Braga, uma cidade sem árvores

 

braga_cidade_sem_arvoresNão há memória na cabeça das pessoas, nem registo na movimentadíssima página do vereador do Ambiente de Braga – Altino Bessa, – que em Braga se plantem ou tenham plantado árvores nos últimos anos. Nem uma, reza a lenda. Nada que se veja, pelo menos.

Na cidade betonada, alcatroada e impermeabilizada que Braga é não se constrói um jardim desde pelo menos os anos 70. Obviamente, nesta conta não entram os metros quadrados de relva dentro das múltiplas e fantásticas rotundas rodoviárias. Espectacular.
Portanto, árvores são cada vez menos.
E por estes dias foram cortadas mais duas para dar lugar a um painel publicitário.
Querem lá ver que o painel até está legal?

Adenda: Ricardo Rio, presidente da CM Braga, esclarece-me que:
– as árvores em causa estavam a rebentar com os passeios e a gerar inúmeras queixas;
– em Setembro/Outubro serão colocadas novas árvores sem este problema, numa linha mais interior;
– as obras de reparação dos passeios foram suportadas pelas operadoras de publicidade, para além das taxas inerentes.

Foto daqui, via Fórum Cidadania Braga.

 

Comments

  1. Devia existir de facto uma lei que limitasse a publicidade em espaços urbanos. A profusão é tal que é um ataque psicológico aos sentidos. Mas dá rendimento ao poder local e como todos sabemos o poder local é a pedra basilar da “democracia”…

  2. Ana A. says:

    As árvores são património da humanidade e devem ser protegidas das bestas ignorantes!

  3. Konigvs says:

    As árvores são monumentos vivos. Temos muitas árvores centenárias, algumas milenares até, e o homem construiu poucas coisas que ainda se mantenham de pé ao fim de mil anos. Todas as árvores deveriam ser protegidas mas infelizmente são cada vez mais assassinadas, e eu bem observo, pois é algo que por natureza estou muito atento. Árvores especiais deveriam até merecer uma placa indicativa nas estradas, como aquelas castanhas para os monumentos e museus. Muitas vezes as pessoas passam por elas e nem as vêem, e se não têm essa sensibilidade, também não têm nada que as alerte para tal facto.
    Agora abatem-se árvores como se fossem umas ervas daninhas na beira do passeio. Ou fazem-se podas verdadeiramente assassinas, porque as árvores chateiam. A QUERCUS até tem um sítio apropriado para se denunciar esse tipo de situação muito frequente. Plantar árvores também não deve dar votos pois não se plantam. Só chateiam. Não sou de Lisboa nem acompanhei bem a notícia, mas ouvi dizer que toda a gente se chateou quando o autarca da capital ousou vir com a ideia de plantar árvores! Para o que lhe havia de dar! Parece que o melhor plantar arbustos, ou relvinha, nada que chateie muito. Ainda por cima parece que as árvores atraem pássaros, e os pássaros também chateiam. Estão bem é presos com prisão perpétua até morrerem nas gaiolas.
    No Porto destruiu-se a maior avenida da cidade. Um tal de arquiteto muito premiado e conhecido por ser muito bom a alcatroar cidades, destruiu os jardins e alcatroou a praça da Liberdade. E que linda que ficou sem uma única flor. Mas temos uma obra de um arquiteto muito famoso além fronteiras! Não há qualquer sensibilidade para as questões ambientais, e se não há que se contratem pessoas que a tenham. Quando já não houver árvores e não houver ar para respirar, talvez aí se lembrem delas, que as deveriam ter protegido. Afinal é a elas que devemos a vida.

  4. no Porto durante o reinado de Rui Rio foi o terror para as árvores e espaços verdes foi tudo a eito. onde moro nas traseiras era um espaço verde com várias árvores, pássaros e flores, algumas pessoas aproveitavam para plantar couves e frutas, e incrivelmente era tudo organizado com caminhos e quadrados de terreno iguais, Rio deitou tudo a baixo e cimentou para os automóveis! sei que fez o mesmo noutros sítios, uma tristeza. parece que não mudou muito com o novo Rui. Já me esquecia que por aqui no inicio da Primavera era maravilhoso ver a quantidade de borboletas agora já não me lembro de ver uma sequer.

  5. j. manuel cordeiro says:

    O corte de árvores nas cidades é uma praga. Foi por causa de uma destas situações que comecei a escrever na blogosfera.

    http://fliscorno.blogspot.pt/2005_12_01_archive.html

  6. Mário Simões says:

    Tudo tem o seu tempo…

    Enquanto uns falam outros actuam!
    Como responsável pelo projecto de publicidade que a empresa onde trabalho levou a cabo na cidade de Braga, quero apenas referir o seguinte
    Tal como estava acordado com o Município de Braga, e seguindo o plano traçado, foram de facto retiradas 12 árvores da cidade, de locais onde os passeios e vias de circulação já estavam danificados pelas raízes, constituindo perigo para peões e automobilistas. Refiro ainda que com ou sem publicidade alguns dos locais iam sofrer obras de reabilitação como é exemplo do espaço da imagem deste artigo. Peço a todos os leitores que se desloquem ao local e vejam como está neste momento.
    Voltando ao plano, por cada árvore retirada, oferecemos 100 árvores à cidade… não foram 2 nem 3, foram 100!! Totalizando cerca de 1200 árvores a plantar no Monte Picoto. Sendo que a esta hora a iniciativa de florestação ainda decorre.
    Apenas quero saudar todos os que acreditaram no projecto, e aos que apenas criticam por criticar, espero que um dia os vossos filhos/netos vos levem a passear ao Picoto, outrora um local inóspito, para respirar ar puro e admirar a vista da cidade que é magnífica.

    Muito Obrigado!

    • Comentarei no fim do dia o seu interessante depoimento.

    • jaime manso says:

      Sr. Mário Simões, é o responsavel de projecto!? Então permita-me eaclarecê-lo em algumas coisas, visto declaradamente quem o contratou ser parvo. E porquê? Porque o Sr., desculpe o termo, e sou eufemista, é um ignorante. E como ignorante que é, tenta enganar a pessoas, como enganou a empresa que o contratou; e por mim é personagem non grata à cidade de Braga! Meu caro ignorante, tocos de árvores, não são árvores! E muitas delas não sobreviverão! A biomassa de uma árvore adulta e consequente ciclo respiratório + produção de oxigénio não é comparável, não a 100 árvores, nem 800… Mas pessoas como o senhor, não sabem disso, logo, põem incompetentes a responsável de projecto. Se sabe e não se lembrou, continua a ser incompetente; se se lembrou,e tenta enganar as pessoas é uma besta que não merece o ar que respira. Mas não acaba aqui, para além de ignorante e incompetente, ou besta; o senhor esqueceu-se do local das árvores! Se calhar o mais importante disto tudo; pois falamos em zonas urbanas, onde a reciclagem de ar contaminado é mais que necessária, mas o Sr. Mário Simões acha que plantar árvores no monte Picoto, (que arde todos os anos, na noite de São João) é solução para o problema! E o impacto ambiental? Que tipo de memória descritiva fez para o projecto e a sua implementação? Que competências tem o Sr. para tal? Ou faz parte dos boys e das cunhas? Mário Simões, para mim é persona non grata na cidade de Braga, e tudo farei para que fique conhecido pelo que fez! …

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  2. […] vir nos jornais ou, pior ainda, não se plantam árvores em Braga há décadas. Pelo contrário, cortam-se árvores maduras para dar lugar a painéis de publicidade. A cidade cujos destinos tiveram à frente Mesquita Machado entre 1976 e 2013, e no que à fruição […]

  3. […] a Braga, a cidade normal. Bem-vindos ao normal quotidiano normal, o novo normal que dura há anos, que se tornou tão […]

  4. […] detesta árvores. Imagino porque estas não dão lucro, tanto lucro como, por exemplo, os painéis de publicidade, as plaquinhas de sinalização das lojinhas dos amiguinhos do status […]

  5. […] à estrada, não afectavam o projecto? 9- quererá o município explicar à população que as árvores cortadas para placards de publicidade e plantadas outra, infantis, no monte Picoto, não substituem a biomassa perdida nas zonas onde […]

  6. […] de carros na zona pedonal; em Braga, reclamam com o barulho, mas não se queixam com o corte desenfreado de árvores do centro da cidade, nem com as podas que se escrevem como se escrevia […]

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