PSD Lisboa em estado de sítio

O desastre autárquico que se anuncia para os lados da São Caetano à Lapa tem expressão maior no caos que se instalou na corrida à capital. Depois de várias tentativas falhadas para enfrentar um presidente que tantos à direita consideram frágil, algo que ainda assim se revelou insuficiente para que personalidades como Santana Lopes ou José Eduardo Moniz aceitassem o convite do líder a prazo do PSD, o débil plano C que Passos, a esforço, conseguiu engendrar está a criar cisões no seio do partido que já não podem ser ignoradas.

Autoritário, Passos Coelho recorreu ao seu núcleo duro e escolheu Teresa Leal Coelho, actualmente vereadora na CM de Lisboa, apesar da fraca assiduidade no que toca ao exercício das suas funções. Fê-lo ignorando por completo a concelhia lisboeta e o seu presidente não gostou. Vai daí, poucas semanas após o polémico desabafo, o presidente da concelhia de Lisboa apresentou a sua demissão. Numa carta aberta endereçada aos militantes, Mauro Xavier acusa Teresa Leal Coelho de se recusar “expressamente e publicamente dialogar ou reunir com a estrutura do PSD em Lisboa“. Uma coisa ternurenta, vinda de um partido que tanto tem insistido na alegada asfixia democrática que se vive no Parlamento.

A esta baixa de peso soma-se a de Fernando Seara, que segundo o Expresso se junta ao protesto do líder demissionário, com o qual partilha o mal-estar pela forma como o processo eleitoral está a ser conduzido. Recorde-se que Teresa Leal Coelho foi a nº2 de Seara nas últimas autárquicas, que terminaram com uma derrota histórica para o PSD. Agora, com o partido fragmentado, uma opositora com peso político capaz de disputar o eleitorado à direita e uma escolha eleitoral impositiva, o PSD tem motivos de sobra para estar preocupado. Será possível fazer pior que em 2013?

Foto@Panorama

 

Comments

  1. Rui Naldinho says:

    Fazer pior do que em 2013 vai ser difícil, mas não é de todo impossível. Pode-se sempre dar mais uns tiritos nos pés.
    De qualquer forma, também não há problema, pois eles se perderem por muitos, adaptarão o discurso às circunstâncias, como é seu timbre.

  2. anti pafioso. says:

    Morte lenta do coelho .

Trackbacks

  1. […] que é de autoridade. Se é socrático, só pode ser de autoridade. Se fosse, sei lá, uma candidata autárquica, imposta unilateralmente a uma concelhia por um líder partidário, que re…, sempre seria menos autoritário do que não responder a uma pergunta sobre o porquê de um governo […]

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