Lixo Jornalístico IV: a realidade paralela do jornal I

LJIV

Para enorme tristeza de significativa parte do eleitorado que conduziu Marcelo Rebelo de Sousa a Belém, a convivência entre o Presidente da República e o actual governo parece reflectir uma certa harmonia, o que deverá sempre ser relativizado porque o futuro é incerto e nada nos garante que não chegue o dia em que Marcelo acabará por tirar o tapete a António Costa. Até ver, é legítimo dizer que o presidente tem colaborado com o governo na defesa do interesse nacional.

Porém, e apesar do optimismo manifestado por Marcelo, nomeadamente no que diz respeito aos números do défice (onde até espetou uma alfinetada no seu amigo Passos Coelho) e da execução orçamental, o jornal I parece discordar de algo aparentemente unânime para a restante imprensa nacional, tendo inclusive publicado a capa que podemos ver em cima, onde se pode ler que o presidente não confia nas contas do governo. Palavras para quê, é o jornal de António Ribeiro Ferreira.

Fotomontagem@Os Truques da Imprensa Portuguesa

Uma palmadinha na mão de Ricardo Salgado

RSCC

Ver Ricardo Salgado a ser condenado pelo Banco de Portugal a pagar uma multa de 4 milhões de euros, como pena pela venda de papel comercial do GES a clientes do BES, mostra que o ex-Dono Disto Tudo ainda é o Dono de Muita Coisa. Ricardo Salgado chegou a receber “presentes” de 14 milhões de euros, de José Guilherme. Para Salgado, 4 milhões de euros é um valor simbólico, uma mera palmadinha na mão.

A venda de papel comercial do GES, um grupo falido e que nada valia, lesou mais de duas mil pessoas, a quem o ruinoso negócio roubou um total de cerca de 500 milhões de euros. Muitas das pessoas que foram enganadas e levadas a subscrever o negócio perderam as poupanças de toda a sua vida de trabalho. Ver Salgado a livrar-se deste problema, pagando 4 milhões de euros, equivale a dizer que, efectivamente, o crime compensa.

E é nestas alturas que dá jeito ter Carlos Costa como governador da entidade que supervisionava a actividade de Ricardo Salgado e que, agora, livra o ex-banqueiro desta situação com uma multa simbólica. Apesar da sua absoluta inutilidade como regulador da actividade bancária, Carlos Costa foi sempre defendido pelo PSD, que escolheu reconduzir o Governador no cargo, enquanto durou o Governo de Direita. Aliás, não foi por acaso que o jurista que saiu em defesa de Salgado, no caso do “presente” de 14 milhões de euros, foi João Calvão da Silva, o homem que Passos Coelho escolheu para Ministro da Administração Interna, após as Legislativas de 2015.

Entretanto, os lesados do BES poderão vir a perder cerca de metade de todo o dinheiro que perderam com a compra do papel comercial do GES, o que, para muitas famílias, poderá ser ruinoso. Quanto a Ricardo Salgado, apesar da multa simbólica, a defesa do ex-líder do BES já anunciou que irá recorrer da sentença aplicada pelo BdP. Na prática, isto significa que há fortes probabilidades de que a multa de 4 milhões de euros será reduzida para um valor bem inferior.

Dá que pensar, não dá?

Via Uma Página Numa Rede Social

Nomeações políticas que não indignam o exército opinativo anti-esquerda

Há nomeações e nomeações. Algumas causam indignação generalizada porque, é sabido (e infelizmente legal), as clientelas partidárias mexem-se muito bem no topo da cadeia alimentar da gestão empresarial pública. As nomeações de Leonor Beleza e Rui Vilar para vice-presidentes da CGD, porém, parecem enquadrar-se numa categoria muito especial que, com excepção da fúria das redes sociais, que a poucos poupa, não causou indignação entre aqueles que assobiavam para o lado enquanto o anterior governo distribuía, a amigos e companheiros, por exemplo mas não só, centenas de nomeações na Segurança Social, mas que agora não perdem a oportunidade de berrar em plenos pulmões de cada vez que o actual governo repete o processo, de resto numa escala ainda a léguas do festim protagonizado pelos seus antecessores.  [Read more…]

Porto, Sintra, Lisboa

Helder Cordeiro

Um dia com Avi Avital

Sarah passa um dia com o músico israelita Avi Avital e com o seu bandolim. Eles viajam através de Berlim num riquexó, fizeram um «piquenique de instrumentos de plectro» e Avi convence os amantes da música tecno que o bandolim é um instrumento realmente porreiro.

Quem quiser saltar para o lado esotérica, pode ir directamente para o ponto onde um concerto de Vivalvi é tocado num festival de música electrónica. Música barroca neste contexto? O melhor é ver e ouvir.

(Vídeo em inglês, do programa Sarah’s Music do canal alemão DW)