Uma missa ortodoxa e um dia perdido
o dia perdido foi hoje. A missa ortodoxa também. E não há qualquer relação, entre uma coisa e outra, mesmo porque a missa ortodoxa terá sido, provavelmente, a melhor parte do meu dia (e é uma agnóstica que vos escreve o postal).
Ontem fui dar um seminário/aula ao Alexander Technological Educational Institute of Thessaloniki, na Escola de Agricultura onde trabalha a Roula. Choveu todo o dia, tal como hoje, embora não esteja frio. O seminário correu bem, com estudantes muito interessados e participativos. O instituto é ainda mais antigo que a AUTH, ou pelo menos parece, porque tem um ar mais degradado. Ou então foi por causa da chuva que fez com tudo parecesse um pouco mais desolador e triste. Refiro-me aos edifícios e ao campus em geral, não às pessoas. No fim, quase duas horas depois, os estudantes agradeceram-me e um deles, vejam bem, ofereceu-me, assim ‘out of the blue’, uma garrafa de sangria grega. Tinha experimentado e gostado e resolveu trazer-me, ainda que não me conhecesse de lado nenhum, nem nunca me tivesse visto. A φιλοξενία (filoxenía ou amizade aos estranhos, sobre a qual já escrevi noutro postal). Outro estudante disse-me, enquanto fumávamos um cigarro no hall as escadas, dentro do edifício (‘pode-se fumar aqui, sim, e em todo o lado. Na Grécia somos democratas, se queres fumar, porque é que não hás de fazê-lo?’. Pois, nada, a mim parece-me bem) que tinha feito Erasmus em Portugal, no IP de Santarém. Sabia dizer ‘bem vindos’, ‘obrigada’ e ‘de nada’. Disse-me ainda que os portugueses também têm φιλοξενία e eu concordei. Talvez não tanto como os gregos, mas sim, somos hospitaleiros que chegue e os estranhos despertam a nossa simpatia.
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