A Catalunha vai hoje a votos devido à decisão de dissolução do seu Parlamento pelo governo de Espanha, na sequência de uma Declaração de Independência aprovada pela maioria dos deputados eleitos.
Os catalães vivem um momento particularmente difícil, uma vez que se encontram profundamente divididos sobre a independência e, mais do que isso, absolutamente extremados nas suas convicções, varrendo não só a política, mas também a economia e, saliente-se, famílias inteiras! O ambiente de crispação entre eles é avassalador, não se antevendo qualquer intenção de pacificação através de um diálogo inclusivo e profícuo entre eles, e entre eles e Espanha.
Para além da dissolução do Parlamento, Espanha, aplicando as leis e a Constituição, é certo, suspendeu a Autonomia e, nomeou um governo provisório até às eleições de hoje e acusou os membros do governo de rebelião e sedição, num cúmulo penal de prisão efectiva que pode ir até 25 anos, sem que tenha ocorrido um único acto de violência, tendo o governo marcado eleições para o Parlamento para o dia de hoje!
Toda a campanha eleitoral decorreu em ambiente de anormalidade democrática, com todos os membros do governo demitido e agora candidatos presos ou exilados para não serem presos, com censura a órgãos de comunicação social e outras instituições, proibindo qualquer referência à independência, aos governantes demitidos e até à exibição da cor amarela como manifestação de pretender a libertação dos presos políticos.
Que esperar das eleições de hoje? Nada, rigorosamente nada no que concerne ao que divide os catalães -a independência! Infelizmente, ganhe quem ganhar, a Catalunha continuará dividida, uma vez que nada se fez que viabilizasse, pelo menos, a perspectiva de se sentarem a uma mesa de negociações, sem preconceitos, que os aproximasse a esperança de que poderiam tentar atingir um acordo de sã convivência, mesmo que fosse através de débeis denominadores comuns.
Se não vai haver vencedores quanto à questão essencial, é certo de que haverá perdedores – Mariano Rajoy e a União Europeia. De facto, não é aceitável que no sec. XXI, 40 anos após a actual Constituição espanhola ser negociada entre democratas e falangistas, não esteja reconhecido o Direito Fundamental da Auto-Determinação dos povos, proclamado na Carta das Nações Unidas e em várias Convenções Internacionais! Têm estado muito mal todos os partidos espanhóis que ainda não pediram a revisão da Constituição neste aspecto e noutro bastante importante que subjaz, o do reconhecimento de que há Nações dentro do Estado espanhol! Sim, e tem estado muito mal a União Europeia, espaço de Democracia, que deveria alertar para o facto e não sacudir a água do capote ao dizer que se trata de um assunto interno de Espanha.
Demitir um Parlamento democraticamente eleito, prender governantes que não usaram nunca de violência, marcar eleições para ver se o poder muda, em nada contribuirá para um caminho de paz, bem pelo contrário, quanto mais tempo passar, mais espaço se deixará para o extremar de posições já de si bastamente extremadas. Neste contexto, estas eleições são absolutamente improcedentes!
Dar o passo para uma urgente revisão constitucional, parece-me ser o ponto de ignição fundamental para apaziguar a tensão entre os catalães e entre estes e o Estado espanhol!
Haja coragem, bom-senso, e democratas para abrir o caminho em direcção à paz!
O meu maior desejo nesta noite eleitoral na Catalunha é no mínimo ver o PP local reduzido a números insignificantes, tornando-o num partido irrelevante, mais até do que uma maioria clara dos soberanistas.
Uma clara e copiosa derrota do PP catalão, seria já por si um bom sinal. Metê-los todos num TAXI e sobrarem lugares.
A Catalunha está dividida ao meio, mais coisa menos coisa, e nesta matéria não há volta a dar-lhe. Ou se sentam à mesa e saem deste impasse com espírito aberto, como gente adulta e responsável, ou aquilo vai acabar mal. E deixem-se de raciocínios básicos. Num país com cerca de metade da população pró independência, mesmo ganhando por margem mínima os defensores da unidade espanhola, o “bicho” está lá entranhado. Nunca mais desaparece, como nunca desapareceu vai para quinhentos anos. É apenas uma questão de tempo.
Mau, mau! Mas então estes escravos boçais catalães não aprendem?!
Vamos lá repetir as “eleições” até eles votarem de acordo com as VONTADES SUPERIORES!
Safa… com escravos boçais deste nível não é fácil manter as democracias!