Helena Ferro de Gouveia
É difícil entender os Estados Unidos sem olhar para a sua relação com o medo. Não é por acaso que este é o país que glorifica super-heróis em roupas coloridas que no último segundo e com as últimas forças salvam o mundo do apocalipse. Ou tem uma admiração pelos militares incompreensível para muitos no Velho Continente.
A lista de medos americana é longa: terrorismo, muçulmanos, mexicanos, bomba atómica, Coreia do Norte, más notas escolares, medo de que existam muitas armas ou medo de não poder usar livremente armas.
Um dos medos americanos que mais me assusta é o medo pelas crianças.
Na capital Washington as escolas têm vindo a retirar os bancos em frente às escolas para que os alunos não brinquem nos recreios. Em muitas cidades idílicas americanas – aquelas com casinhas brancas, relvados bem aparados e sebes de rosas- quase não se veem crianças a brincar na rua e os pais que arriscam deixar os filhos fazê-lo arriscam uma visita dos agentes do CPS (Child Protection Services). É impensável que uma criança caminhe a pé para escola. Não há um miúdo no país que não tenha interiorizado as campanhas nacionais “Man in a Van” e “Stranger Danger” ( isto apesar de 90 por cento dos abusos e abusos sexuais serem cometidos por familiares e amigos ).
Viajar sozinho de comboio com 3 crianças em Washington não é permitido porque a norma dita que um “adulto apenas tem capacidade de cuidar de duas crianças”.
Recordo-me que quando deixava as minhas filhas na colónia de férias da Universidade de Berkeley passava pela segurança, registava as miúdas à entrada, esperava que os monitores as recebessem e só depois saia do Campus. O mesmo procedimento quando as ia buscar ao final do dia. A colónia era (é) fabulosa naquilo que oferece aos miúdos ( actividades) mas a paranóia securitária para alguém que vive na Alemanha onde os miúdos são profundamente livres assusta.
Perceber a América é perceber esta relação erótica com o medo. A tensão permanente, o desejo de controlar, de exercer poder e o medo de perder.
Só assim se entende Trump. Os americanos ao contrário do que os europeus gostam de acreditar não são todos burros.
Quase totalmente de acordo. Vivo em San Diego desconhecia que a capital do país não permite viajar de comboio com três crianças! Certamente um exagero da sua parte ao mencionar que as crianças não vão a pé para a escola. Em tempo escolar vejo-as com frequência de mochila às costas a caminhar pela rua ou de bicicleta.
O medo instaurou-se na sociedade americana, plantado por conveniências políticas e econômicas. A paranóia Yankee é uma demonstração do muito que está errado neste belo país.
O Estado de New Hampshire tem um slogan nas chapas de matrícula automóvel. “Live Free or Die”, um povo com medo jamais pode ser livre.
A Liberdade individual é uma caracteristica divina desde a Criação ; quando Deus criou o homem deu-lhe o Livre arbitrio que é a melhor benção da LIBERDADE !!!
Cara Helena, convido-a a investigar por si o real motivo que leva as elites a odiarem Trump. Deixo-lhe aqui algumas dicas:
http://historiamaximus.blogspot.pt/2016/08/adivinhem-so-quem-sao-os-maiores.html
http://historiamaximus.blogspot.pt/2016/06/porque-e-que-as-elites-judaicas-odeiam.html
http://historiamaximus.blogspot.pt/2016/06/o-odio-donald-trump.html
http://historiamaximus.blogspot.pt/2016/05/isto-comeca-ficar-perigoso-muito.html
http://historiamaximus.blogspot.pt/2016/03/trump-corre-o-risco-de-ter-um-fim.html
http://historiamaximus.blogspot.pt/2016/08/uma-tragedia-chamada-joao-marques-de.html
Os EUA cultivam o medo porque o medo lhes serve de pretexto para agredir quem lhes apetecer, e a invocar a auto defesa, e a armarem-se em vitimas, e a acusar os inimigos, de quererem roubar o “way of life” dos EUA.
Desde a 2ª guerra mundial que os EUA cultivaram o medo do comunismo. Isso deu-lhes razões para criar armas cada vez mais potentes e mortíferas, e para intimidar e explorar todo o mundo impunemente.
Agora que o comunismo “acabou”, quando seria de esperar que os EUA perdessem o medo, eles criaram e alimentaram um novo medo, apropriadamente designado terrorismo, e infiltraram-no nos países onde pretenderam gerar a instabilidade e a guerra, em particular nos países com petróleo, ou no caminho dos oleodutos.
Chamam-lhe geopolítica do petróleo.
Poderiam chamar geopolítica do medo, ou da guerra, ou do imperialismo, ou da gatunagem, ou da PQP.
O medo é intrínseco ao “american way of life”.
Quem paga as favas é o resto do mundo.
Se não tivessem medo, para que precisariam de tantas armas?
O medo é fundamental para manter a industria da guerra em crescimento.
Análise correctíssima a sua. Parabéns. Diz a comentadora Helena de Gouveia que os americanos têm medo, entre outras coisas, da bomba atómica. Não percebo! Mas não foi o Truman, presidente americano, que mandou lançar as, até ao momento, duas únicas bombas sobre aquelas infelizes e desgraçadas populações japonesas? Ah! Eram todos militares! ‘All right!’ Fico mais descansado. Também diz a Helena que, ao contrário do que os europeus gostam de acreditar, os americanos não são todos burros. Claro que não! Mas que há muitos burros lá isso há. A maioria? Não sei nem isso me interessa. Um povo que elege um George W. Bush e outros do mesmo jaez não é burro? Então o que é? Têm tido é sorte. Aproveitaram o suco das duas guerras que destruíram a Europa,sobretudo nos campos económico e científico. Têm feito a guerra sempre no quintal dos outros. Quanto ao terrorismo do Daesh, os EUA não deram uma mãozinha?! Tratava-se de eliminar mais um ditador, que não lhes agradava: o Assad da Síria. Arrasou-se mais um país?! Milhares de mortos e de refugiados em direcção à Europa? Ainda bem, estamos cá do outro lado, para colhermos, mais uma vez, os benefícios. Será que estou a ver mal o problema?
Divertido. Cada um tem a sua América …
Entretanto, se não fossem os odiados americanos, e os seus pavores, falava-se alemão e russo por esta “europa” toda.
Bem. Não falamos alemão mas o Zé povinho paga tudo (em euros) com língua de palmo.