E Portugal, Passos? Já não está à frente?

Fotografia: Luís Barra@Expresso

Pedro Passos Coelho, como tantos outros políticos que caem do seu pedestal, decidiu renunciar ao seu mandato de deputado, como é seu direito. Muito poderia ser dito a este respeito, sobre uma decisão que é absolutamente legítima, mas a mim causa-me sempre alguma perplexidade, ver um tipo que andou em campanha para eleições legislativas a declarar o seu amor à pátria e à causa pública, e que agora renuncia ao mandato para o qual se propôs e foi eleito (para exercer as funções de deputado e não de primeiro-ministro, que ao contrário do que defendem hoje alguns fanáticos negacionistas da democracia representativa, não existem, neste país, eleições para eleger directamente governos ou primeiros-ministros) apenas porque deixou de ser o alfa da São Caetano.

Ser um mero deputado, um simples representante do povo, não parece ser função que agrade ao mais recente barão do PSD. Com certeza que surgirão novas oportunidades no sector privado, onde Passos tem fama de indivíduo hábil a abrir portas, pelo que passar a ser um autómato que levanta a mão quando o próximo líder assim lhe ordenar não é hipótese a considerar. Eis o líder que põe Portugal à frente, que põe o país primeiro e que alegadamente o leva a sério a virar-lhe as costas mal cai do poleiro. Não surpreende.

Comments

  1. Carlos Almeida says:

    As ratazanas são sempre os primeiros a abandonar o barco !

  2. Rui Naldinho says:

    Raramente discordo dos textos do João Mendes. Mesmo naqueles em que a sua costela portista vem ao de cima.
    Mas, nesta matéria em concreto, a renúncia ao lugar de deputado por parte de um ex presidente de partido, eu acho legitimo e razoável que Passos Coelho abandone o seu lugar na AR, deixando ao novo líder eleito, todo o protagonismo na condução politica do partido, na Oposição, mesmo não estando sentado no Parlamento.
    Seria ainda mais desastroso para o PSD ter duas vozes autorizadas no partido, uma no parlamento e outra fora dele, a pronunciarem-se a duas vozes, ou mesmo a dois tons, sobre um mesmo assunto.
    “É mais ou menos como num lar haver duas mulheres para um mesmo marido, ou dois maridos para uma mesma mulher, com filhos de ambos os lados”.
    Como não me choca António Costa encontrar para o ex primeiro ministro e ainda líder do PSD, um lugar de topo, ainda que não executivo, numa qualquer Instituição Pública ou ligada ao sector Estado.
    “Na política, não podendo valer tudo, há lugar para quase tudo”. Desde a intriga à luta de classes. Mas há uma coisa que não pode desaparecer. O respeito institucional.
    Podemos sempre dizer, de uma forma enraivecida, que a inauguração de um procedimento diferente deste, começou com a direita, na forma como o PS e Sócrates foram tratados, mesmo sendo ele um potencial corrupto, o que não está provado. Mas até aí, a esquerda deve mostrar diferença e não arrogância.
    O nascimento desta Geringonça à esquerda, em termos de comportamento psicológico do Partido Socialista, encostado ás cordas por uma direita tão ou mais corrupta do que eles, teve muito a ver com a forma como o PS vem sendo à anos humilhado pela direita e os seus algozes na comunicação social.
    Eu sei que sou um fulano da província. mas acreditem que nesta matéria, eu não mudo as minhas convicções.

    • “…como o PS vem sendo à anos humilhado ” ai, ai, menino Ruizinho, escreva a palavra certa cem vezes ! : )
      ” há anos” do verbo haver ! e não proposição !!

      • ….e agora fui eu a errar : D PREPOSIÇÃO e não proposição, peço desculpa

        • ZE LOPES says:

          Erraste sim (ou não?) Isabela! Talvez não! Não te amofines! Terás preposto antes de propor…Oh, Isabela! Sejamos justos! É lógico!

          • Rui Naldinho says:

            Vocês têm todos razão. Errei. Mas o que faço?
            Quando um gajo teima em querer escrever em qualquer lado, no café, sentado no carro, no supermercado, eu sei lá, … ao telemóvel, no tablet, sem ter muito tempo para corrigir um texto, “o normal é fazer pelo menos uma borrada”. Ou é a vírgula, ou o acento que devia ser grave e é agudo, ou o há do verbo haver e não o da proposição a, enfim, quem te manda a ti sapateiro tocar rabecão.
            Não. Não me calo.
            Só não faço a vontade à Isabela, porque sei que vou voltar a errar, e não vou largar o telemóvel para deixar de dar o meu palpite.
            Bom fim de semana.

          • Rui Naldinho says:

            Preposição, porra!
            “ estava a ver que não metias água! “

          • Zé Lopes, é só uma questão de gramática : https://pt.wikipedia.org/wiki/Preposi%C3%A7%C3%A3o !!!
            e bom fim de semana a todos vós, que para a semana há mais escolinha para os putos reguilas : )

  3. Grandiosa Nação que tais filhos deu à luz. Fica mais pobre o Parlamento, fica mais pobre o País. Quiçá, todos e cada um de nós lamentará não ter sido mais compreensivo e solidário para com o homem que tanto empenho para servir o País mostrou. O seu espírito de missão, qual Dom João IV, o Restaurador, é inigualável. As leis, tal como todos nós sabemos, certamente perderão a sua excelência e jamais teremos o privilégio de o ver e ouvir nos debates que protagonizou. Que saudades iremos ter de nunca mais o podermos ver à frente dos destinos da Nação …

    … Quê? – um momento – Estão aqui a dizer-me que não li bem a notícia e que o homem não nos deixou; que vai continuar entre nós; que apenas renúncia ao lugar de deputado … Ora bolas e eu para aqui tão inspirado a fazer-lhe um elogio, pensando que nos tinha deixado para todo o sempre!!!
    Lá para o fim do elogio, eu tinha escrito: … paz à tua alma. Teremos sempre um lugar no coração para ti (+).

    • Carlos Almeida says:

      Este vai ser como o outro que corre sério risco de o ir substituir.a frente do PSD.
      Vai andar por aí!
      E la fica o rapazola que fez aquela “salada russa” das uniões de freguesias que mesmo os “laranjas” desaprovam, sem apoio do compadre no Parlamento.

  4. ZE LOPES says:

    Deixo aqui um documento que recebi, via CTT, (vejam lá)! Uma peça teatral de origem desconhecida, mas bastante atual.

    1º ATO (E, POR ENQUANTO, ÚNICO)

    Cenário: um reservado no Martinho da Arcada em pleno século XIX. Reposteiros cor-de-laranja rodeiam mesas cheias de acepipes com toalhas cor-de-laranja. No teto, um lustre alaranjado debita uma luz em tons laranja. Numa mesa, ao centro, janta solitário COELHO enrolado numa manta cor-de-laranja. À direita uma tigela com laranjas. À esquerda, um enorme pudim de laranja. COELHO fecha o cardápio alaranjado e ordena ao camareiro Marcelo:

    COELHO: Está escolhido! Pato com laranja!

    [Momentos depois, entra LOPES].

    COELHO: Sant’Ana te guarde, Lopes! Ao que vieste?

    LOPES: Venho do rio. Segui-te os passos, Coelho!

    COELHO: Pois senta-te! Manjas pato?

    LOPES: Não, fiz um pacto! Até janeiro, só manjo carneiro.

    COELHO: Camareiro Marcelo! Traga carneiro. Uma farta dose, para um menino guerreiro!

    [O jantar prossegue, silencioso. A certa altura…]

    COELHO: Vejo que bebes com deleite. Mais um copo?

    LOPES: Claro, desde que não seja de leite!

    COELHO (puxando de um pipo que tinha atrás das costas): Aqui tens! É da casta pimentel!

    LOPES: Por Menezes foi trazido?

    COELHO: Veio de barco rebelo, lá das terras do Barroso!

    LOPES: E o pipo?

    COELHO: A machete foi talhado e em nogueira trabalhado.

    [Após mais um significativo silêncio…]

    COELHO: Lopes, sê franco! Será que o rio transborda?

    LOPES: Quem o pode dizer Coelho? É o oráculo Mendes que os destinos marca…

    COELHO: Já tratei disso, Lopes.

    LOPES: Que lhe disseste, Coelho?

    COELHO: Por favor não os marques, Mendes!

    LOPES: E se ele insistir?

    COELHO: É melhor nem dar cavaco!

    [Mais um profundo silêncio. Logo a seguir:]

    COELHO: É melhor que o reconheças, Lopes! Nem sempre foste o mais justo!

    LOPES: Reconheço sim! Por vezes fui durão!

    COELHO: Até com o Balsemão!

    LOPES: Pois terei sido! Talvez não seja tão mau como o pinto! Agora parto!

    COELHO: Que os santos te ajudem, Lopes! Partes de charrette?

    LOPES: Não, vou de mota.

    COELHO: Tem cuidado! Há por aí muita silva!

    [Cai o pano, o piano e a paciência dos espetadores]

    FIM

    PSSATEMPO: procurem no texto referências aos líderes do PPD/PSD. Fsalta algum?

    • ZE LOPES says:

      Queria dizer “passatempo”

      • joão lopes says:

        está a querer dizer…que o Passos vai trabalhar para os CTT?e vai de Mota distribuir o correio? pois 580 euros já é demais.

    • FALTA O IRMÃO DO PEDRO O PAULO, SE FOSSE IRMANO DO SÓCRATES JA TINHAM FEITO UM ROMANCE DE CORDEL. assim as ratazanas da C.S. nem piam. pobre Paulo um tontinho queria ser banqueiro, como O Relvas. dizem que o passos vai ser professor universitário, talvez um académico, com uma licenciatura tirada por pontos dos grandes feitos profissionais da TECNOFORMA E DA FORMENTIVESTE E QUE LIXOU A VIDA AO PROTECTOR ANGELO CORREIA, tantas são as fraudes descoberta depois dele ir para o PARTIDO. Esta historia da operação fizz, deve ser para is justiceiros dupont et dupond, juntarem a operação furacão-. se eu não escrevesse constantemente e apresentasse essa vergonha à Procuradora geral da Europa o jornal publico não tirava o assunto da gaveta. Resposta da marques Vidal: quer delação premiada. alem de feia a mulher é burra e é do género transgeneo. . .

  5. JgMenos says:

    A canalha sempre se compraz pela queda de quem teve alguma grandeza.

    • ZE LOPES says:

      É verdade, e a prova é V. Exa! Os seus posts são os de um tipo bastante comprazido!Revelam até um elevado grau de comprazimento!

    • António Fernando Nabais says:

      Não, menos, foi só a queda do passos.

Trackbacks

  1. […] engraçado, no entanto, está no facto de que Passos Coelho, que se julga demasiado bom para ser deputado, andou, nos últimos dois anos, a dizer que vinha aí o diabo e que isto iria de mal a pior, de […]

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