Há 11 anos, na era da fartura socrática, Joe Berardo pediu um empréstimo de várias centenas de milhões de euros à Caixa, para a famosa compra de acções do BCP, sem que para tal lhe fosse exigida qualquer garantia, apesar do risco associado à operação.
Hoje, 11 anos depois, Berardo ainda nos deve cerca de 280 milhões de euros. Apesar da vida faustosa que todos lhe conhecem, este distinto empreendedor e coleccionador de arte ainda não encontrou meio de limpar o seu calote. E provavelmente nunca o fará, até porque não há quem o obrigue.
O caso de Joe Berardo não é caso isolado, é certo, e basta ver a lista de caloteiros cavaquistas para perceber isso mesmo. Entre Emídios Catuns, Duartes Limas e Arlindos Carvalhos, que para além de imunes ao pagamento de dívidas, também o são perante a justiça, esta malta político-partidária deve-nos tanto dinheiro que daria para construir para cima de 200 novas alas pediátricas no S. João.
Perdoem-me o estalinismo, que questionar estas coisas, segundo o novo politicamente correcto, é coisa de radical de esquerda, mas também eu gostaria de me tornar accionista de um banco com o dinheiro dos outros, de preferência com o risco a cargo desses mesmos outros, e, caso algo corra mal, também pretendo ser imune à justiça. E quem diz um banco diz, sei lá, comprar a Galp ou a EDP. Alguém me explica como se faz?
Entretanto, na twilight zone tuga, um indivíduo foi hoje condenado a um ano e meio de pena efectiva por ter roubado 6€ a outro indivíduo. Portanto já sabem: no dia em que chegar o nosso Bolsonaro, quando as gazetas e as direitas políticas, os oportunistas das manifestações em causa própria e os pequenos fachos que por aqui germinam começarem a desmantelar a democracia, porque isto é tudo uma data de gatunos, uma data de ladrões e uma data chupistas, não se sintam admirados. Explicar aos nossos filhos vai ser complicado, mas tuga que é tuga arranja sempre maneira de desenrascar.
Só está provado que o que há a fazer tem que ser com muitos zeros….
Enquanto não existir vontade política a sério para eliminar a corrupção em Portugal não vamos longe e sai-nos sempre do bolso, embora já existam alguns raros casos em que a Justiça funcionou. Embora a geringonça se tenha revelado positiva na reposição de direitos e rendimentos, é preciso ir mais longe com uma política patriótica e de esquerda.
“…além de imunes ao pagamento de dívidas, também o são perante a justiça ! ”
. João Mendes, tão assim ” uma data de gatunos, uma data de ladrões e uma data de chupistas ” … quando nos resta apenas :
” Sabão, um pedacinho assim
A água, um pinguinho assim
O tanque, um tanquinho assim…”
para lavar porcaria um tantão assim, sendo nós pagos com um tiquinho assim .
: (
Enquanto isso:
“Homem condenado a ano e meio de prisão por roubar seis euros”
És um populista, pá, a querer tratar assim os nossos empreendedores criadores de emprego. És uma versão de esquerda do Salvini, paz à sua alma por se manter no Euro.
/modo menos
Modo menos é muito bem ehehe
A estória parece ser outra.
O Sócrates quer controlar o BCP; desafia ou manda desafiar o Berardo; os seus boys na CGD emprestam-lhe o dinheiro para comprar acções com essas mesmas acções como garantia.
Ao que julgo não foi o único ‘convidado’.
Ó Patego dá para cá uns 5 mil milhões de recapitalização.
O Berardo não tem nada a pagar…
“…mas também eu gostaria de me tornar accionista de um banco com o dinheiro dos outros, de preferência com o risco a cargo desses mesmos outros, e, caso algo corra mal, também pretendo ser imune à justiça. E quem diz um banco diz, sei lá, comprar a Galp ou a EDP. Alguém me explica como se faz?”
As coisas postas assim, não ajudam nada à decência que se pretende ver no mundo em geral e no nosso país em particular…
🙂
Nada mais que uma fraca ironia 🙂