Simples. Usa-se um “mas” para diminuir o que houver de positivo.
Medalhas
Miguel Szymanski
Com nove anos fui viver para uma cidade alemã de média dimensão (400.000 habitantes). Andei sempre em escolas públicas até ao 13. ano (último do secundário). Quando cheguei à escola primária, comecei a ter duas vezes por semana aulas de natação. A escola tinha também um ginásio com todo o tipo de equipamento de ginástica e uma pista de corridas. No secundário começámos a ter uma vez por semana patinagem no gelo numa pista de gelo artificial que funcionava o ano inteiro. Depois, nos tempos livres, os meus colegas praticavam quase todos outras modalidades, futebol, ténis, esgrima, equitação ou atletismo nas inúmeras associações da cidade (eu cheguei a ligar para um clube de boxe, modalidade que me pareceu adequada a um candidato a escritor, mas ao longo da conversa telefónica percebi que era uma associação de criadores de boxers, cães, e, desmoralizado, desisti de uma carreira no ringue antes de a ter começado).
No Inverno faziamos esqui e organizávamos corridas de trenó atrás da escola.
Nunca liguei muito ao desporto – sempre me pareceu uma perda de tempo -, mas ao longo dos anos de escola fui recebendo alguns diplomas e medalhas em concursos e provas, em que era obrigatório participar, desde as provas de salva-vidas em natação ao atletismo. Ainda hoje sei quanto corria aos 100 aos 400 ou aos mil metros e nadava aos 50.
Acho que é preciso mais do que três canais com jogos em directo e mesas redondas sobre futebol ou de cinco jornais da bola para um país ganhar medalhas nas olimpíadas.
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Postcards from the U.S. #8 (New York)
«My eyes could clearly see, the Statue of Liberty sailing away to sea…»*
Rivalidades e hipocrisia
O Aventar não é terreno fértil para disputas futefoleiras, não porque elas não existam, mas porque, normalmente ficam para nós, na Bancada.
Mas, em função da agressividade latente nas redes sociais a propósito do desejo de um Diretor do SPORT LISBOA E BENFICA parece-me que vale a pena trazer a discussão para este estádio, quanto mais não seja para mandar umas bolas para o pinhal.
Vamos lá então à hipótese: é possível ser adepto de um GRANDE sem desejar que o outro perca?
A resposta politicamente correcta será “lá fora, contra os estrangeiros” e tal… Mas, factos são factos – uma adepto do SPORT LISBOA E BENFICA quer que o Porto perca sempre e o inverso não deixa, nunca, de ser verdade. Poderia até apresentar um argumento básico – sem o dinheiro da champions, o Porto ficaria “mais fraco” o que deixaria em vantagem a concorrência, mas não creio que isto seja coisa para grandes racionalidades.
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