioria, decidiu governar sozinho, sem acordos escritos, achando que poderia ir cedendo à Esquerda e à Direita conforme lhe desse mais jeito. Não contava o PS com a entrada no Parlamento de dois partidos populistas que não se cansam de distorcer e manipular a realidade política e social em Portugal. E, com isso, não contava com a narrativa do “SOCIALISMO”, da “VENEZUELA” e do “MARXISMO CULTURAL”, chavões desadequados, ora porque, como sabe quem percebe minimamente disto, nem as políticas do PS são socialistas, ora porque há teorias da conspiração a mais; mas o PS deixou-se estar. Parece, também, que à falta de argumentos válidos, os populistas da Direita reaccionária atiram esse barro à parede; só que não é barro, é arroz em papa. Desmintamos, então, a realidade da Direita tremoço.

A realidade desmente os trauliteiros do Twitter. Contrariando a narrativa da Direita (e até a do próprio PS em relação à Esquerda) saberão os leitores ao lado de quem votou mais vezes o PS na AR? Não?! Atentem, então, nos números abaixo:

Os “best friends forever” do PS na AR: PSD, CDS e IL

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Propostas concretas? Re-jei-ta-do!

    Relembro que este Projecto de Lei, proposto pelo Bloco de Esquerda, foi apresentado em Setembro passado na Assembleia da República. Há por aí uns partidos de direita a barafustar contra impostos sobre combustíveis (quando na semana em que os impostos descem miseravelmente, as gasolineiras aumentam o preço do combustível – acreditar na boa intenção do mercado é só risível) e contra o preço dos combustíveis.
    Mas eu relembro:
  • Em Setembro, foi votado o Projecto de Lei do Bloco de Esquerda que pretendia introduzir um regime de preços máximos nos combustíveis, adoptando medidas anti-especulação que evitem a subida generalizada dos preços impulsionada pelo mercado.
    O Projecto de Lei foi rejeitado com os votos contra do centrão onde, na AR, costumam fazer filão para combater a Esquerda (PS, PSD e CDS); e com os votos contra dos populistas neo-fascistas do CH e dos populistas de outdoors neo-liberais da IL. O PAN, sempre tão lesto na defesa do bóbi e do tareco, absteve-se.
    Sei bem que isto não passa na TV; ora porque não convém expor a hipocrisia dos partidos do centro e da extrema-direita, ora porque é mais fácil fazer barulho sem que se perceba uma vírgula do que se está a dizer. Mas aqui está: relembre-se.

Oferta de Emprego! Estamos a recrutar!

Oferta de emprego:

Deputado CDS/PP – Lisboa (M/F)

Tipo de oferta: full-time, até ao fim desta legislatura (2019-2023)

Funções:

  • Precisa-se deputado(a) para exercer funções na Assembleia da República;
  • Necessário bater palmas e dizer “muito bem” sempre que um deputado do partido faça uma intervenção;
  • Estar no hemiciclo em dia de votação e apoiar publicamente as posições do Dr. Chicão, mesmo que possa não ter percebido o alcance das mesmas.

Requisitos:

  • Damos preferência a candidatos que não gostem dos partidos de esquerda;
  • Boa apresentação.

Resposta urgente ao Largo do Caldas!

“Enquanto há Moedas, há amigos”: a noite eleitoral onde todos ganham e ninguém perde

A vitória de Carlos Moedas em Lisboa, apoiado por uma coligação com pelo menos uma mão cheia de partidos, teve um condão: o de fazer esquecer o PSD da estrondosa derrota autárquica que teve.

Se hoje lermos o que dizem militantes e simpatizantes do PSD, parece-nos (e confunde-nos) que o partido foi o grande vencedor da noite eleitoral. Não foi; está no lote dos 3 maiores derrotados, ao lado da CDU e do meu BE.

Em sentido contrário, pelo que lemos e vemos, parece que o PS foi o maior derrotado, quando, analisados os resultados, pode até ter saído reforçado destas eleições. Sim, a CM de Lisboa é a maior Câmara do país; mas não é a única, e tampouco é mais do que qualquer outra. No geral, podemos dizer, apesar dos resultados do BE e da CDU, que a esquerda ganhou as eleições, à boleia do PS (o que se pode repercutir nas próximas legislativas). A direita, por seu turno, teve vitórias residuais (PSD em Lisboa, Coimbra ou Funchal, por exemplo) e, no restante, foi à boleia do Chega (este último que consegue índices interessantes de votação em territórios onde grassa mais pobreza e falta de alfabetização). [Read more…]

Ainda não é desta que Pedro Mota Soares vai plantar macieiras

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Fotografia: Manuel Almeida/Lusa

Pedro Mota Soares nasceu em 1974. Dedica-se à actividade política desde os 25 anos, da qual se desvinculou no passado mês de Julho. Não sei se praticou a advocacia, sua área de formação, mas suponho que não o terá feito, excepto até aos 25 anos e no período de 2002-2005, durante o qual exerceu a função de Secretário-Geral do CDS-PP.

Durante a sua carreira política, foram várias as áreas da governação nas quais esteve envolvido, enquanto deputado e ministro, mas não consta que tenha estado ligado à área da tecnologia e das telecomunicações. Contudo, foi o escolhido para liderar a Associação dos Operadores de Comunicações Electrónicas (Apritel), que inclui todos os players (acho que é este o termo) do sector, como a MEO, a NOS e a Vodafone. [Read more…]

Uma “posição mais arrojada”, Dra. Cristas?

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A líder do CDS-PP, Assunção Cristas, defende que o governo português deve ter uma posição mais arrojada face à crise política na Venezuela, isto após ter sido conhecida a posição do executivo, alinhada com os principais parceiros europeus.

Assim de repente, vem-me à cabeça uma posição arrojada à moda de Paulo Portas, eterno líder espiritual do seu partido, que nunca de inibiu de partilhar um abraço amigo com o amigo venezuelano. Nos anos em que esteve à frente dos negócios estrangeiros, não se lhe conhece posição mais arrojada que esta.

A Venezuela europeia da direita portuguesa

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Viktor Orban, o fascista que a imprensa controlada pela extrema-esquerda apelida de conservador, não vá a PIDE do politicamente correcto fazer-lhes uma visita, deu mais um passo no sentido de fazer a Hungria Great Again.

A poucos dias do Natal, para que não restassem dúvidas sobre a matriz católica apostólica romana que o norteia esta nova Hungria, onde a extrema-direita assume, sem rodeios ou cosmética, o namoro com neoliberalismo, Orban decidiu aumentar de 250 para 400 o número de horas extraordinárias anuais que o patronato pode exigir aos seus trabalhadores – e aqui a palavra “seus” assume contornos notoriamente esclavagistas – bem como de um para três anos o prazo-limite para proceder ao seu pagamento. [Read more…]

O PSD e o CDS-PP já cortaram relações com esta gente?

Na Hungria, laboratório de testes do neofascismo contemporâneo, o governo de Viktor Orbán escolheu o Dia Mundial do Refugiado para anunciar novas medidas anti-imigração, entre elas a criminalização de ONG’s humanitárias que ajudem refugiados sem documentos, cujos representantes podem mesmo ser presos e as organizações as organizações banidas e vistas como uma ameaça à segurança nacional da Hungria. Sim, isto está a acontecer na Europa, o último bastião da democracia mundial. E não, as autoridades europeias ainda não mexeram uma palha para alterar este novo “normal”. [Read more…]

A revolução saiu à rua no bolso do banqueiro

Cartoon via The English Blog

O CDS-PP juntou-se ontem à perigosa Geringonça para aprovar, com a abstenção do PSD, a obrigatoriedade da banca reflectir a queda da Euribor e o efeito dos juros negativos nos créditos à habitação. Não que os titulares destes créditos se preparem para receber uma pequena fortuna, mas sempre é melhor que um pontapé nas costas.

E agora, a parte interessante da coisa: foi preciso esperar até Maio de 2018 para que o Parlamento fizesse o seu trabalho, colocando um ponto final numa das muitas práticas extorsionárias de sector bancário, que não hesita uma milésima de segundo em reflectir todo e qualquer aumento da Euribor nos créditos à habitação, à mais ínfima parcela do cêntimo, mas que, até ontem, podia simplesmente fazer de conta que, quando a Euribor descia para valores negativos, a taxa de juro batia no zero e não descia mais. Porque sim. Uma das consequências de existirem tantos decisores públicos a viver nos bolsos de banqueiros e quejandos: tudo lhes corre de feição. Se não correr, o contribuinte está cá para lhes deitar a mão.

A eutanásia mata. A estupidez (ainda) não.

Eis a mais recente lapalissada do CDS-PP. Na sua campanha contra o direito individual de cada um decidir sobre a sua vida, o partido de Assunção Cristas saiu-se com esta obra de humor, digna de figurar no Inimigo Público. A eutanásia, dizem os centristas, mata. Thank you, Captain Obvious! É claro que a eutanásia mata. O objectivo é esse, amiguinhos! Sabemos que vocês gostam muito de liberdades individuais, principalmente aquelas que permitem a rebaldaria financeira ou o financiamento de colégios privados elitistas pelo depauperado erário público, e é com estranheza que verifico que optam por essa postura totalitária de negar um direito individual a quem vive em democracia. E são livres de o fazer. Mas um pouco mais de seriedade não vos ficava mal. Para fazer cartazes palermas, já cá temos a JSD.

Propaganda, disse a direita do costume

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via Uma Página Numa Rede Social

A direita radicalizada indignou-se ontem com a presença de vários membros do executivo socialista numa série de acções de sensibilização para a protecção da floresta. E sim, é claro que há ali a dose do costume de propaganda, que as Legislativas estarão aí num abrir e fechar de olhos, apesar da ausência de oposição à direita que possa preocupar António Costa, por muitos saltinhos que Assunção Cristas tente dar.

Desconhece-se por onde andaria essa mesma direita, como de resto vem acontecendo em muitos outros casos que em pouco ou nada se distinguem deste, quando Cristas, Portas e João Almeida, entre outros, se dedicavam a acções similares. E nem quero imaginar o que por aí se diria se tivesse sido um partido de esquerda a convidar Nádia Piazza para colaborar na elaboração do programa eleitoral para 2019.

Força, Assunção Cristas, estás quase lá!

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Fotomontagem via Uma Página Numa Rede Social

Assunção Cristas tem todo o direito de sonhar e achar que um dia será primeira-ministra. Tal como André Silva do PAN ou Rui Tavares do Livre, apesar dos partidos que lideram não terem a representação mediática desproporcional de que o CDS-PP beneficia na comunicação social, como ficou provado com o recente congresso dos centristas.

Não obstante, a mais recente sondagem encomendada pelo Expresso revela que o CDS-PP não vai além de 6,6% das intenções de voto, atrás dos 7,3% da CDU, dos 7,7% do BE e a anos-luz dos 28,4% do PSD e dos 41,5% do PS. Por este andar, nem para vice-primeira-ministra de Rui Rio vai dar. Até porque o lugar de vice-primeiro-ministro, pelo menos desde a década de 80, implica a apresentação de uma demissão irrevogável que gere uma crise política e encoste o primeiro-ministro em funções à parede, enquanto os juros da dívida sobem vertiginosamente. Conseguirá Assunção Cristas perpetuar-se no poder tempo suficiente para repetir a proeza de Paulo Portas?

Um certo odor a fascismo no CDS-PP

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Assunção Cristas, tal como muitos dos seus principais oficiais, não perde uma oportunidade para aludir ao radicalismo das esquerdas. Para agitar com o papão comunista. Para apelar aos instintos mais básicos do eleitorado, instigando a desconfiança e o medo na sua forma mais primária. Uma constante da vida.

Sempre achei este discurso de uma finíssima ironia. Não porque não exista nos partidos de esquerda o tal radicalismo que lhes é apontado, que é discutível, mas porque o CDS-PP foi precisamente o partido que deu guarida a vários salazaristas no pós-25 de Abril, alguns dos quais exerceram funções governativas durante o Estado Novo. Adriano Moreira, que foi este fim de semana homenageado e aplaudido de pé pelo congresso centrista, foi ministro de Salazar antes de ser eleito terceiro presidente do CDS-PP, entre 85 e 88. E escusado será dizer que alguém que aceita o convite para integrar o governo não-eleito de um fascista opressor valida as práticas em vigor.  [Read more…]

Mais notas sobre o natal dos partidos

Porco feliz depois de um trabalho bem feito

Em jeito de continuação do post: “O Natal dos partidos“.

O projecto de lei 708/XIII, cozinhado à socapa, subscrito por gente de todos os partidos (com a ausência do PAN e a ausência inconsequente e quase de certeza interesseira do CDS), foi aprovado em vésperas de Natal, é uma demonstração da competência e eficiência dos nossos eleitos!

Esta unanimidade não é inédita. Em 2015 os partidos também se uniram pelo direito a usar as subvenções do parlamento em actividades políticas.

Como se vê os pactos de regime não são impossíveis em Portugal.

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A promessa do Hermenegildo do Ramalhal, candidato da caranguejola local

É a promessa do costume – porco no espeto – mas desta vez – pasmem-se – não é a junta que paga. Isto para não falar na “animação com vários motivos de interesse”, planeados para o Dia do Trabalhador. Está prometido, camarada Hermenegildo. O Ramalhal é seu!

via Bocage 2.0

Obrigado, Ágata!

Discurso objectivo e prioridades bem delineadas. A “Conceição” deve estar orgulhosa.

 

A grande anedota nacional

Imagem encontrada no Facebook/autor desconhecido

É claro que a decisão dos terroristas da Standard & Poor’s não se deveu em exclusivo à acção deste governo. Nem deste nem de governo nenhum, que agências de rating são empresas privadas que tomam decisões em função dos seus interesses momentâneos, sejam eles quais forem. Que o diga o Lehman Brothers, cujo triplo A cintilava na constelação financeira no dia imediatamente anterior ao pontapé de saída do crash de 2008. [Read more…]

Tem a certeza que quer falar sobre ligeireza e irresponsabilidade, deputada Cristas?

A ex-ministra que aprovou o projecto de resolução do BES sem saber muito bem do que se tratava, assinando de cruz com a própria admitiu, veio por estes dias acusar o primeiro-ministro de ligeireza e irresponsabilidade no que toca aos temas da Segurança e da Educação. Sobre o primeiro, com o foco de Assunção Cristas a apontar para o impasse nas secretas e para a ameaça terrorista, desconheço a existência de motivos para alarme. Aliás, a falta de notícias sobre o tema leva-me a crer que, das duas uma: ou os serviços de segurança têm sido extremamente eficazes a antecipar e desmontar potenciais ameaças, ou serão os terroristas que não têm grande interesse em gastar os seus parcos recursos no Rectângulo. A ausência de chefia nas secretas, por si só, não me parece motivo de grande preocupação. Com certeza que as suas funções estão asseguradas, ainda que de forma interina. [Read more…]

CDS-PP: não se passa nada.

 

Submarinos, Paulo Portas, Escom, contrapartidas, Jacinto Leite Capelo Rego e BES. Não se passa nada.

Portucale, Telmo Correia, Herdade da Comporta, despacho de última hora, abate de sobreiros, Abel Pinheiro e BES. Não se passa nada.

Casino de Lisboa, Telmo Correia, Estoril-Sol, despacho de última hora, Abel Pinheiro, Paulo Portas e uma tal de “coisa”. Não se passa nada.

Helicópteros, Paulo Portas, 60 mil cópias de documentos, contrato tóxico e BES. Não se passa nada.

Apesar da presença assídua de Telmo Correia, Abel Pinheiro e dos famosos despachos de última hora, dois nomes sobressaem entre os restantes: Paulo Portas e BES. E era isto que vos vinha cá dizer. Não admira que este vídeo incomode tanta gente no Largo do Caldas. E na Comporta. Mas não se passa nada.

via Uma Página Numa Rede Social

 

Assunção Cristas, chique a valer

Na apresentação da poderosa coligação que reúne CDS-PP, PPM e MPT em torno da candidatura de Assunção Cristas à CM de Lisboa, Gonçalo da Câmara Pereira, vice-presidente dos monárquicos, elogiou a candidata por ser, “acima de tudo“, “uma mulher casada, que provou, como a maioria das portuguesas pode trabalhar e ter filhos“, uma vez que “não descurou o trabalho e não descurou a casa“. Podíamos ficar horas à volta destas declarações, que colam a mulher ao papel de simples dona de casa, numa era em que os casais modernos dividem irmãmente as tarefas da lida, e que de resto nos transportam para as declarações de Paulo Portas em Setembro de 2015, que dissertava sobre o papel da mulheres na sociedade, que ” sabem que têm de organizar a casa e pagar as contas a dias certos, pensar nos mais velhos e cuidar dos mais novos“. Porque o homem, Deus nos livre e guarde, tem tarefas mais másculas para fazer. [Read more…]

Da institucionalização da cunha

Tema sempre actual, sobre o qual tive já a oportunidade de mandar a minha posta, e que ressurge agora sob a forma deste interessante cartaz. Do lado esquerdo, muito bem atribuído, podemos ver esse grande camarada que é Paulo Núncio, um indivíduo a quem a cunha institucional não é alheia, merecendo o lugar que ocupa no cartaz pela sua vasta experiência em áreas como a isenção e a evasão fiscal, bem como noutros regimes de excepção, sejam eles listas VIP das Finanças ou simples favores (cunhas, se preferirem) a ministros colegas de governo, que permitiram a amigos desses ministros escapar a pagamentos avultados ao fisco. No que toca a institucionalizar a cunha, Paulo Núncio tem um percurso que fala por si. [Read more…]

Cristas contra o tacho sindical

No encerramento das jornadas parlamentares do CDS-PP, Assunção Cristas anunciou que vai convocar o ministro do Trabalho e da Segurança Social ao Parlamento, para lhe pedir explicações acerca da portaria sobre a integração dos precários no Estado, que permite que os sindicatos sinalizem situações de precariedade. Segundo Cristas, estamos perante “a institucionalização da cunha pelos sindicatos“:

Hoje fomos surpreendidos com a notícia de que o Governo vai dar voz aos sindicatos para ajudar, não quero dizer selecionar, mas pelo menos para meter uma cunha.

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Uma espécie de carta aberta ao deputado Nuno Magalhães

Não, Dr. Nuno Magalhães, não vivemos numa democracia simulada. Uma democracia simulada é, por exemplo, aquela governada por um partido de cleptocratas, em cujo congresso o partido do senhor deputado alegremente participou. Ou aquilo em que o vosso colega do PPE, Viktor Orbán, quer transformar a Hungria. Percebe a diferença? Vá, não é assim tão difícil.

Um tipo até compreende a confusão: o senhor é do CDS-PP, onde se podem ainda encontrar vários exemplares de saudosos do tempo do avô cavernoso, tendências que vangloriam o fascismo e jovens que peregrinam até à campa do carniceiro para prestar tributo. É natural que os processos democráticos ainda possam causar algum tipo de estranheza. [Read more…]

Marcha contra os amigos fascistas do PSD e do CDS-PP

Andam por aí uns palermas – desculpem mas é o mínimo que se pode dizer de tais indivíduos, que, no limite, acumulam a parvoíce com desonestidade intelectual – que tentam convencer as massas de que partidos como o Bloco ou o Syriza estão no mesmo saco que as Le Pens desta vida. Palermas, desonestos e manipuladores, não raras vezes financiados pelos mesmos interesses que financiam PSD e CDS-PP. Palermas que se agarram a questões como a permanência no euro ou na União Europeia para tentar colar o racismo, a xenofobia, o isolacionismo ou o elogio da violência, palavras de ordem dos fascistas em ascensão, aos partidos da esquerda exterior ao centrão dos negócios. Percebe-se: com o PSD em queda livre e o CDS-PP cada vez mais perto de competir pelo lugar do PAN do que pelo do PCP, o sistema precisa destes arremessos de lama, face à manifesta falta de argumentos para torpedear os partidos fora do velho arco da governação. [Read more…]

A Geringuejola PS/CDS-PP

Estava eu a tomar café e a ler a posta do Carlos, que sendo um indivíduo da Invicta conhecerá os meandros da sua autarquia melhor que eu, e dou por mim confrontado com algo que já tinha lido por aí. Que o presidente Rui Moreira é na verdade um boneco articulado do PS Porto e do senhor Pizarro. Será mesmo?

Parece-me bizarro que um indivíduo como o senhor Pizarro tenha tamanho ascendente sobre Rui Moreira, o super-“independente” que limpou a câmara do Porto ao PSD, apoiado por uma Geringuejola PS/CDS-PP. Mais bizarro ainda me parece que o CDS-PP, tão anti-esquerda e actualmente a roçar a extrema-direita, aceite continuar a apoiar um candidato alegadamente manietado pelos perigosos socialistas. Aceite? Esperem, não fiz jus à coisa. O que realmente aconteceu foi uma decisão unânime da concelhia centrista do Porto, que fez uma “análise globalmente positiva” do trabalho do autarca. Do autarca ou do PS? [Read more…]

Viva a liberdade!

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Dizem por aí que a imprensa foi tomada pelo PREC estalinista que se apoderou desta nossa pátria à beira-mar plantada. E não parecem restar grandes dúvidas. Felizes de nós que ainda temos jornais como o I para contrariar a tendência, com certeza vítimas de duras perseguições e execuções sumárias. Isto sim é jornalismo credível, rigoroso e imparcial.

O tema são as offshores e o texto de Sebastião Bugalho é um corajoso exercício de reposição da verdade. O estoicismo de Paulo Núncio, que mal soube que se sabia correu a renunciar a tudo o que era cargo no CDS-PP e a assumir a responsabilidade política por algo que aconteceu entre 2011 e 2015. O elogio de Assunção Cristas ao homem a quem o país e o amigo do ex-ministro Macedo devem muito. A determinação do PSD em acabar com a pouca-vergonha. O Costa a ser trucidado pela Dra. Ferreira Leite. Haja quem diga a verdade, carago! [Read more…]

Não era isso que (quase) todos diziam sobre o seu governo, deputada Cristas?

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A propósito da polémica proposta para reduzir a TSU como forma de compensar o aumento do salário mínimo nacional (SMN), a deputada Cristas acusou António Costa de ter uma “maioria intermitente“, que não é “estável, credível e duradoura“. Não era isso que tantos portugueses diziam sobre o governo que a candidata à CM da Lisboa integrou? E, no entanto, o governo PSD/CDS-PP lá conseguiu chegar ao fim do mandato. E conseguiu-o apesar das birras e das facadas do parceiro minoritário da coligação. Em 2012, quando o país se insurgiu contra a proposta de aumento da mesma TSU, não para compensar um aumento do SMN, que o caminho era o do empobrecimento, mas à custa da subida das contribuições dos trabalhadores para a Segurança Social, o CDS-PP tirou o tapete a Passos Coelho. Assunção Cristas estava lá e participou neste duro golpe na estabilidade e credibilidade da coligação. [Read more…]