Via Diário de Notícias
Perante esta sucessão de números animadores, os mais animadores em muitos anos, seria expectável uma maior folga orçamental para a população portuguesa. Seria expectável uma diminuição mais acentuada da carga fiscal e uma melhoria dos serviços públicos, que cada vez menos se distinguem dos tempos da Troika, nomeadamente em áreas como a Saúde e a Educação. Mas não é isso que está a acontecer.
É importante ter contas públicas saudáveis (e aparentemente elas são possíveis com qualquer geometria partidária no poder), até porque dívida já temos de sobra. Mas é igualmente importante que o país real sinta também o efeito da saúde financeira que vem sendo apregoada, e que deixe de viver neste sufoco fiscal que não parece tem fim. Se podemos continuar a sacrificar as contas públicas para alimentar parcerias de prejuízo público e lucro privado, ou injectar milhões em fraudes bancárias que herdamos de cidadãos acima da lei, estou certo que haverá por aí mais algum para aliviar este garrote. O que vale é que 2019 é ano de eleições.
Caro João Mendes, sugiro em letras enormes e maior ainda ponto de interrogação e em cartazes nas ruas todas do país para a pergunta super pertinente e quase dolorosa que reside essencial na sua análise !
“…Seria expectável uma diminuição mais acentuada da carga fiscal e uma melhoria dos serviços públicos, que cada vez menos se distinguem dos tempos da Troika, nomeadamente em áreas como a Saúde e a Educação “…
“…Se podemos continuar a sacrificar as contas públicas para alimentar parcerias de prejuízo público e lucro privado, ou injectar milhões em fraudes bancárias que herdamos de cidadãos acima da lei…” !
Devíamos mesmo andar nós nas ruas em multidão a gritar bem alto este absurdo sujo de uma política “centenária ” de sucesso de números …para eles vs/ bruxelas europa !! esta e outras !!!
«parcerias de prejuízo público e lucro privado»
Tenha esperança, os seus principais autores estão todos no governo.
V. Exa. desde que foi apanhado lá no harém do Gungunhana a sacudir o pó aquando da chegada do Mouzinho de Albuquerque nunca mais atinou!
Estas coisas das contas do Estado: ao que ao mesmo cabe e o que o mesmo devolve, tem sempre várias leituras: tantas quantos os interesses que se movem em torno deste. Contudo, de uma forma geral, há um factor que é bastante subvalorizado, por vezes esquecido, que é, o que o Estado investe de forma produtiva.
Não me repugna, para um determinado nível de carga de impostos, que o valor assim arrecadado – que eu até poderei considerar como acréscimo ao valor que deveria ter pago – seja aplicado na melhoria dos serviços do Estado e em investimento produtivo, mesmo que seja pelo Estado.
Já o mesmo não digo, quando esse valor se destina a suportar a má gestão dos bancos, os golpes dos banqueiros – como esse agora do Novo Banco; mas também os gastos com certas despesas para os quais o Estado (todos nós) somos chamados a participar, essencialmente em salários.
Como é óbvio, o que de facto se passa é que os encostados ao Estado tudo farão para se apoderar dos dinheiros arrecadados pelo Estado, em detrimento do investimento produtivo e da melhoria dos serviços públicos. Como se poderá ver pela investida dos bancos (CGD-NB) e sindicatos.